quarta-feira, janeiro 29, 2025

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

NotíciasMotoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

No dia 1º de janeiro entrou em vigor o Vale-Pedágio Eletrônico. Ele desabilita os modelos de cartão e cupom para o pagamento do Vale-Pedágio Obrigatório (VPO). Com isso, os TAGs, dispositivo eletrônico, começam a fazer a função do pagamento.

Logo, as transportadoras devem efetuar o crédito por meio desses sistemas de pagamento.

Porém, nessas primeiras semanas, o Pé na Estrada recebeu reclamações dos motoristas que já trabalham com essas TAGs.

Eles apontaram cobranças indevidas e dificuldades no atendimento ao cliente, assim como na utilização do sistema. Venha entender nessa matéria o que está acontecendo.

 

Vale-Pedágio Eletrônico Obrigatório

O Vale-Pedágio Eletrônico Obrigatório está amparado na Resolução 6.024 de 2023, cuja meta é aumentar a eficiência, a segurança e a aderências às normas no transporte rodoviário de cargas. 

Outro objetivo é adequar o Vale-Pedágio obrigatório às novas tecnologias de cobrança, como o Free Flow.

Logo, a exigência do uso de sistemas eletrônicos, como as TAGs, elimina os meios de pagamento físicos, reduzindo o tempo de espera nas praças de pedágio.

 

Vale-Pedágio deve constar no MDF-e

Na portaria Nº17 que estabeleceu o prazo até 31 de dezembro para as concessionárias e as fornecedoras se adequarem, também especifica que os contratantes devem registrar os dados do Vale-Pedágio obrigatório no Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e).

O Vale-Pedágio é um benefício obrigatório no Brasil, criado pela Lei nº 10.209/2001, destinado a assegurar que o custo do pedágio seja arcado pelo contratante do transporte de carga, e não pelo transportador autônomo ou pela transportadora.

Confira o que disse a ANTT sobre o Vale-Pedágio Eletrônico.

 

E o que os motoristas estão relatando?

O Pé na Estrada conversou com dois motoristas que estão tendo problemas com a administradora Sem Parar. Um deles é de Pelotas–RS. Ele é um novo usuário de TAG, pois, queria estar de acordo com a obrigatoriedade do Vale-Pedágio.

Esse motorista, usa o modelo pós-pago para duas placas de caminhão, no qual a transportadora deposita o crédito exato de cada viagem. Porém, em uma viagem teve o valor triplicado na fatura, tentou recorrer com a operadora da TAG e não teve sucesso. Veja na imagem a contestação rejeitada.

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

Em um pedido de revisão da cobrança, a Fornecedora de Vale-Pedágio Obrigatório (FVPO) disse ao motorista que se caso fosse concedido o reembolso, seria como crédito na fatura. 

Porém, o crédito não serviria para solucionar o caso, pois no caso de Vale-Pedágio, a transportadora repassa o valor correto de cada viagem, então ele não usaria esse valor excedente.  

 

Mais um caso de problema de TAG

O outro motorista, é da baixada santista, está com um problema parecido com a mesma operadora de TAG, porém, está na modalidade pré-pago. A diferença é que o dispositivo eletrônico precisa receber o crédito antes da realização da viagem. 

Ou seja, segundo o caminhoneiro, mesmo com o valor do Vale-Pedágio Obrigatório já depositado pela transportadora, que o contratou, em sua TAG, o sistema não reconhecia o valor. 

Ele, ainda, relata que fez uma recarga no Dispositivo Eletrônico e que até o dinheiro que foi depositado também sumiu. 

Além do prejuízo, bloquearam a TAG do caminhoneiro por estar com o saldo negativo, o que impediu o motorista de trabalhar.

Pois, sem a TAG normalizada, por erro da empresa de mobilidade, ele não podia carregar em nenhuma empresa enquanto não fizesse uma nova recarga que pudesse abater o saldo que estava (teoricamente) devendo. Veja a imagem desse caso.

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

 

O que diz a fornecedora de VPO sobre os casos?

Em algumas trocas de e-mails, a FVPO estava investigando o que aconteceu com os motoristas. O Pé na Estrada estava também em contato com os motoristas para saber se os orientaram bem sobre o procedimento.

O motorista de Santos relatou a equipe que em uma das ligações que teve com a empresa, que no caso dele de ser o modelo pré-pago, a operadora de TAG disse que o problema estava no sistema. 

Os dois caminhoneiros insistiram por dias entre ligações, trocas de e-mails e protocolos. Para o estradeiro da baixada santista, ainda tinha o agravante de ele estar com o caminhão parado por conta da TAG negativada. A empresa de mobilidade respondeu a equipe do Pé na Estrada sobre a conclusão das investigações. 

 

Nota via Assessoria de Imprensa: 

“Em resposta à matéria e aos questionamentos dos clientes com relação ao Vale Pedágio Obrigatório, gostaríamos de esclarecer alguns pontos importantes:


No caso do cliente Sidnei, a contestação refere-se a uma dúvida do cliente sobre uma transação específica. Nesse caso, explicamos a ele que todos os detalhes estão descritos na fatura, incluindo informações como horário e local de uso, e que comprovam que as transações estavam corretas, o serviço funcionou da forma certa e o crédito foi repassado também corretamente.


Quanto ao transportador Valmir, informamos que o cliente possuía direito ao uso do valor, seguindo os critérios contratados pelo embarcador de rota, praça e dia. No entanto, como não houve a utilização dentro desses critérios, o valor permanece disponível ao transportador, até o final da vigência da viagem. Em ambos os casos, as situações foram esclarecidas e solucionadas com os clientes.


Reforçamos que a tecnologia da Tag proporciona inúmeros benefícios tanto para embarcadores quanto para transportadores, simplificando o dia a dia com o débito automático do Vale Pedágio Obrigatório diretamente dos recursos disponíveis na Tag, realizados pelo embarcador. A solução oferece mais segurança, controle e reduz os riscos de erros e fraudes em relação ao pagamento em espécie.
Estamos sempre à disposição para atender com dedicação e qualidade, reafirmando nosso compromisso com a satisfação de nossos clientes.

 

Mas e aí, como ficaram a situação dos motoristas?

O motorista gaúcho relatou que após várias contestações negadas, não concorda com a conclusão da investigação e irá procurar seus direitos. Já o de Santos, teve uma boa notícia, irá receber o reembolso das cobranças indevidas, porém, irá mudar de operadora de TAG. 

E você, enfrentou dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico que começou a valer este ano? Nos conte aqui nos comentários.

 

Veja também: PL aprovado põe fim a pontuação para quem não pagar pedágio

 

*Matéria atualizada em 24/01/2025*

Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.

7 COMENTÁRIOS

  1. Eu quero saber ..se eu fizer a TAG no banco ..onde eu tenho conta bancária se é aceito para as transportadoras fazerem o pagamento ..referente a TAG de vale pedágio….?
    Por que ..a empresa sem parar cobra mais caro..pela tag ..e seus benefícios..que no meu caso seria somente pra receber o vale pedágio
    No meu banco ..por exemplo cobra 9,90 mensal…o sem parar .. é 54,90 e outros valores …de acordo planos.no meu banco é só 9,90 pra utilizar a TAG..que seria meu esse débito..

  2. O que fazer se os contratantes do frete, não pagam o VPO pois é Lei.

    Colocamos no manifesto porém quem fica inadimplente é a transportadora.

    O que fazer ?

  3. Eu fiquei com essa tag sem parar dois anos na justiça por causa desse mesmo problema relatado.
    A empresa que eu carrego paga o vale pedágio, a sem parar faz uma confusão com esses valores, cobram valores que não existem quando a gente contesta eles inventam 1001 desculpas falam que o pagamento tem que ser efetuado e depois os valores cobrados indevidamente cairá como crédito.
    Trabalhei esses dois anos com a tag da Veloe uma empresa totalmente diferente não tive nem um problema nesse período.
    Minha opinião é que esse novo sistema tinha que obrigar as empresas a realizar o pagamento do vale pedágio com todas as tag disponíveis no mercado, deixando nós escolhermos o melhor serviço entre as tags.
    Essa empresa sem parar presta um lixo de serviço, algum órgão público tem que tomar alguma atitude contra essa empresa, pois estamos sendo lesados é precisamos de ajuda.

  4. Esse sem parar é uma vergonha, juntamente com algumas concessionárias! A empresa faz o depósito do pedágio vc descarrega e mesmo vazio lhe cobram o eixo erguido! O engraçado que guando passamos na cabine manual cobram o correto, valor sem os eixos erguidos. Somos obrigados a voltar a estaca 0 pagar com débito na cabine! Vergonha!

  5. Tenho tag sem parar pré pago
    Me cobram todo mês 51 reais pra manutenção da conta
    Por conta da rota estendia q inventaram perdi quase 600 reis
    Pq não usei o sem parar pra gastar os créditos q tinha no cartão pedagio
    E não fui reenbolsado. Segundo eles iriam me embolsa em 30 dias e até agora nada
    O ultimo contato com o sem parar em janeiro segundo eles eu perdi esses creditos

  6. Entao, vemos isso constantemente, foi gerado uma obrigação para o transportador usar aomente tag mas nao gerado uma regulamentação para essas empresas, o que vai ter de motorista sem conseguir carregar por causa disso, e sim, a sem parar é a empresa que mais esta se aproveitando dessa situação, precisa regular essas empresas de TAG, pois minha fatura sem parar vem cobrando valores extras e nunca conseguimos estorno!

  7. Estou desde ontem dia 23/01/2025.
    Parado com problema na minha tgs.
    A transportadora fez o depósito do vale pedágio mais não cai na TGs.
    Só que ninguém da ConectCar resolve o problema.
    Vou perder o agendamento de descarga. Sabe lá Deus quando vão resolver isso.
    Está difícil pra nós caminhoneiros só inventam lei pra piorar a nossa situação.

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