Diesel HVO começa a ganhar espaço no Brasil. Ele é o diesel renovável, produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais por meio de um processo de hidrotratamento ou Hydrotreated Vegetable Oil.
Esse processo remove impurezas e oxigênio das matérias-primas, resultando em um combustível de alta qualidade, com características similares ou até superiores ao diesel fóssil.
Vantagens do Diesel HVO:
- Redução de emissões – Emite até 90% menos CO₂ em comparação ao diesel convencional.
- Alta compatibilidade – Está usado em motores a diesel sem a necessidade de modificações.
- Melhor desempenho – Possui índice de cetano elevado, proporcionando uma combustão mais eficiente e menor formação de resíduos.
- Menos poluentes – Reduz a emissão de óxidos de enxofre (SOx) e material particulado.
- Maior estabilidade – Não contém oxigênio, o que evita degradação e aumenta o tempo de armazenamento.
Diferença entre Diesel HVO e biodiesel
Embora ambos sejam combustíveis renováveis, o processo de produção do HVO ocorre por hidrotratamento, enquanto o do biodiesel ocorre por transesterificação. O HVO possui maior estabilidade química e pode ser usado puro (HVO100) ou misturado ao diesel comum.
Disponibilidade no Brasil
O HVO ainda tem produção limitada no Brasil, mas algumas montadoras e transportadoras já estão testando sua viabilidade. O uso pode crescer como alternativa sustentável ao diesel convencional.
Os caminhões da BR Aviation no Aeroporto Internacional de Guarulhos, por exemplo, começaram a operar com uma mistura de combustível contendo 10% de Diesel Renovável HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), além do teor obrigatório de 14% de biodiesel e Diesel derivado do petróleo.
A meta da empresa é aumentar gradualmente a proporção de HVO, reduzindo ainda mais as emissões.
“O HVO permite que os clientes ajustem a proporção na mistura conforme suas metas de descarbonização, mantendo a confiabilidade operacional sem impacto na frota. Já utilizamos essa tecnologia há dois anos no Aeroporto do Galeão e agora expandimos para Guarulhos”, destaca Juliano Prado, vice-presidente da Vibra.
A operação em Guarulhos deve reduzir cerca de 80 toneladas de CO₂ eq/ano, e a Vibra pretende ampliar o uso do HVO para outras operações.

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor do Portal Pé na Estrada.