A Mercedes-Benz revelou nesta terça-feira (10) o eActros 600, seu primeiro caminhão pesado elétrico com bateria para 500 km de autonomia. O lançamento foi realizado na cidade de Hamburgo, Alemanha.
O eActros 600
De acordo com a Mercedes-Benz, a alta capacidade da bateria, que excede 600 kWh, e um novo eixo motriz elétrico, permitem a esse caminhão atingir uma autonomia de 500 km sem a necessidade de recarga intermediária. Portanto, o eActros 600 poderá ser capaz de percorrer mais de 1.000 quilômetros por dia, graças a recargas intermediárias realizadas pelos motoristas durante as pausas ao longo das viagens.
Atualmente, aproximadamente 60% das viagens caracterizadas como longa distância realizadas pelos clientes da Mercedes na Europa são inferiores a 500 quilômetros. Portanto, a infraestrutura de carga e recarga de baterias nos locais de partida e de entrega é suficiente para o novo modelo. Para todas as outras aplicações, a contínua expansão da infraestrutura pública de recarga é crucial para tornar o transporte de longa distância com caminhões elétricos viável em toda a Europa.
Além da carga CCS de até 400 kW, o eActros 600 também permitirá cargas de Megawatts (MCS). Assim que a tecnologia MCS estiver disponível e for padronizada entre os fabricantes, ela será adaptada às versões do eActros 600. No entanto, os clientes já podem solicitar uma pré-instalação para esse fim. Segundo a MB, as baterias podem ser carregadas de 20% a 80% em cerca de 30 minutos em uma estação apropriada com uma potência de um Megawatt.
O veículo é projetado para um Peso Bruto Total (PBT) combinado de até 44 toneladas. Com um semirreboque padrão, o eActros 600 tem uma carga útil de aproximadamente 22 toneladas. Em alguns casos, legislações nacionais podem permitir uma carga útil ainda maior.
No que diz respeito à rentabilidade para os frotistas, o eActros 600 pretende estabelecer novos padrões, visando substituir, a longo prazo, a maioria dos caminhões a diesel nesse segmento. O objetivo da marca para o transporte elétrico a bateria de longas distâncias é oferecer aos clientes uma solução completa que envolva tecnologia de veículos, consultoria, infraestrutura de carga e serviços.
Além disso, as emissões de CO2 do eActros 600 dependerão da eletricidade utilizada na operação do veículo. Com o atual mix energético europeu, o eActros 600 pode proporcionar uma redução de cerca de 40% nas emissões de CO2 em comparação com um Actros a diesel. Com energias totalmente renováveis, esse índice pode chegar a mais de 80% ao longo de todo o ciclo de vida do produto, estimado em dez anos. Isso corresponde a uma economia de cerca de 370 a 775 toneladas de CO2. Como resultado, o eActros 600 pode compensar a pegada de CO2 da fabricação de suas baterias no seu segundo ou primeiro ano de operação no transporte de longas distâncias.
Produção e vendas
O modelo será produzido na linha de montagem da Mercedes-Benz em Wörth am Rhein, no sul da Alemanha, em paralelo e de forma flexível com a produção dos caminhões a diesel. As vendas do eActros 600 terão início ainda neste ano, e o início da produção em série está previsto para o final de 2024.
Além dos cavalos mecânicos, a Mercedes-Benz também produzirá versões de caminhões rígidos do eActros 600, oferecendo mais opções de aplicação para o transporte totalmente elétrico. Atualmente, uma frota de cerca de 50 protótipos está sendo produzida, alguns dos quais também serão disponibilizados para testes práticos com clientes.
“O eActros 600 representa a transformação do transporte rodoviário de mercadorias para a neutralidade de CO2 como nenhum outro caminhão com a estrela de três pontas […] Ele caracteriza-se por uma tecnologia de tração elétrica altamente inovadora, que pode oferecer aos nossos clientes uma eficiência energética alta e mais rentabilidade, o que torna a entrada na mobilidade elétrica ainda mais atraente”, afirma Karin Rådström, CEO da Mercedes-Benz.
Vai chegar ao Brasil?
Ainda não há previsão para que o produto chegue à nossa terra. Um primeiro fator é que no Brasil, 500 km não são considerados longa distância. Grande parte dos estradeiros roda mais que isso por ida, o que poderia ser um problema para o recarregamento.
Além disso, a infraestrutura brasileira ainda está longe de estar preparada para a chegada de grandes veículos elétricos. O segmento em que esses veículos zero emissões atuam ainda é, majoritariamente, viável apenas para veículos de menor porte e urbanos.
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Por Daniel Santana com informações da Assessoria Mercedes-Benz