O agro está cada vez mais conectado

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O avanço tecnológico do mundo agro tem exigido do setor mais conectividade. A internet contribui para o desenvolvimento da interação dos equipamentos agro, e quando ela não existe ou não é de qualidade, os equipamentos acabam não trabalhando com todo o seu potencial.

De acordo com Gregory Riordan, vice-presidente da Associação Conectar Agro, que pretende ampliar a conectividade nas áreas rurais e remotas, os equipamentos estão se comunicando em rede e se auto ajustando para fazer uma agricultura de precisão.

A associação identificou que os equipamentos não conseguiam trabalhar direito devido ao baixo nível de qualidade da internet. Além disso, os poucos agricultores que possuíam conectividade tinham modelos exclusivos que não permitiam o uso da internet pelos demais do entorno.

Com isso, os envolvidos no projeto decidiram organizar essa conectividade já existente e padronizá-la na tecnologia pública do 4G com 700 mega-hertz, uma frequência mais baixa que permite que o sinal vá mais longe. Ainda, passaram a estudar formas de expandir o projeto com instalação de novas torres.

Neste ano, a associação apresentou evoluções na Agrishow 2022, destaque para a ampliação da conectividade de 6,2 milhões de hectares para cerca de 7 milhões, que representa quase 10% da área de cana e de grãos no País, de acordo com Gregory.

Nesse sentido, mais de 900 mil pessoas foram beneficiadas diretamente, cerca de 140 escolas públicas e mais de 31 postos de saúde, comentou Gregory em entrevista para o Pé Na Estrada na Rádio Massa FM. Conforme explica, esses números também se traduzem em extensão de rodovias conectadas que passou de 25 mil quilômetros para 30 mil quilômetros.

Como funciona o Conectar Agro?     

A associação conscientiza os agricultores dos benefícios da conectividade e apresenta a tecnologia 4G. Uma vez que o produtor se interesse pelo projeto, pode buscar com as operadoras de telefonia qual a melhor estratégia para implementação em sua propriedade por meio da instalação de torres que captam o sinal.

Hoje, a Conectar Agro tem a TIM como uma das associadas, mas deixa claro que o projeto é aberto para todas as operadoras de telefonia. O próprio produtor pode investir na torre, que estará ligada a uma operadora, a operadora que vai ter a responsabilidade de manutenção do sinal.

Em dois anos foram instaladas cerca de 300 torres para cobrir esses 7 milhões hectares, conta Gregory. Com o aumento da demanda a ideia é que a expansão ocorra naturalmente.

Como a conectividade no agro beneficia a cadeia produtiva

Renato Carlos Coutinho, líder do comitê institucional da Conectar Agro, explica que o agronegócio é um setor em crescimento que exige uma infraestrutura que permita o seu desenvolvimento. A conectividade pode ampliar a automação no campo e ajudar no uso das tecnologias agrícolas. Além disso, contribui para o aprimoramento profissional para o uso desses sistemas.

Contudo, o projeto beneficia toda a cadeia produtiva do agro. “Quem trafega nesse trecho, quem coleta a mercadoria no campo e traz para a cidade, o transporte logístico e até o simples fato de poder usar o smartphone ou seu telefone no campo, assim como a gente usa na cidade”, esclarece.

“Essa conectividade não beneficia só agricultura ou aquele produtor, por ali passam rodovias federais e estaduais, estradas vicinais, que por ali circulam as nossas cargas”, complementa Gregory.

Para ele, um dos beneficiados da conectividade são os transportadores. Isso porque podem usar a internet para diversas necessidades, sobretudo em questões de segurança viária, na rastreabilidade da carga, situações de emergência no trânsito e para uso de aplicativos de localização para rotas mais eficientes.

Veja também os destaques Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen na Agrishow 2022 ouvindo o podcast Fazendo Rastros.

Por Jacqueline Maria da Silva

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