Já faz uma semana que motoristas estão de braços cruzados em diversos pontos do Brasil. Os protestos de caminhoneiros querem, principalmente, a queda do preço do diesel. Na noite desse domingo, dia 27 de maio, o governo propôs uma nova tentativa de acordo. Sobre o diesel, essa nova proposta fala em queda de R$ 0,46 por 60 dias e, após esse período, as mudanças de preço só poderão ocorrer a cada 30 dias.
Muitas entidades entenderam que as propostas do domingo satisfazem as necessidades dos caminhoneiros, como a Abcam, que havia enviado carta ao governo anteriormente avisando sobre a possibilidade de parada e que também se retirou das negociações na quinta-feira por não concordar com o que era discutido (e foi fechado pelos representantes e ignorado pelos motoristas posteriormente). Mas mesmo com o apoio de uma das maiores cabeças do movimento, aparentemente a questão ainda não foi resolvida.
Ainda está parado?
Sim. Na maioria dos pontos, as mobilizações continuam, sem interromper estradas. Algumas instituições dizem que os trabalhos devem ir voltando aos poucos ao longo desta segunda-feira, já outros acreditam que nada está resolvido e as manifestações estão longe de acabar.
O que se quer?
Por ser um movimento difuso, não se sabe exatamente qual a pauta. Cada grupo pede um assunto diferente. Alguns ainda esperam a votação do Senado sobre o frete mínimo para dar a paralisação como encerrada. Mas muitosestão desviando o foco claro no diesel para pautas muito mais políticas, como a saída do presidente ou intervenção militar.
Cuidados necessários
Como a maior parte das organizações anunciou o fim das greves, qualquer reivindicação a partir daqui terá muita dificuldade de ser ouvida e atendida. Mais uma suspeita é que outros movimentos tenham se infiltrado nas manifestações para inflar pautas políticas. O caminhoneiro precisa pensar em seus objetivos para não ser usado por outros setores.
E agora então?
Não se sabe. Como o governo demorou muito para agir, outros movimentos foram se somando, o que agravou a situação. Agora resta esperar as votações no Senado para ver se elas acalmarão os ânimos, ou se a mobilização continuará.
Por Paula Toco