Um piloto do sistema free-flow (fluxo livre) foi implantado para testes no km 31,5 da Rodovia Ayrton Senna, no sentido interior. A estrutura em forma de pórtico está instalada próximo à praça de pedágio de Itaquaquecetuba, e quem fará o controle é concessionária que administra o trecho, a Ecopistas.
O free-flow é uma ferramenta que apura o trajeto do veículo e o condutor é tarifado proporcionalmente pela quilometragem percorrida. A tecnologia pretende remover as praças de pedágio e inserir o sistema de monitoramento por “Tag”.
Como funcionarão os testes da Ayrton Senna?
Os testes do free-flow começaram em laboratório no ano de 2021, e em março deste ano a estrutura do projeto piloto foi instalada no pórtico. “Tomamos a decisão de ir para Rodovia, ou seja, nós estamos num cenário quase que real”, comenta Luiz Tavares, gerente de atendimento ao usuário na Concessionária Ecopistas.
A estrutura foi aparelhada com câmeras, antena de leitura de “Tag” e sensores óticos que fazem a leitura de eixo dos veículos que passam pela rodovia. Todas as informações são enviadas para um sistema central responsável por processar e calcular todos os dados. Dessa forma, todos os veículos que passarem pelo km 31,5 da Rodovia Ayrton Senna, com ou sem “Tag”, estarão sujeitos ao teste sem nenhuma cobrança adicional.
Investimentos no projeto
A tecnologia é proveniente da Europa e o investimento ocorrerá em fases, com valor estimado até o momento em cerca de R$ 5 milhões. O custo total ainda não está previsto, pois não estão descartados ajustes futuros na aparelhagem.
O prazo para os testes não foi estabelecido, pois a intenção, no primeiro momento, é analisar se o sistema piloto consegue capturar as informações dos veículos que circulam pelo local. Essa análise será feita pela comparação dos dados do sistema piloto com os da praça de pedágio. Já numa segunda fase de teste, a concessionária pretende analisar se o valor cobrado nas praças está condizente com o trecho percorrido pelos automóveis.
Não existe a obrigatoriedade da implementação do free-flow no contrato da Ayrton Senna com Carvalho Pinto, da Ecopista firmado em 2009. A transição no modelo de cobrança neste trecho só poderá ser feita mediante alteração contratual, que é uma intenção futura da concessionária.
Enquanto isso, o piloto servirá como base para próximas etapas de expansão do uso destes equipamentos no trecho do Rodoanel Norte que já prevê a cobrança por esta modalidade em seu contrato.
Lembramos que as novas licitações de rodovias. já incluem a implantação desse sistema de cobrança, como é o caso da Rodovia Dutra, administrada pela CCR Rio/ SP. A concessionária realiza testes para a implementação do free-flow nos trechos de São Paulo a Guarulhos, ainda sem previsão.
O que mudará com o free-flow?
De acordo com Luiz, da Ecopistas, o free-flow gera mais comodidade porque evita filas de espera no pedágio. Além disso, traz economia ao condutor, porque não há necessidade de diminuir a velocidade do veículo na praça de pedágio para, após ela, ter que acelerar novamente.
Ele acredita na transição natural para a leitura por “tag”, pois o sistema proporciona eficiência operacional. Além disso, as operadoras dessa tecnologia têm oferecido vantagens para os usuários e os “Tags” são aceitos em todos os estados do Brasil, afirma Luiz.
Contudo, ele explica que mesmo em vigência do sistema free-flow, o usuário que não quiser aderir ao tagueamento poderá ser tarifado pela placa, pois os sistemas estão sendo testados para captar as informações dos veículos mesmo em alta velocidade.
A ARTESP (Agência Reguladora do Estado de São Paulo) e o Governo paulista acompanham o projeto piloto da Ecopistas.
Por Jacqueline Maria da Silva