O Contorno Viário da Grande Florianópolis foi inaugurado na última sexta (9) pela Arteris. Depois de receber R$ 3,9 bilhões em investimentos, o corredor expresso vai proporcionar maior segurança viária e beneficiar mais de 1,1 milhão de pessoas com a redução de tempo em seus trajetos diários na região. A via já está liberada ao trânsito e entregue para operação à concessionária Arteris Litoral Sul.
O que oferece essa obra à região?
Considerada a maior obra de infraestrutura rodoviária da América Latina, o Contorno Viário da Grande Florianópolis irá contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Até o fim das obras, os municípios da região coletaram cerca de R$ 185 milhões em impostos e, com a operação, usufruirão de um impacto positivo também na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) nos próximos anos.
“É uma honra e uma emoção muito grande inaugurar o Contorno Viário da Grande Florianópolis, uma rodovia moderna que será fundamental para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina e do Brasil e trará impactos significativos na vida das pessoas que ali vivem. O Contorno Viário da Grande Florianópolis integra o corredor logístico do Mercosul que proporciona uma alavanca de grande valor para nosso fluxo de comércio internacional e nacional”, disse o Presidente da Arteris, Sérgio Garcia.
Com 50 quilômetros de pista dupla e seis acessos por trevos, o Contorno Viário da Grande Florianópolis irá desviar o tráfego de longa distância da região metropolitana da Capital catarinense. A rodovia tem quatro túneis duplos, 21 passagens em desnível e sete pontes duplas, e passa pelos municípios catarinenses de Biguaçu, São José e Palhoça.
Trajeto reduzido e opção de rota para caminhões
Os motoristas que trafegarem pelo Contorno farão o trajeto em cerca de 40 minutos, o equivalente a 50% do tempo anteriormente empregado. A Arteris Litoral Sul também estima que 18 mil caminhões por dia deixarão de utilizar a BR-101/SC e passarão a transitar pelo Contorno Viário entre os trechos de Biguaçu e Palhoça.
A obra tem características únicas. A área de pavimentação da rodovia é equivalente à construção de 183 campos de futebol e as perfurações de geodreno e de fundação equivalem à distância de Florianópolis até o estado do Amapá, em linha reta. O novo corredor expresso também foi projetado nos mínimos detalhes. Com velocidade média de 100 km/h, o trajeto é plano e de curvas suaves, evitando a necessidade de redução de velocidade e garantindo a característica de corredor expresso.
“Executar uma obra dessa magnitude, com números tão grandiosos, é extremamente desafiador”, diz André Bianchi, diretor executivo de Engenharia e Obras da Arteris. “Construímos quatro túneis duplos em três anos, a partir da aprovação final do projeto. Esses equipamentos são dotados de um dos sistemas de inteligência e automação mais modernos do mercado, proporcionando mais segurança a todos”.
Chamado de ITS, Intelligent Transportation Systems, o sistema reúne iluminação, sensores de detecção e de combate a incêndio, sinalização com painéis de mensagens variáveis e balizadores de faixa, telefonia de emergência e ventilação, entre outros. Há ainda um Circuito Fechado de Televisão (CFTV) que irá monitorar o movimento em tempo integral.
Cada túnel terá uma subestação, onde será feito todo o controle automatizado dos sistemas, que estão conectados também à central de operações da Arteris Litoral Sul, em São José dos Pinhais (PR). O sistema de gestão dos equipamentos e subsistemas é integrado nos quatro túneis, permitindo uma operação ágil, automatizada e pró-ativa.
Cuidado com a ecoeficiência
O Contorno Viário de Florianópolis também está alinhado aos padrões de ecoeficiência da Arteris. Estão instaladas mais de 230 lâmpadas LED na nova rodovia que devem reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e combater as mudanças climáticas. Durante a obra, mais de 18 mil toneladas de resíduos foram recicladas e 160 mil litros de água foram reutilizados.
Além disso, o projeto conta com 25 passagens de fauna, que vão proporcionar uma travessia segura para os animais, evitando acidentes e contribuindo com a preservação das espécies locais. Mais de 45.000 animais foram registrados na área de influência do empreendimento e 2.130 foram resgatados e remanejados durante a construção.
Na fase de obra, a Arteris implementou 13 programas ambientais para proteger os ecossistemas da região. Reunidos no Plano Básico Ambiental (PBA), as ações foram destinadas a monitorar, controlar e reduzir possíveis impactos ambientais.
Foram reflorestados 166 hectares da Baixada do Maciambu, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça (SC), considerada a maior unidade de conservação de proteção integral de Santa Catarina. Além disso, foi evitada a supressão de 25 hectares da Mata Atlântica por meio de técnicas de engenharia para a redução do canteiro central, com muros de contenção, estratégias de geotecnia e túneis. Mais de 14 mil mudas foram plantadas para garantir a conservação da biodiversidade local com diferentes espécies nativas.
A obra teve licenciamento ambiental federal concedido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), que também foi responsável pelo acompanhamento periódico do cumprimento de todas as condicionantes ambientais. Esse monitoramento também foi feito pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), responsável por acompanhar o componente indígena do Plano Básico Ambiental. O Instituto do Patrimônio Histórico e Arqueológico Nacional (IPHAN) monitorou a investigação e recuperação arqueológica do local.
Evento de inauguração
A inauguração do Grande Viário da Grande Florianópolis contou com as autoridades locais e a presença do Presidente da República. Além do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues.
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Por Thaís Corrêa, com informações da Arteris
Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.