quinta-feira, fevereiro 6, 2025

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

NotíciasMotoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

No dia 1º de janeiro entrou em vigor o Vale-Pedágio Eletrônico. Ele desabilita os modelos de cartão e cupom para o pagamento do Vale-Pedágio Obrigatório (VPO). Com isso, os TAGs, dispositivo eletrônico, começam a fazer a função do pagamento.

Logo, as transportadoras devem efetuar o crédito por meio desses sistemas de pagamento.

Porém, nessas primeiras semanas, o Pé na Estrada recebeu reclamações dos motoristas que já trabalham com essas TAGs.

Eles apontaram cobranças indevidas e dificuldades no atendimento ao cliente, assim como na utilização do sistema. Venha entender nessa matéria o que está acontecendo.

 

Vale-Pedágio Eletrônico Obrigatório

O Vale-Pedágio Eletrônico Obrigatório está amparado na Resolução 6.024 de 2023, cuja meta é aumentar a eficiência, a segurança e a aderências às normas no transporte rodoviário de cargas. 

Outro objetivo é adequar o Vale-Pedágio obrigatório às novas tecnologias de cobrança, como o Free Flow.

Logo, a exigência do uso de sistemas eletrônicos, como as TAGs, elimina os meios de pagamento físicos, reduzindo o tempo de espera nas praças de pedágio.

 

Vale-Pedágio deve constar no MDF-e

Na portaria Nº17 que estabeleceu o prazo até 31 de dezembro para as concessionárias e as fornecedoras se adequarem, também especifica que os contratantes devem registrar os dados do Vale-Pedágio obrigatório no Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e).

O Vale-Pedágio é um benefício obrigatório no Brasil, criado pela Lei nº 10.209/2001, destinado a assegurar que o custo do pedágio seja arcado pelo contratante do transporte de carga, e não pelo transportador autônomo ou pela transportadora.

Confira o que disse a ANTT sobre o Vale-Pedágio Eletrônico.

 

E o que os motoristas estão relatando?

O Pé na Estrada conversou com dois motoristas que estão tendo problemas com a administradora Sem Parar. Um deles é de Pelotas–RS. Ele é um novo usuário de TAG, pois, queria estar de acordo com a obrigatoriedade do Vale-Pedágio.

Esse motorista, usa o modelo pós-pago para duas placas de caminhão, no qual a transportadora deposita o crédito exato de cada viagem. Porém, em uma viagem teve o valor triplicado na fatura, tentou recorrer com a operadora da TAG e não teve sucesso. Veja na imagem a contestação rejeitada.

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

Em um pedido de revisão da cobrança, a Fornecedora de Vale-Pedágio Obrigatório (FVPO) disse ao motorista que se caso fosse concedido o reembolso, seria como crédito na fatura. 

Porém, o crédito não serviria para solucionar o caso, pois no caso de Vale-Pedágio, a transportadora repassa o valor correto de cada viagem, então ele não usaria esse valor excedente.  

 

Mais um caso de problema de TAG

O outro motorista, é da baixada santista, está com um problema parecido com a mesma operadora de TAG, porém, está na modalidade pré-pago. A diferença é que o dispositivo eletrônico precisa receber o crédito antes da realização da viagem. 

Ou seja, segundo o caminhoneiro, mesmo com o valor do Vale-Pedágio Obrigatório já depositado pela transportadora, que o contratou, em sua TAG, o sistema não reconhecia o valor. 

Ele, ainda, relata que fez uma recarga no Dispositivo Eletrônico e que até o dinheiro que foi depositado também sumiu. 

Além do prejuízo, bloquearam a TAG do caminhoneiro por estar com o saldo negativo, o que impediu o motorista de trabalhar.

Pois, sem a TAG normalizada, por erro da empresa de mobilidade, ele não podia carregar em nenhuma empresa enquanto não fizesse uma nova recarga que pudesse abater o saldo que estava (teoricamente) devendo. Veja a imagem desse caso.

Motoristas relatam dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico

 

O que diz a fornecedora de VPO sobre os casos?

Em algumas trocas de e-mails, a FVPO estava investigando o que aconteceu com os motoristas. O Pé na Estrada estava também em contato com os motoristas para saber se os orientaram bem sobre o procedimento.

O motorista de Santos relatou a equipe que em uma das ligações que teve com a empresa, que no caso dele de ser o modelo pré-pago, a operadora de TAG disse que o problema estava no sistema. 

Os dois caminhoneiros insistiram por dias entre ligações, trocas de e-mails e protocolos. Para o estradeiro da baixada santista, ainda tinha o agravante de ele estar com o caminhão parado por conta da TAG negativada. A empresa de mobilidade respondeu a equipe do Pé na Estrada sobre a conclusão das investigações. 

 

Nota via Assessoria de Imprensa: 

“Em resposta à matéria e aos questionamentos dos clientes com relação ao Vale Pedágio Obrigatório, gostaríamos de esclarecer alguns pontos importantes:


No caso do cliente Sidnei, a contestação refere-se a uma dúvida do cliente sobre uma transação específica. Nesse caso, explicamos a ele que todos os detalhes estão descritos na fatura, incluindo informações como horário e local de uso, e que comprovam que as transações estavam corretas, o serviço funcionou da forma certa e o crédito foi repassado também corretamente.


Quanto ao transportador Valmir, informamos que o cliente possuía direito ao uso do valor, seguindo os critérios contratados pelo embarcador de rota, praça e dia. No entanto, como não houve a utilização dentro desses critérios, o valor permanece disponível ao transportador, até o final da vigência da viagem. Em ambos os casos, as situações foram esclarecidas e solucionadas com os clientes.


Reforçamos que a tecnologia da Tag proporciona inúmeros benefícios tanto para embarcadores quanto para transportadores, simplificando o dia a dia com o débito automático do Vale Pedágio Obrigatório diretamente dos recursos disponíveis na Tag, realizados pelo embarcador. A solução oferece mais segurança, controle e reduz os riscos de erros e fraudes em relação ao pagamento em espécie.
Estamos sempre à disposição para atender com dedicação e qualidade, reafirmando nosso compromisso com a satisfação de nossos clientes.

 

Mas e aí, como ficaram a situação dos motoristas?

O motorista gaúcho relatou que após várias contestações negadas, não concorda com a conclusão da investigação e irá procurar seus direitos. Já o de Santos, teve uma boa notícia, irá receber o reembolso das cobranças indevidas, porém, irá mudar de operadora de TAG. 

E você, enfrentou dificuldades para usar o Vale-Pedágio Eletrônico que começou a valer este ano? Nos conte aqui nos comentários.

 

Veja também: PL aprovado põe fim a pontuação para quem não pagar pedágio

 

*Matéria atualizada em 24/01/2025*

Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.

9 COMENTÁRIOS

  1. Eu quero saber ..se eu fizer a TAG no banco ..onde eu tenho conta bancária se é aceito para as transportadoras fazerem o pagamento ..referente a TAG de vale pedágio….?
    Por que ..a empresa sem parar cobra mais caro..pela tag ..e seus benefícios..que no meu caso seria somente pra receber o vale pedágio
    No meu banco ..por exemplo cobra 9,90 mensal…o sem parar .. é 54,90 e outros valores …de acordo planos.no meu banco é só 9,90 pra utilizar a TAG..que seria meu esse débito..

  2. O que fazer se os contratantes do frete, não pagam o VPO pois é Lei.

    Colocamos no manifesto porém quem fica inadimplente é a transportadora.

    O que fazer ?

  3. Eu fiquei com essa tag sem parar dois anos na justiça por causa desse mesmo problema relatado.
    A empresa que eu carrego paga o vale pedágio, a sem parar faz uma confusão com esses valores, cobram valores que não existem quando a gente contesta eles inventam 1001 desculpas falam que o pagamento tem que ser efetuado e depois os valores cobrados indevidamente cairá como crédito.
    Trabalhei esses dois anos com a tag da Veloe uma empresa totalmente diferente não tive nem um problema nesse período.
    Minha opinião é que esse novo sistema tinha que obrigar as empresas a realizar o pagamento do vale pedágio com todas as tag disponíveis no mercado, deixando nós escolhermos o melhor serviço entre as tags.
    Essa empresa sem parar presta um lixo de serviço, algum órgão público tem que tomar alguma atitude contra essa empresa, pois estamos sendo lesados é precisamos de ajuda.

  4. Esse sem parar é uma vergonha, juntamente com algumas concessionárias! A empresa faz o depósito do pedágio vc descarrega e mesmo vazio lhe cobram o eixo erguido! O engraçado que guando passamos na cabine manual cobram o correto, valor sem os eixos erguidos. Somos obrigados a voltar a estaca 0 pagar com débito na cabine! Vergonha!

  5. Tenho tag sem parar pré pago
    Me cobram todo mês 51 reais pra manutenção da conta
    Por conta da rota estendia q inventaram perdi quase 600 reis
    Pq não usei o sem parar pra gastar os créditos q tinha no cartão pedagio
    E não fui reenbolsado. Segundo eles iriam me embolsa em 30 dias e até agora nada
    O ultimo contato com o sem parar em janeiro segundo eles eu perdi esses creditos

  6. Entao, vemos isso constantemente, foi gerado uma obrigação para o transportador usar aomente tag mas nao gerado uma regulamentação para essas empresas, o que vai ter de motorista sem conseguir carregar por causa disso, e sim, a sem parar é a empresa que mais esta se aproveitando dessa situação, precisa regular essas empresas de TAG, pois minha fatura sem parar vem cobrando valores extras e nunca conseguimos estorno!

  7. Estou desde ontem dia 23/01/2025.
    Parado com problema na minha tgs.
    A transportadora fez o depósito do vale pedágio mais não cai na TGs.
    Só que ninguém da ConectCar resolve o problema.
    Vou perder o agendamento de descarga. Sabe lá Deus quando vão resolver isso.
    Está difícil pra nós caminhoneiros só inventam lei pra piorar a nossa situação.

  8. Bom dia.
    Tive problemas com a tag do sem parar só consegui resolver em um ponto físico. Se é obrigtorio o pagamento do pedágio para autonomos e tranportadores por que não podem pagar junto com valor do frete ou em dinheiro? Não acho justo definirem uma rota de viagem e sermos obrigados a ir pela mesma e muito menos ficarmos com a responsabilidade de termos que resolver situações com operadoras de tag que não estão preocupadas em nos atender. Pra mim só piorou a situação como pagam. Deveriam pagar mais ficar em credito no tag sem ter rota fixa para passar e o dinheiro não deveria voltar ao embarcador.

  9. Boa tarde

    Essa nova resolução é um absurdo. Por que as transportadoras não podem colocar o valor direto na nossa conta para viajarmos e fazermos a rota de nossa preferência? Ou apenas depositem o valor no vale pedágio, sem necessidade de ter uma rota especifica. Esta cada vez mais difícil trabalhar no Brasil, ninguém do alto escalão ajuda nós caminhoneiros. Estou tendo problemas constantes com o SEM PARAR, não sei mais o que fazer.

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