Fumar pequena quantidade de maconha e dirigir é permitido na Alemanha

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Fumar pequena quantidade de maconha e dirigir passa ser permitido na Alemanha. No país das Autobahn, com velocidades máximas, e das marcas de veículos mais apaixonantes do planeta, muita coisa pode se fazer, inclusive dirigir carros e caminhões nos circuitos homologados pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).

Por lá também é permitido dirigindo com 3,5 nanogramas de THC (Tetrahidrocanabinol), substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero Canábis, por mililitro de soro sanguíneo.

Esse limite foi proposto por um grupo de trabalho nomeado pelo Ministério Federal dos Transportes. Antes, o limite era de uma nanograma de THC por mililitro de soro sanguíneo.

Como controlar a mistura de entorpecentes na direção

Para inibir o risco do consumo de maconha e álcool, o grupo de trabalho recomendou a proibição absoluta de bebidas etílicas ao volante, principalmente, para os consumidores de canábis.

Lá está escrito assim: “Comete uma infração quem, durante o período de prova … ou antes de completar 21 anos, como condutor de um veículo automotor na via pública, consome bebidas alcoólicas ou inicia a viagem mesmo sob a influência de tal bebida.”

Vale destacar que são necessários testes salivares altamente sensíveis como triagem preliminar para detectar o consumo de todas as substâncias.

O limite proposto de 3,5 nanogramas de THC por mililitro de soro sanguíneo é, segundo os especialistas, uma “abordagem conservadora”, pois fica equivalente a uma concentração de álcool no sangue de 0,2%.

Leia mais: Legalização da maconha nos EUA afeta transporte, diz estudo

Manfred Wirsch, presidente do Conselho Alemão de Segurança no Trânsito (DVR), destaca que ao ultrapassar o limite de THC no sangue, o motorista recebe multa de 500 euros, dois pontos na carteira e fica proibido de dirigir por um mês.

“Em caso de direção sob efeito de drogas, com sinais de incapacidade, a punição é maior. Possível suspensão da habilitação para dirigir por dez meses, além de dois pontos. Além disso, um exame médico-psicológico (MPU) ou um laudo médico pode ser ordenado”. 

Como funciona a utilização de drogas na direção no Brasil

Vale dizer que, no Brasil, não é recomendado e é ilegal dirigir sob a influência de qualquer substância que possa comprometer sua capacidade de conduzir um veículo com segurança, incluindo a maconha.

O consumo do tipo de fumo pode afetar o seu julgamento, tempo de reação, coordenação motora e percepção de distâncias, colocando você e outras pessoas em risco de acidentes de trânsito.

Mesmo que o motorista se sinta capaz de dirigir após fumar maconha, reflexos e habilidades podem estar prejudicados.

Exame toxicológico melhorou a segurança nas estradas? Descubra como ele funciona?

 O exame toxicológico é um procedimento laboratorial que verifica se uma pessoa consumiu algum tipo de substância tóxica nos últimos 90 ou 180 dias. O exame é obrigatório desde 2016 para a emissão ou renovação da carteira de motorista das categorias C, D e E.

As drogas que podem ser identificadas no exame são: Maconha, Anfetamina, LSD, Crack, Ecstasy, Heroína, Cocaína e Morfina. Vale ressaltar que o exame toxicológico não detecta o uso de antidepressivos, esteroides ou anabolizantes.

O exame deve ser feito em laboratórios do Detran. Ele pode ser feito por meio de amostras biológicas, como sangue, urina, cabelo, pelo ou suor.

Veja também: Exame toxicológico de larga janela para motoristas: Entenda 

É importante destacar que o exame toxicológico não inclui o teste para consumo de bebidas alcoólicas. Além disso, o exame é preparado para evitar resultados falsos positivos causados por contaminação externa.

Quando alguém está fumando maconha no mesmo ambiente, isso não interfere no resultado do exame, pois ele detecta os metabólitos gerados pelo consumo em altas concentrações da droga. O portal Pé na Estrada fez uma reportagem grande sobre esse tema. Vale a pena visitar.

No gráfico abaixo, é possível avaliar a redução de acidentes logo após a implementação do exame toxicológico.

Em outro gráfico, elaborado pelo Ministério do Trabalho, é apresentado a positividade por tipo de substância. Veja que as drogas que propõe estímulos lideram o quadro, tanto isoladas como misturadas.  

 

Para Alvaro Pulchinelli, diretor técnico na Toxicologia Forense e médico toxicologista do Grupo Fleury, os narcóticos agem no organismo e os testes toxicológicos os identificam até um ano após a utilização.

O consumo de substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou não, e drogas sintéticas faz com que cérebro altere as sensações, o estado emocional e o nível de consciência.

O uso contínuo desses narcóticos promove alterações no modo como o organismo reproduz os sentimentos e as sensações ruins, como ansiedade, irritabilidade e agressividade. Isso significa que, o usuário de droga, mesmo quando não está sob efeito dela, pode apresentar alterações psíquicas e físicas, pois seu organismo demonstra sinais de desconfortos, fazendo-o buscar novamente o narcótico para aliviar esse mal-estar e, assim, recomeça o círculo de “uso-abuso-dependência”.

O Exame Toxicológico de Larga Janela de Detecção consegue detectar a utilização de substâncias psicoativas em um período prolongado e é utilizado para diversas finalidades, como renovação de CNH de motoristas profissionais, posse em concursos públicos e fins particulares. “Quando o exame é feito a partir de uma coleta de saliva, a droga pode ser identificada instantaneamente ou em até 6 horas. Quando a coleta se dá a partir da urina, o tempo de permanência das substâncias é de 4 horas a 8 dias. Já nas amostras de cabelo, o tempo prolonga-se de 10 até 365 dias”, esclarece o toxicologista.

Por Rodrigo Samy

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.

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