Até quem não é do trecho já deve ter se perguntado o que significam os números nas laterais dos caminhões. Quem é do trecho também tem dúvidas quando se trata de alguns modelos.
Na verdade, cada marca tem uma forma de representar os caminhões com uma numeração. A maioria opta por colocar a potência em evidência, outras o Peso Bruto Total (PBT), há também aquelas que querem mostrar a quantidade de litros do motor. Mas não existe uma regra geral, o legal mesmo é conhecer o jeito de cada montadora.
Nas traseiras dos carros, por exemplo, é comum encontrar além do nome do modelo, a potência do motor em litros, outros até o formato dos cilindros, como o V6 e o V8. Nos caminhões essas especificações ficam nas laterais, ou seja, na cabine, além da identificação da família que costuma ser encontrada em todas as marcas.
Qual o significado dos números nas laterais dos caminhões?
As marcas mais comuns de caminhões que vemos nas estradas são: Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania, Iveco, DAF e Volvo. Existem outras marcas de pesados circulando pelo Brasil como a MAN; veículos da Ford, embora a fábrica tenha saído do país em 2019; chinesas como a Foton, XCMG, entre outras marcas.
Nesta matéria será abordado as 6 marcas com maiores quantidades de caminhões circulando pelo país, incluindo a Scania que nos modelos mais antigos, tinha uma forma diferente de identificar seus caminhões.
Em marcas como a Volkswagen e a Mercedes-Benz as numerações são compostas pelo PBT + Potência. O que pode variar em cada marca é o número de dígitos da potência, podendo ser entre 2 ou 3 algarismos.
Por exemplo, o modelo 24.250 da Volkswagen, os dois primeiros números representam o PBT (Peso Bruto Total) do veículo, ou seja, 24 é o Peso do Veículo + a carga. Já os 250 significam a potência do veículo, representada na unidade cavalo-vapor, que no caso do VW está escrita inteira por 3 algarismos. Portanto, o 24.250 da Volkswagen tem 250 cv de potência máxima.
Nos veículos da Mercedes-Benz, a numeração é um pouco diferente, mas com a mesma lógica. O saudoso 1113, por exemplo, também vem com o PBT de 11 toneladas primeiro, acompanhado do 13, que representa os 130 cavalos. Nesse caso, a marca usa dois números para ilustrar a potência.
Outro veículo da MB de sucesso é o 708. Pela sequência, o número 7 representa o PBT e 08, 80 cavalos, aproximadamente.
Arredondamentos para cima ou para baixo
As marcas costumam colocar um valor aproximado do que está na ficha técnica por estética ou para mostrar que acima daquilo é impossível de se passar. No caso do 708 a capacidade técnica é de 6,6 toneladas de PTB em algumas versões.
Potência no foco dos fortões?
A potência é o que chama a atenção no mundo automotivo, mas no caso dos caminhões, o torque é o que define a força para carregar ou tracionar a carga. O Pé na Estrada, inclusive, preparou uma matéria sobre a diferença da cavalagem e do torque, veja aqui o que cada um deles representa em um veículo de carga.
DAF, Volvo e Iveco são as marcas que gostam de destacar a potência em seus caminhões. Esses são os mais fácies de identificar e compreender, no caso do DAF XF 530, por exemplo, os números representam a potência do caminhão.
Isso também acontece em veículos da Volvo, como o FH 540, e os da Iveco, como o extrapesado S-Way 540. Essas marcas preferem destacar a potência e carregam o nome da família na cabine, essa última característica outras montadoras também colocam nas laterais ou na frente do caminhão.
Os litros do motor também já entraram nas plaquinhas
Já a Scania teve uma forma diferente de identificar seus caminhões no passado, não usando nos modelos da marca o PBT + a potência como regra, mas usando a quantidade de litros do motor nas plaquinhas.
Segundo a montadora, hoje ela usa a potência como destaque, iguais as outras três marcas acima, como no 460R e das outras séries P e G.
Antigamente, na primeira geração, o famoso Jacaré levava a numeração 111, onde o 11 significava o motor de 11 litros e o 1 representava a primeira geração desses bicudos. Na segunda e terceira geração continuou a mesma regra com o 112 e o 113, mudando apenas as gerações desses caminhões nos números finais. Saindo dos 11 litros, na 4ª geração desses caminhões, chegaram os motores com 12 litros. É o caso do modelo 124, o último bicudo da marca.
Conforme dados da montadora, a série 4 também tinha motores de 9 litros, como o P94, e 11 litros, como o 114. No entanto, o sucesso de vendas foi o motor 12 litros, na época.
Como surgiu a identificação de hoje da marca?
A forma de identificação que conhecemos hoje da marca, surgiu em 2004, com a linha Evolução. Nesse tempo os números do 420R, por exemplo, era identificado como R 124 420. O 124 do lado esquerdo representava o tipo de cabine e o 420 do lado direito da grade frontal, era a potência do motor.
Outra identificação que chama a atenção nos veículos da marca são as letras, elas representam as classes dos caminhões. Segundo a Scania, o objetivo é facilitar a especificação de acordo com as condições de operação, dentro de uma maior gama de opções.
Nelas são classificadas quatro classes de veículos: L, D, C e G. Na Classe L estão os cavalos-mecânicos com suspensão a ar no eixo traseiro, indicados para longos percursos em estradas em boas condições.
A Classe D engloba os caminhões para distribuição local ou regional em estradas em boas, ou médias condições.
A Scania indica os veículos da Classe C para condições de transporte mais severas, em estradas em mau estado ou operações fora-de-estrada.
A Classe G compreende uma grande variedade de veículos, para curtas ou longas distâncias em variados tipos de estrada.
Tem algum modelo que faltou e você acha diferente o jeito de identificar os números nas laterais? Comente aqui nos comentários para compartilhar com a galera.
Veja também: Tipos de caminhão: saiba quais são, capacidades e tamanhos
Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.