7 diferenças entre greve dos caminhoneiros no Brasil e em Portugal

No início da semana, caminhoneiros (ou “camionistas”, como são chamados por lá) de Portugal concordaram em dar fim a uma paralisação que durou cerca de 6 dias. Pedindo melhorias na remuneração, motoristas portugueses resolveram fazer uma greve dos caminhoneiros, assim como aconteceu em maio de 2018 no Brasil.

Leia também: Greve e piso mínimo – 4 de setembro será decisivo para caminhoneiros

Mas até que ponto as paralisações em Portugal e no Brasil são parecidas? Confira nossa lista e entenda o que os caminhoneiros reivindicam em cada país:

 

Duração da greve dos caminhoneiros

Em Portugal: a greve durou 6 dias corridos e em pouco tempo já deixou o país com problemas no abastecimento de combustível. Portugal é um país consideravelmente menor que o Brasil e seu território pode ser comparado, em tamanho, com o estado de Pernambuco. Isso deve ser levado em conta na hora de fazer uma comparação.

No Brasil: a paralisação durou 11 dias e também trouxe problemas de abastecimento no país, não só de combustível. Um agravante foram as fakes news espalhadas sobre o movimento durante o período de greve dos caminhoneiros, que incentivava a população geral a estocar mantimentos, o que fez com que o estoque de mercados acabasse antes do previsto.

 

Reivindicações

Em Portugal: a principal reivindicação dos “camionistas” portugueses dizia respeito à remuneração. Um acordo envolvendo o governo português, feito em maio de 2018, prometia aumento para a categoria, o que não aconteceu. Os motoristas por lá recebem, em média, um salário de 600 euros mensal, que equivale ao salário mínimo do país.

No Brasil: muitas pautas foram incluídas nas manifestações, mas a principal era o preço do diesel. Na época, devido à mudança da política de preços da Petrobras, que permitia que a estatal atualizasse os valores dos combustíveis sempre que julgasse necessário, a situação do preço do diesel se agravou ainda mais. Junto com isso, os fretes, cada vez mais baixos, também causaram insatisfação na categoria.

 

Quem aderiu à greve dos caminhoneiros

Em Portugal: caminhoneiros empregados aderiram a paralisação pois a principal reivindicação diz respeito a eles. A questão do reajuste no salário foi o que motivou a greve em terras portuguesas. Dois sindicatos que representam a categoria no país tomaram a frente no movimento.

No Brasil: caminhoneiros autônomos começaram o movimento, já que devido ao preço baixo dos fretes e o aumento no valor do diesel, esses motoristas mal conseguiam arcar com os custos da viagem. Depois, caminhoneiros empregados – com o apoio de transportadoras e empresas do setor – passaram a apoiar o movimento, uma vez que a pauta sobre o diesel também era do interesse de companhias do segmento.

 

Uso do exército

Em Portugal: já no segundo dia de paralisações, o governo convocou o exército nacional para escoltar caminhões que transportavam combustível, para garantir que chegassem ao destino.

No Brasil: a primeira intervenção do exército foi no quarto dia de paralisação, conseguida por meio de uma liminar. A partir do quinto dia de greve dos caminhoneiros, o governo passou a autorizar a atuação das forças armadas para desbloquear trechos de rodovias.

 

Estado de emergência

Em Portugal: decretado em todo o país já no segundo dia de greve.

No Brasil: decretado pela prefeitura de cada cidade, dependendo da demanda. Aulas foram canceladas e nas cidades maiores houve redução da frota de ônibus urbanos.

 

Postos de combustível

Em Portugal: governo anunciou racionamento de combustível e limitou abastecimento a 15 litros de gasolina ou diesel por veículo particular.

No Brasil: mensagens nas redes sociais incentivavam a população a estocar combustível e alimentos, o que gerou caos e fez com que postos de combustível aumentassem seus preços estrategicamente para lucrar mais. Já no oitavo dia de greve, vôos foram cancelados e ônibus urbanos ficaram sem combustível em diversas cidades.

 

Bloqueios

Em Portugal: manifestantes decidiram interromper 100% dos serviços de transporte prioritários, em aeroportos, portos, hospitais de emergência. Também pararam 75% do transporte público.

No Brasil: Bloqueios em rodovias impediam a passagem somente de veículos de carga, serviços como transporte de medicamentos e cargas vivas eram liberados. Houve bloqueio total em alguns pontos.

 

Por Pietra Alcântara

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