Repreensão da PRF frustra tentativa de paralisação de caminhoneiros, mas alguns pontos seguem mobilizados

Nesta segunda-feira, 1º de novembro, era esperada uma paralisação de caminhoneiros pelo Brasil, no entanto, a repreensão da PRF, embasada em liminares de quase todos os estados, frustraram a tentativa de mobilizar a categoria, que reclama, principalmente, do alto preço do diesel e baixo valor do frete. A adesão foi pouca, contudo, mesmo assim, líderes locais seguem mobilizados em alguns pontos.

Outro problema para a baixa adesão da parada foi a descrença da própria categoria com a efetividade de uma greve. Essa descrença foi gerada pelos poucos efeitos da manifestação de 2018.

Liminares impediram o fechamento de vias

Para se precaver de uma grande mobilização nos moldes de 2018, o governo conseguiu liminares que impediam o fechamento de rodovias em 20 estados. Algumas não previam multa prevista para quem descumprisse a regra. Já outras estipulavam multas de até R$ 300 mil para quem fechasse a via.

Em vários pontos, líderes locais ainda tentaram, como na chegada do Porto de Santos, em São Paulo, em Ijuí/RS e em Pindamonhangaba/SP. Entretanto, a Polícia Rodoviária Federal já estava de plantão em diversos pontos para dispersar o movimento antes que ele crescesse.

PRF às margens das rodovias.
PRF não permitiu fechamento de rodovias. Via Whatsapp

Essa, inclusive, foi uma reclamação da classe. Em 7 de setembro, quando a paralisação era a favor do governo, motoristas puderam circular ou parar livremente, sem liminares impedindo o uso da via para a manifestação. Agora, a situação foi outra.

Vale lembrar que o hoje presidente, Jair Bolsonaro, apoiou as paralisações de 2015 e 2018, quando ainda era deputado. Entretanto, mesmo no 7 de setembro, quando percebeu que os motoristas não queriam encerrar o movimento, pediu a desmobilização da categoria.

 

 

Mobilização sem fechamentos e busca pela queda das liminares

Caminhoneiros seguem mobilizados em alguns pontos, como Barra Mansa
Caminhoneiros seguem mobilizados em alguns pontos, como Barra Mansa/RJ, na foto.
Imagem: Ministério da Infraestrutura

Mesmo sem o efeito esperado, alguns pontos seguem mobilizados. Em entrevistas a vários veículos da imprensa, líderes da categoria, como Wallace Landim, o Chorão, afirmou tentar derrubar as liminares que impedem os fechamentos para que a mobilização possa acontecer, entretanto, na noite desta segunda-feira a juíza Carmem Lúcia, do STF, negou os pedidos. Em Ijuí e no Porto de Santos a estratégia é outra.

Os líderes de Santa Catarina, ligados à CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), seguem pedindo apoio dos motoristas, não para o fechamento de vias e sim para a paralisação em casa ou nos pontos de concentração. Seu líder, Carlos Alberto Litti, segue no posto 44, no entroncamento com a BR-285. Segundo ele, o movimento de caminhões na via é mais fraco que o normal.

Já no Porto de Santos, depois de enfrentamentos com a polícia na madrugada, Weverton Carvalho afirmou ao UOL que a tática é não carregar e deixar o porto atingir o máximo de sua capacidade de estocagem. Dessa forma, sem conseguir dar vazão aos produtos que chegam, o porto teria que abrir negociações com os caminhoneiros. Segundo ele, quem está parado no porto não tem data para carregar. Já o Ministério da Infraestrutura afirmou que está escoltando caminhões que desejem entrar ou sair do porto. 

Escolta de caminhões no Porto de Santos
Escolta de caminhões no Porto de Santos.
Imagem: Ministério da Infraestrutura.

Em Barra Mansa/RJ, motoristas seguem mobilizados em postos, contudo, sem bloqueio de rodovia e sem abordagem a outros caminhoneiros, segundo o Ministério. 

Reivindicações e relação com o governo

A principal reivindicação é o preço do diesel, que aumentou mais de 40% em 12 meses e fez com que os custos do transporte ficassem insustentáveis para grande parte da categoria. O valor do diesel em si não seria um problema se o frete subisse proporcionalmente, no entanto, não é isso que se vê. Caminhoneiros autônomos reclamam que o frete tem caído e não há fiscalização da Lei do Piso Mínimo.

Semana passada, falando sobre a greve com empresários, o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou que é bom que o frete caia, que se o frete só subisse então ele estaria sendo um ministro ruim. Além disso, afirmou ainda que muito motoristas precisam se reinventar e que quem não está satisfeito com o ganho, que se mude de profissão, a questão seria “simples assim”.

A fala gerou ainda mais revolta da categoria, que apoiou em massa o presidente durante a eleição e agora se sente abandonada pelo governo.

Para o futuro

Também nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na Itália, que o preço dos combustíveis deve subir de novo em mais ou menos 20 dias. Não só caminhoneiros, mas agora também transportadores e agricultores veem o diesel dificultando sua atividade.

Os estados chegaram a um acordo para congelar o ICMS e Minas Gerais até baixou sua alíquota. Ainda assim, com o preço do barril do petróleo em tendência de alta e a cotação do dólar também crescendo por conta das incertezas do Brasil, não há nenhum indício que o quadro vá mudar em um futuro próximo.

 

Por Paula Toco

4 COMENTÁRIOS

  1. A classe que apoiava esse governo não apoia m mais devido à esses comentários e a falta de apoio a nossa classe de caminhoneiros inclusive Eu.

  2. Faz arminha cambada.. só faltava bater na gente quando alguém fazia uma crítica..taí o mito de vcs.. vê se na próxima vcs aprendem a votar..e para de reclamar,vai piorar ainda e muito.

  3. Meus caros colega de profição eu acredito que bater nessa tecla de baixa o preço óleo diesel não adianta mais
    nos temos que ce mobilizar Unidos em um preço do frete por litro de óleo por exemplo 100 kilometro tantos litros de óleo para dois eixos e tantos litros 5 eixo e assim por diante relacionado no CT para efeito de fiscalização diferente nunca vamos conseguir trabalhar antigamente éra assim o valor de tantos litros de óleo por Saco transportados
    x tantos km
    ce subir o óleo deixa que suba o frete sobe junto não tem briga não ten greve e não vai Quebra o dono do caminhão
    eu trabalhei muito puxando com cinco eixo 70 km ao preço de um litro e meio de óleo por saco transportado

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