Ainda estamos no Junho Verde e as iniciativas para zero emissão de carbono continuam circulando na mídia. Trouxemos noticias sobre os novos investimentos em sustentabilidade por fabricantes de caminhões e pelo Governo Federal.
Investimentos em sustentabilidade
No Brasil
Em território nacional, a Volkswagen Caminhões e Ônibus inaugurou uma concessionária com estrutura exclusiva para caminhões elétricos, em especial o e-Delivery, da marca. A loja está localizada na BR 116 contorno Leste, em São José dos Pinhais, Paraná e pertence ao grupo Servopa.
A construção da unidade foi anunciada em 2017 e recebeu investimento de mais de R$35 milhões para o desenvolvimento de uma área de 40 mil m2. A concessionária possui todos os serviços clássicos da Volks e os diferenciais ligados a sustentabilidade. Dentre eles:
- Isolamento para eletricidade que auxilia na segurança dos veículos elétricos;
- Área especial dedicada exclusivamente para ativação, reparos e carregamento elétrico do e-Delivery;
- Mecânicos treinados e autorizados pela Volkswagen munidos de equipamentos de proteção individual necessários para manuseio do veículo elétrico, uma vez que o e-Delivery é alimentado por alta tensão;
- Boxes direcionados ao e-Delivery com três carregadores para caminhões elétricos.
Na Europa
Fora do Brasil, a Volvo apresentou na Europa um caminhão elétricos com células de combustível alimentadas por hidrogênio, ou seja, zero emissão de carbono. Os veículos já estão em teste com clientes e em operações reais e a tecnologia já permite:
- Autonomia de até mil quilômetros;
- Tempo de abastecimento de 15 minutos;
- Capacidade para gerar 300kw de eletricidade a bordo a partir do hidrogênio, ao invés de carregamento por fonte externa.
Segundo a Volvo, os caminhões com essa tecnologia são adequados para longas distâncias e aplicações pesadas e para países onde a possibilidade de recarga de bateria elétrica ainda são limitadas. A fabricante já produz caminhões elétricos para Europa e Estados Unidos, mas pretende comercializar a opção a hidrogênio até o final desta década.
O maior desafio para a meta é o fornecimento de hidrogênio verde em larga escala, que são produzidos a partir de fontes renováveis, como eólica, solar e hidroelétrica. Além disso, a fabricante aponta a necessidade do desenvolvimento da infraestrutura para reabastecimento dos veículos pesados.
Ministério assina acordo para investimentos em sustentabilidade no setor de transportes
A falta de infraestrutura brasileira é um dos desafios apontados pelas fabricantes que investem em caminhões sustentáveis, como já mostramos em diversas matérias do Pé Na Estrada. Para acelerar o investimento em sustentabilidade, o Ministério da Infraestrutura (MInfra) assinou um acordo com o BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento) no dia 14 de junho.
O documento marca um acordo de cooperação técnica não-reembolsável, nomeado de “Mudança Modal para Transporte de Carga e Passageiros de baixo Carbono no Brasil”. Para isso, o governo pretende agir em duas frentes:
- Atualizar o Plano Nacional de Logística 2035 (PNL 2035) que já trata do assunto do baixo carbono no transporte;
- Desenvolver planos gerais de ações públicas e parceira preconizadas pelo Planejamento Integrado de Transportes, portaria que trata da integração dos vários modais.
Já o BID buscará financiamento do Programa de Infraestrutura Sustentável do Reino Unido- UKSIP, que faz a captação de recursos privados. A arrecadação, por sua vez, é destinada a países da América Central e do Sul, entre eles o Brasil, a cumprirem o Acordo de Paris, compromisso mundial para redução da emissão de gases do efeito estufa.
De acordo com matéria do Portal NTC, o governo brasileiro recebeu uma doação do BID de 1,3 bilhões de dólares, o equivalente a 6 bilhões e meio de reais.
Por Jacqueline Maria da Silva com informações no MInfra, e releases da Volkswagen Caminhões e Ônibus e Volvo.