Vantagens e Desvantagens dos leilões de Caminhão. É sempre muito tentador poder comprar um caminhão por um valor 30% mais em conta.
Vantagens e Desvantagens dos leilões de Caminhão
Portanto, saiba que se existe uma notícia boa, há uma ruim também. Logo, ao considerar a aquisição de um caminhão de leilão, é fundamental ter abordagem criteriosa.
Com isso, o primeiro passo é realizar uma análise minuciosa do edital do leilão, verificando as condições, responsabilidades e os custos envolvidos na transação. Veja a seguir:
Faça uma inspeção criteriosa do Caminhão
- Estado geral do motor e seus componentes;
- Condições do câmbio e sistema de transmissão;
- Integridade do sistema de freios;
- Estado da suspensão e eixos;
- Condições estruturais da cabine e chassi;
- Situação dos pneus e rodas;
- Funcionamento do sistema elétrico.
Veja dicas para se dar bem nos leilões de Caminhão
Para Sergio Gabriel Sousa, Diretor de Tecnologia e produtos da Infocar, empresa de dados veiculares e leilão, o caminhoneiro deve usar uma ferramenta chamada de Score de Leilão.
Com ela, é possível obter uma classificação técnica que determina o estado do veículo em cinco níveis diferentes: desde “aparentemente inteiro”, passando por níveis graduais de avarias, até a condição de “sucata”.
A classificação permite que compradores tenham uma compreensão clara e objetiva do estado em que o caminhão se encontra no momento do leilão.
Autônomos podem participar dos leilões de Caminhão?
Sim, pessoas físicas podem participar de leilões de caminhões, desde que atendam aos requisitos do edital.
Veja o que é necessário para participar:
- Ser maior de 18 anos;
- Possuir documentos de identificação válidos (CPF e RG);
- Realizar cadastro prévio na plataforma do leilão;
- Apresentar comprovante de residência atualizado;
- Efetuar o pagamento de caução, quando exigido;
- Possuir certificado digital, em casos de leilões eletrônicos;
- Estar quite com obrigações fiscais.
É importante observar que alguns leilões de caminhão são exclusivos para pessoas jurídicas, especialmente quando envolvem:
- Veículos de grande porte para uso comercial;
- Lotes com múltiplos veículos;
- Caminhões com restrições específicas de uso;
- Leilões de frotas empresariais.
Antes de se cadastrar nos leilões de caminhão:
1. Leia atentamente o edital do leilão;
2. Verifique as formas de pagamento aceitas;
3. Confira os prazos para retirada do veículo;
4. Compreenda as responsabilidades sobre débitos e pendências;
5. Conheça as condições de visitação do lote.
Sergio Gabriel Sousa ainda recomenda que antes de participar de leilões de caminhão o usuário deve redobrar a atenção para evitar prejuízos.
Ou seja: “Veja a credibilidade da empresa leiloeira, consulte seu registro na junta comercial e certifique-se de que o site é oficial, pois existem muitas páginas falsas imitando leiloeiras conhecidas”.
Como fazer um lance assertivo e não cair em roubada?
- Analise detalhadamente as fotos e informações disponibilizadas;
- Leia atentamente o edital, especialmente sobre condições de pagamento e retirada;
- Calcule todos os custos envolvidos (comissão do leiloeiro, taxas, transporte, reparos);
- Verifique a procedência do veículo;
- Consulte a tabela FIPE para referência de valores;
- Estabeleça um valor máximo para os lances, considerando custo de reparos.
Qual o tamanho da diferença de valores
Os veículos leves em leilão costumam apresentar valores até 30% abaixo da Tabela Fipe, dependendo de suas condições.
Para caminhões, essa diferença tende a ser menor, aproximadamente 20%, devido à maior valorização deste segmento no mercado.
A economia só vale após a soma de todos os custos
Gilmar Rocha, CEO do Grupo Gilcar, especialista em vendas de veículos, explica que comprar um modelo de leilão pode ser a princípio uma opção para quem deseja gastar pouco.
Mas ele aconselha a tomada de iniciativas como, por exemplo, conhecer o universo dos leilões.
Fique atento com as taxas de desistência
“Muitos desconhecem, mas há taxas para desistência, que funciona quando o lance não é concretizado. Ou seja, o participante sai sem o bem e ainda fica devendo para o leiloeiro”, explica Rocha.
Outro alerta importante é que as grades lojas costumam não pegar veículos de leilão na troca, com isso, diminuindo exponencialmente o mercado desses usados.
“A desvalorização costuma ser de 30 a 50 porcento a menos na hora da revenda”, explica o CEO.
Quando o martelo bate, o casamento é eterno
Logo, é possível dizer que é um universo que facilita na hora da compra, dificulta na hora da venda.
“Ou seja, é importante ter na cabeça que ao escolher um modelo de leilão, você acaba decidindo por adquirir um veículo para longos anos, sem pensar em vender ou, em alguns casos, segurá-lo”, finaliza.
Faça o test-drive e conheça a estrada
Sérgio Villa Nova de Freitas, leiloeiro de um dos maiores do Brasil, indica uma “degustação”, antes de fechar qualquer negócio:
“Vá a um ou dois pregões físicos e acompanhe outros virtuais, sem compromisso, só para entender como funciona a dinâmica de um pregão automotivo”.
Lembre-se que a pressa é a inimiga da perfeição
“Vá ao leilão, olhe o modelo de perto, olhe a tabela dele, calcule todas as taxas e quanto pretende pagar e não passe daquele valor. As pessoas às vezes se empolgam e acabam pagando até mais que o preço praticado no mercado”.
Índice de classificação das avarias e sinistralidades
Saiba que veículos avariados contam com graus de sinistralidade. Na hora de revender ou de fazer o seguro do caminhão os níveis podem ser impeditivos:
Pequena Monta: O veículo que vai a leilão sofreu danos leves, sem afetar o monobloco ou a estrutura principal.
Média Monta: Danos mais significativos que podem deixar o caminhão impróprio para circulação nas vias. Nesses casos, o novo proprietário precisará rebocar o veículo, realizar os reparos necessários e submetê-lo a uma vistoria no Detran para obter o laudo, que ficará registrado no documento com uma restrição.
Grande Monta: Veículos que sofreram perda total e que servem como sucata ou desmanches.
Roubo e Furto: São modelos recuperados após roubo ou furto.
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor do Portal Pé na Estrada.