A notícia boa é que o mercado de construção está crescendo, entretanto, a produção interna não está dando conta da demanda de máquinas autopropulsoras. Os dados foram analisados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), com a divulgação da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), órgão do governo brasileiro que formula políticas públicas para o comércio exterior.
O crescimento de importação entra, em contrapartida, com a exportação, que cresceu 1,6 na análise de 2020 a 2024. Segundo a Associação, o crescimento acentuado das importações de máquinas autopropulsadas transformou o superávit em déficit na balança comercial, dobrando o valor no último ano. Confira a análise na imagem.

O que o aumento da importação reflete no mercado?
O crescimento da importação, quase que dobrado à exportação, representa que o Brasil pode estar perdendo força de mercado.
Pois, a importação são as máquinas que o Brasil compra de outros países, com liderança para a China, com 55,7% das importações, seguido da Índia, com 26,4%.

Para se ter uma ideia do crescimento da China ao nível global, a participação dos chineses na importação de máquinas nas Américas dobrou em 2024; de 20,7% para 43% em construção e de 7,7% para 12,7% em agrícolas.
Já a exportação são as máquinas que o Brasil vende para outros países, com destaque para os Estados Unidos da América, refletindo 42% das exportações.
Logo, mesmo que o relacionamento com os EUA seja bom para o Brasil, o país precisa equilibrar a balança comercial para que isso não reflita ainda mais na produção interna, assim como participação de mercado e geração de empregos.

Outro destaque do setor de máquinas em 2024, foi a invasão das máquinas importadas nas compras públicas, com evidência para as empresas sem etapas fabris no País. Ou seja, empresas que não tem processos fabricação no Brasil.
O estudo em realização da Anfavea, com 29 licitações contemplando 2.132 máquinas, aponta que 32% das máquinas autopropulsadas compradas pelo Governo Federal foram de empresas sem etapas fabris no País.
A próxima etapa do estudo avaliará a outra parcela com a composição de empresas que estão maquiando a produção local com a importação.
Setor de vendas vai bem graças a construção civil
As máquinas rodoviárias se destacaram no último ano, com um crescimento de 22,2% nas vendas, puxado pela construção civil, que aumentou a sua participação nas compras de 37% para 42%.
Os números das vendas em atacado são comparados com o ano de 2023, que vendeu 30,4 mil unidades. Dentre as máquinas de construção que entram na contagem estão: Tratores de esteira, Retroescavadeiras, Pas carregadeiras, Escavadeiras hidráulicas, Motoniveladoras, entre outras.
Já as vendas de máquinas agrícolas caíram 19,8% em comparação com o ano passado e 2023. Em 2024, foram vendidas 48,9 mil unidades, frente as 61,0 mil unidades no ano retrasado.
As Colheitadeiras de grãos representaram principalmente a queda, recuando 54,2%, enquanto os Tratores de rodas caíram 15,2% no período.
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Projeções para 2025 diante do cenário econômico
A Anfavea projetou um alcance tímido para 2025 em relação às vendas e exportações das máquinas autopropulsoras. Dentre as oportunidades, a Associação, visa principalmente o crescimento global, em torno de 3,3%. Como também, não poderia faltar, ainda mais falando de agronegócio, o PIB brasileiro, previsão de variação de 2,2%.
Dentre os riscos que assusta um pouco a indústria está o aumento da taxa de juros Selic. A previsão de variação é de 14,25%; bem como a taxa de câmbio desvalorizado a R$ 5,9, o que prejudica os custos com insumos importados. Veja a projeção para este ano.
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Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.
Ótima matéria, correlacionando outros setores dentro do contexto e objetivo da página