O Ministério de Minas e Energia divulgou, na noite da última segunda-feira (23), uma breve nota informando nova troca na presidência da Petrobras. José Mauro Ferreira Coelho, que havia assumido o cargo há 40 dias, será substituído por Caio Mário Paes de Andrade na presidência da empresa. Caio será o quarto presidente da Petrobras durante o governo de Jair Bolsonaro.
O que diz o governo
Na nota, o ministério agradece a Ferreira Coelho pelo curto tempo à frente da estatal e ainda destaca que o país passa por um momento “desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”. A publicação ainda afirma que problemas globais, como a guerra entre Ucrânia e Rússia, afetaram diretamente os valores dos combustíveis.
A nota diz ainda: “Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos. Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da Empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”.
Os constantes aumentos nos combustíveis
Um ponto crucial para as demissões no comando da Petrobras são as frequentes elevações nos preços dos combustíveis, algo que gera insatisfação por parte do presidente Bolsonaro.
No mês de março, a forte alta nos preços dos combustíveis, como a Gasolina (crescimento de 18,77%) e o GLP (elevação de 16%) foram determinantes para a tomada de medidas drásticas no comando da Petrobras.
Naquela oportunidade, o Diesel sofreu uma alta de 25% nas refinarias, saltando de R$ 3,61 para R$ 4,51. A elevação culminou na demissão do general da reserva Joaquim Silva e Luna da presidência da estatal
Recentemente, o valor do diesel aumentou em 9% nas refinarias. O preço médio do diesel para as distribuidoras passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 o litro. Contudo, a Petrobras explicou em nota que o aumento aplicado por ela é parcial, correspondendo apenas ao repasse no valor do diesel A. A empresa frisou ainda que os preços praticados têm referência nos valores de mercado e são uma parcela dos preços ao consumidor final.
Para justificar o último aumento, a Petrobras destacou questões como:
- O desalinhamento nos preços do diesel e petróleo, sendo que o primeiro está acima do segundo;
- Elevada volatilidade no mercado causada pelo impacto na redução da oferta frente a demanda.
De acordo com o Observatório Social da Petrobras (OSP), a Petrobras não realiza reajustes no preço da gasolina há 73 dias, sendo o maior intervalo desde 2019. Segundo informações do G1, o levantamento leva em consideração os reajustes anunciados desde agosto de 2019, quando a estatal passou a divulgar as informações de preço médio por refinaria.
Mas o preço dos combustíveis vai baixar?
A troca de presidente não garante mudança no valor do diesel ou outro combustível. Somente um mudança de política de preços, retirando a paridade internacional, poderia provocar essa mudança.
Especialista também afirmam que se o preço não estiver alinhado com o mercado internacional, pode haver desabastecimento interno e as bombas podem secar. Se isso acontecesse em época de safra, o estrago seria ainda pior.
E o frete?
Para o caminhoneiro, caso o valor do frete acompanhasse a variação do diesel, o problema não seria tão grande. Entretanto, não é o que se vê. Para tentar contornar a questão, o Presidente publicou uma medida provisória diminuindo o gatilho de atualização dos valores de piso mínimo. Se antes era necessário uma variação de 10% no preço do diesel, agora com 5% a tabela já é atualizada. Clique aqui para acessar a calculadora de frete.
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Por Daniel Santana com informações da Petrobras, do G1 e do Ministério de Minas e Energia