Basta buscar na internet BR-381 que facilmente se encontra uma associação com o apelido Rodovia da Morte.
Recentemente, com o trecho por completo concedido, promessas e projeções começam a surgir com o intuito de acabar com a má fama da via que liga Minas Gerais ao Espírito Santo, transfonando o acesso em um paraíso ao chão.
Projeção tira BR-381 da morte e a coloca no paraíso
O estudo da Fiemg, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, aponta que a mudança promete reduzir acidentes, gerar empregos e diminuir emissões de CO₂.
Com a concessão e duplicação, está previsto a redução de 161 mil toneladas de gases de efeito estufa em 30 anos.
Maior economia para o motorista na BR-381 do paraíso
Já com relação ao bolso do motorista, se prevê uma redução de R$ 1,01 bilhão em despesas aos usuários (considerando gasto com combustível, lubrificantes, peças, pneus e tempo de transporte de cargas) e de R$ 374,55 milhões em custos com acidentes.
Na 27ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2024 a BR-381 tem altos e baixos números nas avaliações.
Colcha de retalhos e muito a melhorar
Conforme o levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte), a BR-381 tem 960 quilômetros de trecho regular, considerando todos os itens de avaliação e 109 quilômetros classificados como ruim e quase 100, bons.
Com relação à pavimentação, a rodovia tem índice bom entre São Paulo e Belo Horizonte e ruim no trecho mineiro de Governador Valadares. A situação só melhora um pouco, para o estado de regular no sentido do litoral.
Sinalização é regular para ruim na maior da BR-381
Se o estado da pavimentação é uma salada de asfalto, a do das placas de sinalização é um osso duro de roer. Só o trecho do Espírito Santo tem nota boa, já o restante é regular para ruim.
Por fim, a geometria do asfalto. Vale dizer que ela é fundamental para segurança e dirigibilidade de todos, além de influenciar no escoamento da água.
Aí que mora o perigo das estradas malconservadas e com falhas
O índice de geometria da BR-381 é bom só no trecho entre SP e Extrema (MG). Entre a divisa dos estados (Café com Leite) e por mais 850 quilômetros a qualidade cai para regular, enquanto, passa para ruim no Espírito Santo e para péssimo em Governador Valadares.
“As cidades impactadas pelo trecho que já é concessionado começam a perceber efeitos positivos, como a criação de 22.907 vagas de emprego em 2023, sendo 5.524 no setor industrial, um contraste claro em relação às perdas observadas nos trechos ainda sob gestão pública”, destaca Victório Semionato, diretor do Conselho de Infraestrutura da FIEMG.
Pista simples e uma mão de duas vias
O trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, também na rodovia BR-381, tem extensão de 303,46 km, dos quais aproximadamente 223,8 km estão, atualmente, em pista simples e 79,6 km em pista dupla.
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.