Você gosta de visitar locais que contam histórias? E quando a história envolve caminhões? Quem é apaixonado por veículos aprecia exposições e acervos de caminhões antigos, ainda mais quando a história conta a trajetória de uma família.
É o caso de José Fernando Fagundes que possui o Espaço Fagundes, uma espécie de museu na sede da Fagundes Construção e Mineração, onde guarda essas relíquias. Durante a entrega dos caminhões extrapesados Arocs, aproveitamos para visitá-lo. “O espaço aqui conta um pouco da história do início na década de 70 com meu pai e passa até os dias atuais, na Fagundes construção e mineração”.
Na entrada encontramos um totem digital com toda a história da família e da empresa e fotos de diversas, incluindo a dos veículos expostos. No salão, além dos carros, encontramos quadros com fotos do fundador, de seus carros e dos caminhões usados desde o início das atividades.
Caminhões antigos que contam histórias
O empresário conta que o avô paterno comprou um caminhão, com o qual acabou sofrendo um acidente em uma das viagens. O evento acarretou a morte de um amigo e a perda de seu patrimônio e isso fez ele se tornasse alcoólatra. O alcoolismo piorou ainda mais a condição financeira da família.
Após o falecimento do marido, em decorrência de um câncer, a avó assumiu os negócios em uma terra que na época era alugada “Metade da casa era de chão batido e metade de assoalho de madeira”, conta José Fernando. No entanto, os donos da propriedade pediram que ela [a avó] desocupasse o local ou comprasse. Ela decidiu comprar e se comprometeu a pagar com a própria terra e o trabalho dos filhos.
Ela conseguiu comprar a terra antes do tempo estipulado mas, 19 anos depois, um dos filhos, por acaso José Alencar Fagundes, pai de José Fernando, resolveu seguir outro rumo “Meu pai falou: “Eu não aguento mais esse trabalho aqui na roça, quero comprar e vender, quero empreender”. Dessa forma, o pai do empresário foi trabalhar como servente em um posto de gasolina e como parte do pagamento recebia aula de direção.
Em seguida, comprou sua primeira caminhonete, uma Ford 1946 com motor fundido. Enquanto aprendia a dirigir, aguardava o conserto. E foi com esse veículo que o agricultor comprava produtos agrícolas no interior para vender na cidade. Depois veio a aquisição de um Chevrolet Brasil 1963 que, juntamente com um produto agrícola, começou a vender lenha.
Carregadeiras e carros também compõem o acervo da família
Tempos depois surgiu a oportunidade de fazer um transporte de areia para a construção de um filtro da barragem de Caxias do Sul, no Rio Grande do Norte. Para a demanda, o patriarca comprou uma carregadeira 1970, depois fez a importação da 1974. E foi com o caminhão Mercedes-Benz 1313 que ele deu início as atividades da Fagundes em 1985.
Além do acervo de caminhões antigos que contam a história da família, o “museu familiar” abriga um fusca, presente do pai de Fernando ao primeiro funcionário da empresa, e uma caminhonete, que foi o último veículo usado por seu pai. Carregadeiras usadas no início das operações da construtora também estão expostas no Espaço Fagundes.
Por Jacqueline Maria da Silva