Na última quinta-feira (28), a OMS, Organização Mundial da Saúde, anunciou o início da “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, que tem como intuito reduzir em 50% o número de mortes no trânsito no mundo entre 2021 e 2030, através da Resolução da Assembleia Geral da ONU nº 74/299.
Segundo dados da própria OMS, diariamente, mais de 3,5 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito no mundo, o que torna esse tipo de fatalidade uma das principais causas de morte no planeta, principalmente entre crianças e jovens.
A organização também estima que, na próxima década, os incidentes nas vias podem causar cerca de 13 milhões de mortes e deixar mais de 500 milhões de pessoas com sequelas, principalmente em países de baixa e média renda.
As ações planejadas pela OMS para atingir as metas
Visando maior segurança nas vias, o plano apresenta questões necessárias para a redução de mortes e lesões no trânsito, sugerindo a adoção de algumas ações, como:
- Maior investimento no transporte multimodal e planejamento do uso do solo, focando e estimulando o uso de meios de transporte limpos, como caminhadas, bicicletas e o transporte público;
- Infraestrutura rodoviária mais segura, para garantir a integridade de todos os usuários da estrada;
- Uso seguro da estrada, garantindo que a infraestrutura rodoviária leve em conta as necessidades de todos os usuários da via.
O intuito do programa é inspirar governos nacionais e locais, bem como outras partes interessadas que influenciam na segurança no trânsito (incluindo a sociedade civil, o setor privado, a comunidade, etc) à medida em que se desenvolvem ações nacionais e locais, bem como planos e metas para a década.
O que dizem as autoridades?
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, argumentou que o programa da Organização serve para criar uma maior conscientização na população: “Muito desse sofrimento é evitável, tornando as vias e os veículos mais seguros e promovendo caminhada, bicicleta e maior uso do transporte público com segurança. O Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito apresenta as etapas práticas e baseadas em evidências que todos os países e comunidades podem adotar para salvar vidas.”, afirma.
Já Etienne Krug, diretor do Departamento de Determinantes Sociais da Saúde da OMS, cita as altas taxas de mortalidade no mundo após a invenção do automóvel, e citou a importância do plano para uma maior seguranças nas vias: “É hora de colocar em ação o que sabemos que funciona e mudar para um meio de transporte muito mais seguro e saudável. Este novo plano levará os países a um caminho mais sustentável.”, ressalta.
A campanha “Juntos Salvamos Vidas”
Em setembro de 2021, o Contran aprovou a campanha Juntos Salvamos Vidas, que tem como intuito conscientizar a sociedade sobre os riscos existentes nas vias. Assim como o Plano da OMS, o projeto prioriza a diminuição de mortes no trânsito brasileiro em até 50%. O programa terá início em 1° de janeiro de 2022.
Na época da aprovação, o secretário-executivo do Contran e diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito, Frederico Carneiro, afirmou que a aprovação do projeto só reforça ainda mais o objetivo do governo de salvar vidas no trânsito. Ele também enfatiza a importância das parcerias para tornar o projeto viável: “Fizemos um trabalho com mais de 100 especialistas, parcerias importantes. Com a consulta da sociedade, vamos trazer a efetividade necessária”.
Por Daniel Santana com informações da OMS