quinta-feira, setembro 12, 2024

Caminhões poderão ser proibidos de entrar no Porto de Santos sem agendamento

Na última matéria sobre o agendamento portuário, falamos sobre a APS NAP.SUPOP.OPR.016.2024, que já impedia a entrada de caminhões sem o agendamento ao Porto de Santos. Com o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre a Autoridade Portuária de Santos (APS) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no mês passado, caminhões poderão ser proibidos de entrar no cais santista fora do horário agendado. 

O ACT pretende viabilizar o compartilhamento de informações para o planejamento de ações conjuntas, dentre elas o monitoramento dos veículos destinados ao Porto que passem por estradas federais desde sua origem. A implementação da medida deve acontecer em setembro.

Objetivo do Acordo de Cooperação Técnica (ACT)

A APS afirma que já possui convênio para troca de informações com a Ecovias, concessionária que administra as estradas estaduais do Sistema Anchieta-Imigrantes, principal acesso à Baixada Santista. Ou seja, a PRF complementaria o monitoramento.

O presidente da APS, Anderson Pomini, diz que a iniciativa busca oferecer soluções para problemas de logística, como a entrada dos caminhões nas cidades. Isso acontece, por exemplo, quando o veículo chega muito tempo antes do horário de entrada na Poligonal do Porto Organizado. Por isso, a proibição da entrada no cais santista fora de horário é uma possibilidade.

Outro problema para o qual a parceria busca oferecer soluções é a formação de gargalos no trânsito. Pomini citou, como exemplo, a região do Ecopátio, na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Cubatão.

“Esse sistema vai dar uma informação ao caminhoneiro para que ele aguarde em bolsões que serão construídos na entrada da Rodovia Anchieta, antes da descida, porque assim se evita o gargalo que costuma acontecer no Ecopátio”, esclarece o presidente da APS.

Ecopátio será um dos beneficiados

O Ecopátio de Cubatão recebeu reclamações consideráveis nos últimos meses relacionadas à infraestrutura oferecida aos motoristas. Em março, o Pé na Estrada falou sobre o alagamento do pátio regulador e detalhou o improviso feito pelos caminhoneiros para acessar o refeitório. 

Nos últimos dias, também, foi publicada uma matéria sobre os banheiros oferecidos em containers para os motoristas em área de espera do Ecopátio. Nesse último caso, os viajantes relataram não ter um espaço adequado de higiene e a falta de água quente para tomar banho.

O ACT promete atender um pouco dessas queixas que o Ecopátio recebe, diminuindo o fluxo e podendo melhorar o atendimento dos estradeiros que passam horas e até dias para descarregar.

Melhorias no tráfego de caminhões

Ainda segundo Pomini, o plano da APS é organizar a frota em uma escala maior. Para isso, mais convênios devem ser formulados em um futuro próximo com outras entidades, como companhias de trânsito locais e administradores de rodovias. “Queremos envolver todos aqueles agentes das instituições responsáveis pelo tráfego de caminhões em geral”.

Segundo a PRF, as ações previstas no acordo também englobam melhorias na mobilidade, o combate à violência no trânsito e à criminalidade. Para isso, a APS terá acesso ao Alerta Brasil, sistema de monitoramento da PRF. Enquanto isso, a Polícia Rodoviária Federal poderá acessar o sistema de agendamento de caminhões do Porto de Santos.

“Muitas cargas rodoviárias com destino ao Porto de Santos trafegam por rodovias federais antes de chegarem à Via Anchieta”, informou a Autoridade Portuária, em nota. Ainda segundo a APS, a principal via federal de acesso ao Porto é a Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba.

Em seguida, vem a Presidente Dutra, também BR-116, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Depois, a Rodovia Fernão Dias (BR-381), que liga São Paulo a Belo Horizonte e atende, para o Porto de Santos, a região de Campinas. A APS destaca ainda a Rodovia Doutor Manoel Hyppólito Rego (Rio-Santos).

Outras rodovias federais importantes para o Porto são a BR-153, a Transbrasiliana, que conecta o estado do Tocantins ao Paraná e cruza o estado de São Paulo de Norte a Sul, entre os municípios de São José do Rio Preto e Ourinhos, e a BR-364, que sai do Mato Grosso.

Capacitação e conscientização

Além do monitoramento dos caminhões, o ACT prevê a organização de cursos de conscientização e capacitação dos caminhoneiros. “É preciso cuidar do principal bem, que não é o motor do caminhão, mas sim a saúde mental e física de todos esses profissionais que prestam um relevante serviço para o Brasil”, afirma o presidente da APS.

Veja também: Dutra ganhará PPD na altura de Pindamonhangaba

Por Thaís Corrêa, com informações da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística

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