O exame toxicológico é exigido para motoristas categoria C, D e E. Alguns contestam essa obrigatoriedade, afirmando que o exame deveria ser opcional ou que deveria ser aplicado também a condutores das categorias A e B.
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Uma das ideias do presidente Bolsonaro para o trânsito é que o exame deixe de ser obrigatório, para que o custo de renovação do documento seja diminuído.
Isso porque sempre que o motorista precisa renovar a habilitação, é obrigatório realizar o exame de larga escala. Sobre esse assunto, um estradeiro fez a seguinte pergunta:
“Tenho CNH E e vou tirar a habilitação categoria A, para moto. Para isso, preciso de toxicológico?”
Para responder a questão, entramos em contato com o Detran SP, que confirmou: sim, você precisa fazer o toxicológico, mesmo que esteja tirando a categoria A.
Isso porque o exame serve para manter sua categoria E. Caso você não faça, corre o risco do Detran rebaixar sua CNH E para B.
O exame não é obrigatório para categorias AB. Ou seja, se você tivesse a CNH B e quisesse tirar a A, não precisaria do exame. Essa obrigatoriedade é estrita às categorias C, D e E.
Como você está no processo para tirar a categoria A, o Detran entende como se estivesse renovando a sua CNH E. Por isso, é necessária a renovação do exame.
Por que exame toxicológico não é obrigatório para CNH AB?
Existe um dado alarmante usado pelas entidades que defendem o exame toxicológico para motoristas profissionais: caminhões são apenas 4% da frota nacional, mas estão envolvidos em 43% das mortes no trânsito. O mesmo acontece com os ônibus, que representam em torno de 1% da frota porém têm envolvimento em 8% dos acidentes com mortes.
Isso não quer dizer que o motorista profissional causou o acidente, mas mostra que um acidente envolvendo veículos grandes é muito mais fatal que entre veículos menores. Por isso, esses condutores precisam ser os melhores da via e precisam estar em seu melhor estado psíquico para não causar acidentes e para evitá-los quando presenciarem imprudências de outros motoristas.
A droga tira o motorista dessa “excelência mental”: deixa os reflexos mais lentos, faz com que o motorista tenha menos percepção do perigo e se arrisque mais. Em um estudo com pilotos de avião, o uso da droga reduziu o tempo de reação e raciocínio e aumentou em 4x o número de erros operacionais médios e graves.
Por Pietra Alcântara