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Dia Mundial do Petróleo: Entenda a relação do óleo com o aumento do preço do diesel

Dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Petróleo. A data foi criada para destacar a importância desse recurso natural não renovável para a sociedade, utilizado como matéria-prima de combustíveis e diversos outros produtos. Mas qual é a relação do petróleo com o recente aumento do preço do diesel aqui no Brasil? É o que você verá a seguir.

A política de preços da Petrobras

Desde 2016, a Petrobras adotou uma nova política de preços de diesel e da gasolina baseada nas “condições de mercado e da análise de ambiente externo”. Para fazer os reajustes no preço dos combustíveis, a estatal monitora o valor atual do barril de petróleo nos mercados internacionais e da cotação do dólar. Neste modelo, os reajustes dos combustíveis podem ser feitos a qualquer tempo.

Como o preço do petróleo no mercado internacional pode afetar o preço do óleo diesel no Brasil?
A Petrobras é uma empresa estatal brasileira de produção e exploração de petróleo e gás natural.

Com essa política, para haver algum tipo de redução no valor do diesel nas refinarias, é necessário que essas duas variáveis tenham quedas em um mesmo período. Entre abril e julho deste ano, a cotação do dólar chegou a cair 7,5%, mas o preço do barril de petróleo teve uma alta de 12,8%. Isso fez com que a Petrobras reajustasse o valor do diesel em 3,7% no início de julho.

Nessa segunda-feira, 27, o preço do petróleo Brent, referência global, chegou a bater a marca de U$$ 80 o barril, maior valor desde outubro de 2018. O atual valor deve-se à alta na demanda pelo combustível mais rápida que o esperado e pela redução da produção causada pelo furação Ida nos Estados Unidos. A desvalorização do dólar também é um fator que influencia o preço do petróleo, já que o torna mais caro para investidores em outras moedas.

Por conta desta marca, a Petrobras aumentou o preço do diesel nas refinarias em 8,89%, deixando o combustível R$ 0,22 mais caro na bomba em relação ao preço até o dia anterior. Mesmo com o reajuste, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) acredita que o diesel ainda está custando R$ 0,24 abaixo do preço da paridade internacional.

Por que a Petrobras adota esta política?

Em 2016, após o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff, a Petrobras passou a adotar uma nova política de preços sobre os combustíveis que vigora até hoje. No governo Dilma, a variação dos preços internacionais era repassada de forma atrasada aos valores praticados no país, como forma de tentar segurar o aumento da inflação.

Na prática, isso fez com que a Petrobras vendesse seus produtos a preços abaixo do mercado, o que teria causado enormes prejuízos à empresa.

Desde a posse de Pedro Parente no comando da estatal, em 2016, a Petrobras utiliza a política de paridade internacional. No entendimento da empresa, se o preço do diesel no Brasil ficar abaixo do mercado internacional, nenhuma empresa vai querer importar.

“Se reduzíssemos o preço do diesel nas refinarias independentemente das cotações internacionais, estaríamos repetindo erros do passado, que geraram a maior dívida entre empresa do mundo e quase quebraram a Petrobras”, diz a estatal.

O Brasil no cenário do petróleo

Atualmente, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de produção e de exportação de petróleo. Apesar do país ser autossuficiente em petróleo, ou seja, quando a produção supera o consumo, se faz necessário a importação dos combustíveis.

Dentre os motivos, estão a dificuldade de refinar o petróleo brasileiro e a má distribuição das refinarias no país. Das 16 unidades da Petrobras, não há nenhuma no Centro-Oeste e apenas uma em Manaus, o que faz ser mais vantajoso importar combustível nesses lugares, mesmo com o dólar alto.

A Petrobras é responsável por quantos % do preço do diesel?

A Petrobras é responsável por 52% do valor por litro do diesel. Os 48% restantes ficam por conta de fatores de mercado como acréscimos de tributos federais, caso do PIS, Cofins e Cide, e estaduais, caso do ICMS, além de custos para aquisição e mistura de biocombustíveis, margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.

 

Por Wellington Nascimento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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