Na última segunda-feira, 7, o presidente do Equador, Lenín Moreno, anunciou a transferência da sede do governo de Quito para a cidade de Guayaquil após protestos contra o preço dos combustíveis no país.
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O país está em estado de exceção, decretado por 60 dias pelo presidente, mas limitado a 30 dias pela Corte Constitucional equatoriana. O objetivo é mobilizar as Forças Armadas para restaurar a ordem.
Durante o estado de exceção, o governo pode limitar a liberdade de ir e vir da população e impor censura prévia à imprensa. A medida também autoriza o uso de militares na segurança pública e o fechamento de portos e aeroportos.
Como o preço do combustível no Equador acarretou uma greve de transportes que, mais tarde, envolveu representantes indígenas e de outras áreas? Continue lendo e entenda a situação do Equador em relação aos combustíveis e protestos em todo o país.
De greve dos transportes a mudança de sede
As manifestações começaram na quarta-feira, 2, mas foi na quinta-feira, 3, que os confrontos ganharam força, com a paralisação total do setor de transportes.
O motivo é a retirada do subsídio para os combustíveis, aprovada pelo governo com o objetivo de economizar 1,4 bilhão de dólares ( cerca de 5,7 bilhões de reais) por ano.
A decisão deu origem a aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis mais usados: o galão de 3,79 litros de diesel passou de US$ 1,03 para US$ 2,30 e a gasolina comum de US$ 1,85 para US$ 2,40.
Motoristas de táxi, ônibus e caminhões bloquearam ruas na capital, Quito, e em Guayaquil, a segunda maior cidade do país. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) também aderiu à paralisação, fechando estradas em algumas províncias. Estudantes universitários, movimentos sociais e sindicatos gradualmente também se uniram aos protestos.
A polícia acionou veículos blindados e usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes e impedi-los de chegar ao palácio presidencial. Segundo a Secretaria de Gestão de Riscos, foram 281 pontos de concentração de manifestantes no país, com 21,5 mil pessoas mobilizadas.
Em resposta, Moreno decretou estado de exceção. Na sexta-feira, 4, trabalhadores dos transportes decidiram pelo fim da paralisação nacional. Os protestos, no entanto, não cessaram, pois indígenas e outros grupos sociais seguiram bloqueando rodovias contra a retirada de subsídio.
Na segunda-feira, 7, o movimento indígena assumiu a liderança dos protestos, mantendo o bloqueio de estradas importantes do país — incluindo aquelas que levam a Quito — com paus, pedras e pneus.
Ao mesmo tempo, organizaram uma grande marcha até a capital, marcada para esta terça-feira. Os indígenas chegaram a ocupar a Assembleia Nacional, mas foram removidos pela polícia.
Em resposta, o presidente decidiu transferir sua sede de governo para a cidade de Guayaquil e, em rede nacional, anunciou a mudança, acusando seu antecessor e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de quererem desestabilizar seu governo.
Em seu pronunciamento de três minutos e meio, o presidente equatoriano classificou os atos violentos como “um atentado à democracia”. Segundo ele, tais protestos não são uma manifestação de descontentamento social, mas uma tentativa de desestabilizar o governo e romper com a ordem constitucional do Equador.
Por Pietra Alcântara com informações do G1, El País e O Globo
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