Caminhoneiros e manifestantes fecham rodovias após resultado das eleições. Entidades se posicionam contra.

Após o fim da apuração da eleição de ontem, caminhoneiros alinhados ao governo Bolsonaro fecharam diversas rodovias pelo Brasil. A pauta é a não aceitação do resultado, que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo alguns representantes da categoria, embora existam caminhoneiros nas manifestações, existem também muitos outros segmentos, não sendo possível classificar como uma “mobilização de caminhoneiros”.

A PRF afirma estar trabalhando desde a noite de ontem para o desbloqueio dos trechos federais. Segundo a corporação, a instrução é para negociação e retirada pacífica dos manifestantes.

Segundo os órgãos oficiais, na manhã desta segunda-feira ainda aconteciam bloqueios em mais de 70 pontos pelo País, espalhados por 11 estados e Distrito Federal.

Maioria das entidades se posicionam contra

Das lideranças e entidades ligadas ao setor, a maioria já se posicionou contra o fechamento de rodovias contestando o resultado das eleições.

Chorão – Abrava

Um dos principais líderes dos últimos anos, Chorão afirma que é necessário lutar pelas pautas ligadas ao caminhoneiro. Segundo ele, em vídeo nas redes sociais, uma paralisação neste momento traz problemas para a economia. “Precisamos ter reconhecimento da democracia. (…) Se fosse ao contrário, a esquerda também precisaria entender e aceitar.”

Carlos Litti – CNTTL

Em vídeo divulgado pela entidade, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Carlos Litti, coloca-se contra as paralisações e defende a luta por pautas que beneficiem a categoria. “O que estamos vivendo neste momento é uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos”. Litti ainda afirma que: “nossa pauta de caminhoneiros não é uma pauta política, é uma pauta econômica, pela volta da aposentadoria aos 25 anos de trabalho, a consolidação do piso mínimo de frete, pelos pontos de parada e descanso, pela redução do preço do combustível e a defesa da Petrobrás.”

Aftranscar

Em nota oficial, a Aftranscar, Associação Fluminense dos Transportadores de Carga, reconhece o resultado das eleições e afirma: “Enquanto categoria, precisamos nos unir, não em torno de um político ou presidente, mas lutar pelas melhorias da nossa categoria. (…) Governos são passageiros, mas a categoria permanece.”

Nelson Junior – Sindicam Barra Mansa

Representante de Barra Mansa, um dos pontos mais ativos no dia de hoje, Nelson Junior afirma que a mobilização não é de caminhoneiros e sim de intervencionistas. Segundo ele, a PRF está com dificuldade de localizar alguém que se apresente como representante da mobilização no local e o clima está bastante hostil. Ele ainda lembra que caminhoneiros da região estão proibidos de fazer manifestações. “A última (manifestação que tentamos fazer) eu mesmo fui ameaçado que se pisasse na pista teria multa no meu CPF de 10 mil reais segundo a PRF. Até perguntei ao comandante por que isso ainda não aconteceu lá?”

Junior – Sindicam Ourinhos

Única entidade a se posicionar oficialmente a favor das paralisações, o Sindicam de Ourinhos tem publicado em suas páginas diversos vídeos das mobilizações. Seu presidente, Junior, fez uma transmissão ao vivo ontem a noite onde afirma: “estamos todos indo para as pistas. (…) assim como vocês, eu não aceito.”

Infração de trânsito

Em diversos pontos, as rodovias estão sendo fechadas com pneus e outros tipos de objetos, muitas vezes em chamas. Entretanto, em alguns, os próprios caminhões são usados para barrar o fluxo. Esse tipo de ação é uma infração de trânsito desde 2016.

Segundo o Artigo 253 do CTB, bloquear a via com veículo é uma infração gravíssima, que gera apreensão do veículo, multa de x 20 o valor da multa, ou seja, R$ 5.869,40, e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. O valor é dobrado em caso de reincidência e multiplicado por 60 ao organizador do evento.

Por Paula Toco

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