Saiba quanto um veículo polui durante toda a sua vida útil

MercadoSaiba quanto um veículo polui durante toda a sua vida útil

Um levantamento da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), revela quanto um veículo polui durante toda a vida no Brasil. E acredite: eles apresentam a menor pegada de carbono do planeta, considerando todo o ciclo.

O resultado, por exemplo, reforça o potencial do país em ampliar o uso de biocombustíveis como estratégia para reduzir emissões de gases de efeito estufa, enquanto o processo de eletrificação veicular avança gradualmente no mercado nacional.

Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo

O estudo, intitulado “Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo”, calculou pela primeira vez as emissões de CO₂ em todas as etapas da vida útil de veículos produzidos no Brasil, comparando-as com as de modelos equivalentes fabricados na União Europeia, Estados Unidos e China.

Desenvolvida ao longo de 2025, a pesquisa utilizou como base a análise de veículos leves e pesados em operação nos principais mercados globais. Ou seja, método adotado, conhecido como abordagem “do berço ao túmulo”, mede as emissões desde a produção de matérias-primas até o descarte do veículo.

Mesmo conceito será usado no Mover

Esse conceito será incorporado pelo Programa Mover, que prevê o uso do cálculo da pegada de carbono no ciclo de vida como critério para concessão de incentivos à indústria automotiva a partir de 2027, em linha visando descarbonização da frota brasileira.

Segundo o estudo, o Brasil se destaca internacionalmente por sua matriz elétrica composta por 90% de fontes renováveis, hidrelétrica, eólica, solar e biomassa e por uma matriz energética 50% renovável, proporção muito superior à observada nas economias comparadas.

Essas características fazem com que os veículos produzidos e utilizados no país emitam menos carbono por quilômetro rodado. Outro diferencial é o uso em larga escala dos biocombustíveis.

Mas quanto é a emissão total?

A análise também detalhou em quais etapas do ciclo de vida ocorrem as maiores emissões de CO₂. Entre os automóveis a combustão, 87% a 91% das emissões acontecem durante o uso. Já nos veículos eletrificados, essa proporção cai para 53% a 57%, sendo que a produção das baterias responde por quase metade do total.

No caso de caminhões e ônibus a diesel, mais de 94% das emissões ocorrem durante a utilização, o que evidencia a importância de ampliar o uso de biocombustíveis nesse segmento.

Para os caminhões elétricos urbanos, a vantagem brasileira é ainda maior: as emissões durante o uso representam apenas 33% do total, contra mais de 70% em outros mercados, resultado direto da matriz elétrica limpa. Já nos ônibus elétricos, as emissões se concentram principalmente na fase de produção de insumos, especialmente das baterias.

Transportadoras estão reduzindo as emissões 

A exigência dos embarcadores às transportadoras por veículos sustentáveis tem sido uma tendência marcante. Na semana passada, o Pé na Estrada fez uma reportagem sobre um comboio da Mercedes-Benz que está indo a COP30 com biodiesel renovável. A ideia é mostrar que o produto é viável para o país.

Outro movimento é o da Jomed e da Reiter Log, ambas as transportadoras adotaram o biometano na própria garagem. A exigência dos embarcadores às transportadoras por veículos limpos tem sido uma tendência marcante. 

Outra solução é o biodiesel 100% sustentável

O diretor de Energia e Transição da Be8, combustível 100% renovável, Camilo Adas, disse que o biodiesel limpo já está sendo usado.

“Hoje, todas as tecnologias são necessárias. E a riqueza do Brasil está nisso. A gente tem uma indústria capaz de fazer ônibus elétrico, caminhão elétrico, caminhão a gás, ou a biometano. No caso do nosso produto, você não precisa fazer nada além de usar”, finaliza.

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.

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