O preço do diesel continua subindo no Brasil. Após a Petrobras anunciar mais um aumento no preço do combustível nas refinarias no início de julho, o reajuste chegou até os postos e os estradeiros já sentem o impacto no bolso. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Nordeste e o Sudeste do país foram as regiões que registraram as maiores altas recentes no preço médio do diesel.
Segundo o levantamento do órgão, nas duas primeiras semanas após o aumento de 3,7% do diesel pela companhia, o preço médio do combustível nos postos do Nordeste teve alta de R$ 0,81, o maior registrado entre as demais regiões, seguido pelo Sudeste, com R$ 0,46. Veja a tabela abaixo:
Já em relação aos estados, o Acre, da região Norte, registra o maior preço do diesel s10 no país. No Nordeste, dois estados estão na lista dos mais caros quando o assunto é abastecer nos postos com diesel. Confira a tabela:
Ao longo de 2021, o diesel sofreu sete aumentos, contando com o deste mês, e teve apenas três reduções no preço. O valor ficou ainda mais alto quando terminou o prazo da isenção dos impostos federais sobre o combustível, aumentando em 5% o preço do diesel nos postos no início de maio.
Em maio, segundo a ANP, o diesel atingiu média de R$ 4,405 por litro, uma marca sem precedentes na pesquisa da agência.
Média nacional do diesel nos últimos meses
Nas primeiras semanas de julho, a alta do diesel chegou a 0,96% em relação ao fechamento de junho. E para o s10 a alta foi ainda maior, de 1%. Os dados são da Ticket Log, companhia de índice de preços que tem como base abastecimentos realizados por 1 milhão de veículos administrados pela marca em 21 mil postos credenciados. A informação é do Estadão.
Na média nacional de preços da companhia, atualizada nessa quarta-feira, 21, o preço do diesel s10 é de R$ 4,816. Em junho, essa média era de R$ 4,734. Em janeiro deste ano, a média era de R$ 3,982.
Em relação ao diesel comum, a média atual é de R$ 4,733. Em junho, o preço médio era de R$ 4,661. Em janeiro, a média nacional do combustível era de R$ 3,897.
Reivindicação dos caminhoneiros e ameaça de paralisação
As sucessivas altas no preço do diesel vêm provocando descontentamento por parte dos caminhoneiros. Na tentativa de agradar a classe e tentar amenizar esses aumentos, o presidente Jair Bolsonaro, além de isentar o PIS e Cofins do diesel entre março e abril, fez uma mudança na presidência da Petrobras. O reajuste do preço do combustível neste mês foi o primeiro sob o comando do general Joaquim Silva e Luna.
No entanto, novos aumentos durante todo o ano têm feito algumas lideranças de caminhoneiros fazerem novas ameaças de paralisação da categoria. Uma chamada de greve está marcada para este próximo domingo, 25, dia de São Cristóvão e dia do motorista. Quem lidera o movimento é o Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, além do preço do diesel, o conselho reivindica o fim da PPI (Política de Preço de Paridade de Importação) aplicado pela Petrobras e a garantia do piso mínimo de frete, atualizado neste mês pela ANTT.
“A PPI atinge muitos setores, estamos pagando gás de cozinha, óleo diesel e gasolina em dólar. Não tem mais condição de trabalhar”, disse Plínio Dias, presidente da entidade, à Folha de S.Paulo.
Por Wellington Nascimento