O crescimento do biometano mantém Brasil na rota alternativa. Pois, além da eletrificação e do diesel verde, o país segue transformando a maneira de se consumir energia.
Com isso, a descarbonização das operações logísticas ganha protagonismo, com iniciativas voltadas para a renovação da frota e a redução contínua das emissões de CO₂.
Biometano coloca Brasil como protagonista
Portanto, um dos exemplos vem do Grupo Multilixo, que opera com uma frota abastecida com biometano produzido na UTGR Jambeiro.
Ou seja, uma unidade da própria empresa dedicada à separação de resíduos, que produz internamente o combustível.
No maior porto do Brasil
Já a Santos Brasil, por meio do Tecon Santos, adotou 35 caminhões movidos a gás natural comprimido (GNC) no Porto de Santos (SP).
O investimento de R$ 40 milhões permite a substituição gradativa dos modelos a diesel por versões mais eficientes, com redução estimada de até 20% nas emissões de CO₂.
Caminhões feitos para usar biometano
A Scania configurou os caminhões, modelo P 340, especialmente para a operação portuária, equipando-os com motor de 9 litros, 340 cv e oito cilindros de gás, capazes de suportar até 78 toneladas de carga.
A medida o plano de modernização do terminal, que prevê elevar a capacidade anual de movimentação de contêineres de 2,6 milhões para 3 milhões de TEUs até 2026.
Em paralelo, a empresa investiu em oito guindastes elétricos (RTGs), que evitarão a emissão de mais de 700 toneladas de CO₂ por mês. Todos os guindastes movidos a diesel serão substituídos até 2031.
O que disse o executivo sobre o GNC?
“Temos uma visão de desenvolvimento sustentável de longo prazo, em que o ser humano e o meio ambiente são protagonistas. Nosso objetivo é sermos cada vez mais eficientes, inovadores e alinhados às melhores práticas ESG”, afirma Bruno Stupello, diretor de Operações de Terminais Portuários da Santos Brasil.
Caminhões de biometano para frotistas
Em terra firme, outro destaque vem da Gás Verde, maior produtora de biometano da América Latina.
A empresa passou a oferecer a solução completa para descarbonização da logística rodoviária, com foco em transportadoras e empresas que precisam zerar as emissões.
A proposta inclui o fornecimento garantido de biometano nas principais rodovias do Sudeste e o aluguel de caminhões novos Scania GH 460 6×2.
Frotas que já utilizam o biometano
Em 2023, a L’Oréal Brasil aderiu ao projeto e passou a abastecer sua frota com biometano, abastecendo 13 caminhões que conectam a fábrica ao centro de distribuição.
A troca do GNV pelo biometano permitiu à empresa alcançar suas metas de redução de emissões, com 750 viagens mensais nesse trajeto.
Como é feito o biometano e as diferenças?
Produzido a partir de resíduos urbanos em aterros sanitários, o biometano substitui combustíveis fósseis como diesel, gasolina, GNV e GLP.
Segundo a Gás Verde, além de reduzir em até 99% as emissões de CO₂, o biometano é 100% nacional, com preços indexados ao IPCA e livre das variações cambiais.
Ele também elimina a necessidade de compra de créditos de carbono, ajudando empresas a cumprir metas ESG com eficiência.
O biometano é um gás combustível renovável, produzido a partir da purificação do biogás, que por sua vez é gerado na decomposição de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, esgoto e lixo urbano
Em outras palavras, o biogás é uma mistura de gases (principalmente metano e dióxido de carbono) gerados naturalmente pela decomposição de resíduos orgânicos.
Com essas iniciativas, a descarbonização do transporte de cargas avança no Brasil, mostrando que inovação, sustentabilidade e produtividade podem – e devem – andar juntas.


Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.