O desempenho dos caminhões em 2025 não tem sido positivo e o fechamento do penúltimo trimestre manteve a tendência. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, este foi o pior trimestre do ano, com queda de 9,4% na produção.
Como se comportou o setor de pesados no último mês
Comparando os números da produção de caminhões em setembro de 2024 com setembro de 2025, a queda foi de 23,5%. No mesmo mês do ano passado, a produção somou 13,2 mil veículos, enquanto neste ano foram 10,1 mil unidades.
As vendas também recuaram no período, com uma queda de 14,5%. Em setembro de 2024, foram 11,5 mil caminhões emplacados, contra 9,8 mil no mês passado.
Por outro lado, o que tem sustentado o setor em meio às retrações são as exportações, que aumentaram 56,2%. Em setembro de 2024, o mercado brasileiro enviou 1,7 mil caminhões ao exterior, enquanto, no mesmo período deste ano, foram 2,7 mil.
Acumulado do ano de caminhões
No acumulado de 2025, o setor apresenta queda de 3,9% na produção. De janeiro a setembro de 2024 foram produzidos 102,6 mil veículos, contra 98,6 mil no mesmo período deste ano.
As vendas acumuladas caíram 7,7%: em 2024 foram 91,1 mil caminhões emplacados, enquanto em 2025 o total chegou a 84,1 mil unidades.
Já as exportações seguem em alta, com crescimento expressivo de 84,7%. Entre janeiro e setembro de 2024, o setor exportou 11,7 mil caminhões, ante 21,6 mil no mesmo período de 2025.
Ônibus se mantêm firmes em meio à crise
Em meio a um cenário de incertezas, o segmento de ônibus tem apresentado resultados positivos. A produção desses veículos aumentou 28% em relação a setembro de 2024: foram 2.177 unidades no ano passado e 2.787 no mesmo mês de 2025.
Nas vendas, porém, houve leve retração de 2,5%. Em setembro de 2024, o mercado emplacou 2.004 ônibus, enquanto no mês passado foram 1.954 unidades.
O mercado registrou alta de 85,5% as exportações: em setembro do ano passado, enviaram 365 ônibus ao exterior, e neste ano o número subiu para 677 veículos.
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Acumulado de ônibus de 2025
No acumulado do ano, a produção de ônibus cresceu 13,4%. De janeiro a setembro de 2024, o setor produziu 21.197 unidades; no mesmo período de 2025, o total chegou a 24.030.
Os emplacamentos também aumentaram 12,2%, passando de 15.760 unidades em 2024 para 17.690 neste ano.
Como era de se esperar, as exportações do segmento também foram positivas, com alta de 60,6%. De janeiro a setembro de 2024, o mercado registrou 3.258 ônibus exportados, contra 5.233 no mesmo período de 2025.
Desempenho do 3º trimestre e o que diz a Anfavea
O 3º trimestre de 2025 foi o pior do ano para o setor de pesados, em comparação com os mesmos períodos de 2024. O 1º trimestre havia registrado alta de 8,6%, o 2º trimestre apresentou leve queda de 0,1%, e o 3º trimestre teve uma redução mais acentuada, de 9,4%.

A Anfavea afirma que o mercado tem contido seus investimentos em meio à alta dos juros, com a taxa Selic em 15%. Com o crédito mais caro, é natural que as empresas posterguem a renovação da frota de pesados, o que, no entanto, gera preocupação no setor.
O Pé na Estrada já abordou, em matéria anterior, uma alternativa encontrada pelo mercado para enfrentar a crise no segmento de veículos pesados. A reportagem mostrou o aumento do interesse por caminhões usados, movimento que dificulta a renovação da frota e diminui o interesse por modelos com matriz energética limpa.
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Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.