Tanqueiros entraram em greve em Minas Gerais e paralisação pode aumentar

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Tanqueiros de Minas Gerais entraram em greve nesta segunda-feira e outros estados cogitam paralisação também. As reivindicações são as de sempre, frete-mínimo e vale-pedágio.

Acontece que, vira e mexe, tanqueiros de todo o País, entram em greve. Frequentemente, com o intuito de pressionar as distribuidoras a pagarem um valor que eles consideram justo. 

Logo, a última greve se iniciou na madrugada da última segunda-feira (9) e tinha o objetivo de não terminar. Porém, no raiar do dia, tudo se resolveu após uma negociação. Mas o que aconteceu?

Tanqueiros de Minas Gerais fizeram paralisação na madrugada

Na madrugada de segunda-feira (9), os Transportadores de combustíveis e derivados de petróleo entraram em greve em Minas Gerais.

De acordo com flagrantes enviados para o Pé na Estrada, dezenas de caminhões-tanque estavam parados perto da Vibra Energia (antiga BR Distribuidora), localizada em Betim.

Os tanqueiros exigiam que as leis do transporte fossem cumpridas. Ou seja, pagamento do piso mínimo de frete e do vale-pedágio obrigatório

Irani Gomes, presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), afirmou que o frete está de 10% a 15% abaixo do valor mínimo.

O que disse a Vibra Energia 

“A Vibra informa que, na manhã desta segunda-feira (09), foi registrada a paralisação de alguns caminhões-tanque em frente à base BABET, localizada em Betim (MG), coordenada por suposta entidade sindical. A companhia está adotando todas as medidas necessárias para mitigar eventuais riscos de desabastecimento e atendimento a seus clientes. Ressaltamos que os contratos firmados entre Vibra e empresas transportadoras encontram-se vigentes e precisam ser cumpridos, sob pena da aplicação das penalidades previstas.

A Vibra reitera seu compromisso com a regularidade do abastecimento no estado de Minas Gerais e permanece em articulação com os órgãos competentes para assegurar a continuidade dos serviços. Ademais, informamos que a Cia. está sempre aberta ao diálogo individual com cada um de seus contratados, repudiando de forma veemente qualquer tentativa de combinação coletiva de preços que configuram, em tese, infração à legislação de defesa da concorrência, sujeita às sanções legais cabíveis, conforme estabelecido pelos órgãos competentes.”

Resolução do caso da greve em Minas Gerais

Hoje (10), os motoristas voltaram a operar. Conforme informações do Sindtanque-MG, a distribuidora assumiu o compromisso de atender às reivindicações dos transportadores até a próxima quarta-feira (11). Porém, os sindicalistas reforçam que a greve volta em caso de não cumprimento do acordo por parte das distribuidoras.

Greve para exigir direitos obrigatórios?

Os motoristas reivindicavam o pagamento do Piso Mínimo de Frete (Lei 13.703/2018) e do Vale-Pedágio Obrigatório (Lei 10.209/2001, regulamentada pelo Resolução nº 2885/2008, da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT).

Caminhoneiros só estão exigindo a Lei

Não adianta o empresário ou o distribuidor reclamar. O pagamento do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio são respaldos necessários para uma condição mínima e justa de trabalho. 

A empresa que infringe esse tipo de lei acaba explorando o motorista. 

Vale dizer que a ANTT reajusta tabela dos pisos mínimos de frete com queda do diesel. Ou seja, sem o frete mínimo, o caminhoneiro praticamente tem que por dinheiro do bolso para trabalhar.

Espelhados no movimento de Minas Gerais, outros estados, principalmente do Sul, começam a tentar se mobilizar para buscar resultados parecidos.

O Pé na Estrada questionou a ANTT sobre a fiscalização e a agência respondeu da seguinte forma por meio de nota que tem intensificado de forma significativa a fiscalização do Piso Mínimo do Frete.

“Somente em 2025, já foram realizadas 53.011 fiscalizações de operações de transporte, com a lavratura de 12.488 autos de infração. Vale destacar que 80% dessas ações ocorreram nos dois últimos meses. Esforço semelhante vem sendo aplicado à fiscalização do Vale-Pedágio Obrigatório, com 41.377 fiscalizações e 18.615 autos de infração lavrados no mesmo período”, acrescenta.

“Essas ações representam, em média, 593 fiscalizações diárias relacionadas ao Piso Mínimo e ao Vale-Pedágio, resultando em aproximadamente 195 autos de infração por dia. No caso específico do Vale-Pedágio, houve um impacto temporário nas fiscalizações devido à substituição do sistema utilizado pelas operadoras, situação que já foi solucionada”.

Por fim, A ANTT reforça que: “os transportadores que identificarem irregularidades podem colaborar com a fiscalização encaminhando a documentação à Ouvidoria da Agência. Se confirmada a infração, os autos serão devidamente lavrados”.

Você pode visualizado aqui o arquivo de impressão que disponibiliza o passo a passo para o envio da denúncia.

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.

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