Os caminhoneiros são muito importantes para o carnaval. São eles que levam os trios nos blocos, os carros alegóricos nos desfiles e até nos produtos que você consome no carnaval, da fantasia ao food truck. No entanto, parte deles passam tempo nas estradas e, às vezes, não conseguem aproveitar essa festividade. Pensando neles, o Pé Na Estrada fez uma lista de marchinhas de carnaval que não foram, mas poderiam ter sido escritas por e para os caminhoneiros.
1.Oh Abre Alas
Fala a verdade, quando você escuta “Oh, abre alas, que eu quero passar!!!”, não dá aquela impressão de que alguém precisa de trafegar em algum lugar? A saudosa música de Chiquinha Gonzaga, pioneira nas marchinhas de carnaval, remete à estrada, uma passarela onde o caminhoneiro desfila para chegar com a carga em qualquer lugar do país.
2. Me dá um dinheiro aí
Poderíamos muito bem mudar o “Me dá um dinheiro aí”, composição de Homero, Glauco e Ivan Ferreira, por “Me dá meu frete aí”. Com isso, representaria ainda mais os caminhoneiros, principalmente os autônomos e os perrengues para receber um frete justo.
3.Turma do Funil
Na letra dos autores Mirabeuau Pinheiro, Milton de Oliveira e Urgel Castro “Chegou a turma do funil, todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto” faz duas referências. A primeira é um lembrete de que bebida e direção não combinam de jeito nenhum. No carnaval, muitos aproveitam, enquanto a turma do trecho trabalha e por isso não deve beber.
Já a segunda referência é que bem parece que o autor da música adivinhou que está faltando ponto de apoio e descanso para o caminhoneiro, porque “ninguém dorme no ponto”.
4. Está chegando a hora
A música de Henricão e Rubens Santos foi feita para o fim do carnaval, a hora da despedida. Mas a letra tem uma baita semelhança com a despedida do caminhoneiro, sobretudo o que faz tiro longo. Sendo assim, podemos dizer que seria a marchinha da Cristal, que vê o seu amor partindo logo cedo: “Está chegando a hora, o dia já vem raiando, meu bem, eu tenho que ir embora”.
5. Allah-lá-ô
Essa é uma das marchinhas mais famosa, que fala do calor intenso que o folião passa no carnaval. Não é muito diferente do calor que o caminhoneiro passa nas estradas só que o ano todo.
Com a cara na janela, passando por lugares em que o clima seco e quente predomina, lá está o estradeiro, fazendo esse percurso para levar a carga. “Atravessamos o deserto do Saara, o sol estava quente, queimou a nossa cara”. Aliás, vale lembrar que o caminhoneiro precisa usar protetor solar, pois fica o dia todo exposto ao sol, o que pode trazer diversos problemas.
Por Jacqueline Maria da Silva