Vai faltar diesel? Petrobras diz que talvez, Ministério diz que não

Como se já não bastassem os constantes aumentos do diesel, nesta sexta-feira, a CNN divulgou que o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, enviou um ofício à ANP (Agência Nacional do Petróleo) advertindo sobre um “elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”. Mas e aí, vai mesmo faltar diesel?

Segundo o documento, obtido pela CNN, “Diante do cenário de escassez global de diesel e do cronograma de paradas programadas das refinarias —apesar dos melhores esforços da companhia, a Petrobras entende que há elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022. Adicionalmente, há também grandes incertezas quanto aos níveis das cotações internacionais do produto nessa conjuntura de escassez”.

Os fatores de risco

O risco de escassez seria maior, principalmente para o mês de setembro, o que pode ser uma preocupação extra, por ser próximo à eleição. Além disso, o documento atribui o risco à fatores como baixos estoques de grandes fornecedores ou consumidores, como Estados Unidos, Europa e Singapura, a Guerra com a Ucrânia, que tirou a Rússia desse mercado, a utilização de estoques próprios para compensar a falta do diesel russo no Oriente Médio e na Índia, o aumento nos custos do frete e a eventual indisponibilidade de refinarias.

Existem também motivos internos, já que as refinarias brasileiras têm trabalhado com capacidade próxima da máxima e então podem precisar fazer paradas técnicas para manutenção.

Ministério afirma que não faltará diesel

Diante da repercussão da notícia, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no fim da tarde uma nota afirmando que já adotou medidas de prevenção desde o começo da guerra entre Rússia e Ucrânia. Além disso, afirma que os trabalhos de diagnóstico e de acompanhamento dos principais indicadores do abastecimento nacional de combustíveis começaram lá em 3 de março.

O grupo que participa dessas discussões inclui o próprio ministério, a ANP e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O MME explica que a matriz brasileira de transporte tem um nível de dependência externa da ordem de 30% e que esse comitê se reúne semanalmente com o objetivo de adotar medidas e ações visando à garantia de abastecimento desse mercado, sem prejuízo das atribuições da ANP.

O MME esclarece ainda que os fatos contidos na carta da Petrobras já são de conhecimento do comitê e destaca que “os estoques de óleo diesel S10 representam 38 dias de importação. Em outras palavras, se as importações desse combustível fossem cessadas hoje, os estoques, em conjunto com a produção nacional, seriam suficientes para suprir o País por 38 dias. Além disso, desde o início da intensificação do monitoramento do abastecimento pelo Governo Federal, a autonomia de óleo diesel aumentou de 30 para 38 dias em termos de dias de importação (aumento de 26,7%).”

Em outras palavras, o ministério não vê risco de desabastecimento neste momento e afirma estar atento ao cenário nacional e internacional para poder adotar as medidas necessárias.

Por Paula Toco

 

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