Veículos comerciais têm forte alta em março, mas futuro preocupa

MercadoVeículos comerciais têm forte alta em março, mas futuro preocupa

A Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgou os resultados do mês e do primeiro trimestre de 2021. O resultado geral frustrou a indústria, entretanto, caminhões e veículos comerciais leves têm forte alta em março e no conjunto dos três primeiros meses do ano.

Enquanto automóveis apresentaram crescimento de 8,1% em relação a março do ano passado, saindo de 131.276 para 140.429 unidades, os comerciais leves cresceram 41,8% no mesmo período, saindo de 25.028 para 35.498 unidades. Quando se analisa o primeiro trimestre de 2021, o crescimento de comerciais leves foi de 17,3%, enquanto automóveis tiveram queda de 11,1%.

 

Caminhões

O mês de março de 2020 marcou o começo da pandemia do coronavírus, por isso, as vendas naquele mês foram baixas. Comparando com o mês de março deste ano, caminhões teve um incremento de 67,1% nos licenciamentos. Em unidades, isso representa 10.759 ano passado contra 20.135 em 2021. O crescimento veio de todos os segmentos.

Já analisando o primeiro trimestre do ano, o crescimento nas vendas foi de 29,5%, também com participação de todos os segmentos, mas com destaque para os semileves, que cresceram 51,5%, passando de 1.043 unidades para 1.580.

 

Ônibus

Veículos comerciais têm forte alta em março
Imagem: Divulgação/Mercedes-Benz

Com o fechamento de escolas, paralisação do turismo e funcionários trabalhando de casa em empresas, era de se esperar que as vendas de ônibus seriam fortemente afetadas. O mês de março fechou com 1.180 unidades vendidas, um crescimento de 33,6% em relação a março do ano passado. Entretanto, o primeiro trimestre do ano fechou com 3.331 unidades licenciadas, uma queda de 9% em relação 3.661 unidades vendidas nos três primeiros meses de 2020.

A paralisação de diversas montadoras entre o fim de março e começo de abril por conta do agravamento da pandemia e falta de peças tende a afetar o desempenho desse mercado no próximo trimestre também. Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moraes, existem três pontos de preocupação para os próximos meses.

“Um deles é a situação alarmante da pandemia no país, que só deve se estabilizar a médio prazo com a aceleração da vacinação. O segundo é o conjunto dos fundamentos econômicos, ameaçado não só pela pandemia, mas também pelo excesso de ruídos políticos. Finalmente, temos alguns gargalos na produção, sobretudo de componentes eletrônicos, um problema global sobre o qual não temos controle e que deve perdurar ao longo do ano”, enumera Moraes. Para o dirigente, o momento é de chamar a reponsabilidade de todos as esferas de poder para um esforço de vacinação e para o controle das contas públicas, além do destravamento das pautas reformistas no Congresso Nacional, que podem ajudar a reduzir o Custo Brasil.

 

Por Paula Toco com informações da Anfavea

Jornalista Paula Toco sentada em banco do motorista de caminhão pesado

Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.

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