Desde a noite do domingo, diversos pontos no Brasil enfrentam paralisações que, teoricamente, estariam sendo promovidas por caminhoneiros. Entretanto, a categoria se divide sobre apoiar ou não o movimento e as principais lideranças de autônomos afirmam não compactuar com as mobilizações. Logo, vem a dúvida, as paralisações em rodovias são mesmo de caminhoneiros?
Afinal, quem está promovendo as paralisações?
É difícil afirmar, já que não se encontram pessoas que assumam a posição de liderança nos pontos mobilizados. Associações e Confederações de caminhoneiros declararam que o movimento não é da categoria e sim de grupos intervencionistas diversos.
Motoristas espalhados pelos pontos do Brasil reportam situações diferentes em cada local. “Estou parado na BR 376. Aqui quem está nas manifestações são moradores, agricultores e empresários. Não tem motorista.”, afirmou Henrique Frazão em nosso Instagram.
Renato Pereira informa algo parecido: “Aqui em Nova Mutum quem fechou a BR foi a população da cidade e não os caminhoneiros.”
Já Francisco Filho pensa diferente: “Só nós mesmo pra fazer alguma coisa. Somo mal pagos, ficamos dias nas estradas e quando o Brasil mais precisa, só nós caminhoneiros vamos pras ruas?”
Fizemos uma enquete em nosso Instagram para saber se os caminhoneiros entendiam que esse movimento era de fato de motorista. Entretanto, 77% afirmaram que o movimento é uma manifestação popular e não de caminhoneiros.
PRF, STF e pontos interditados nas rodovias
Na noite de ontem o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, ordenou que a Polícia Rodoviária Federal colocasse um fim nas mobilizações. A PRF, por sua vez, garante que está trabalhando para cumprir a ordem, mas que o efetivo é pouco para tantos pontos bloqueados
Em alguns locais foram usados spray de pimenta e bombas de gás para dispersar os manifestantes, mas, no geral, a PRF garante que a prioridade é desobstruir de forma pacífica as vias.
Já está previsto na legislação multa de mais 5 mil reais para quem usa veículo para trancar a via. Entretanto, o ministro do STF aumentou consideravelmente o valor dessa multa para os protestos de agora. Quem usar o caminhão para fechar a via pode ter que pagar R$ 100 mil por hora. E, caso a PRF não cumpra a determinação, o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, pode ser afastado do cargo e preso por desobediência.
Por Paula Toco