CNTA realiza pesquisa para identificar os desafios diários das caminhoneiras do país

A CNTA, Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, realizou uma pesquisa para avaliar as condições de trabalho das mulheres que atuam como caminhoneiras em nosso país. A iniciativa é inédita no Brasil.

Segundo a confederação, a pesquisa, intitulada “Realidade e desafios das caminhoneiras nas estradas”, tem o intuito de traçar um panorama da situação das mulheres na profissão, abordando questões de infraestrutura, mercado de trabalho e segurança.

Resultados da pesquisa

A pesquisa foi aplicada de forma virtual entre os dias 25 de agosto e 3 de setembro, com a participação de 72 estradeiras. Os dados apontam que a maioria das entrevistadas (34,7%) tem idade entre 31 e 40 anos e está na profissão há menos de 5 anos (43,1%).

Esses dados demonstram que são mulheres que possivelmente ingressaram na profissão mais tarde ou após uma mudança de carreira, sendo que 69,6% delas escolheram as estradas por amor à profissão. Além disso, 72,2% das entrevistadas trabalham com carteira assinada.

  • Segurança das Estradeiras

Segurança das Estradeiras
Imagem: PNE

A pesquisa também questionou as entrevistadas sobre a sensação de segurança nas estradas em uma escala de 1 a 5, sendo que a opção 1 representava o menor grau de segurança. 48,6% das caminhoneiras indicaram os graus 1 e 2 para representar sua insegurança na profissão.

Portanto, quase a metade das das motoristas avaliaram como péssimas ou ruins as condições de segurança dos pontos de parada e descanso, bem como dos postos de combustíveis. Em relação a roubo ou furto de cargas, 81,9% das entrevistadas apontaram nunca terem sido vítimas desse crime. Sobre assédio sexual no trecho, apenas 22,2% das caminhoneiras indicaram nunca terem sido vítimas.

  • Mercado de Trabalho

Os dados apontam que apenas 11,1% das entrevistadas relataram nunca ter sofrido preconceito por exercerem a profissão, enquanto 87,5% apontam que frequentemente ou às vezes têm sua capacidade subestimada pelo fato de serem mulheres. Em relação ao assédio moral, 45,8% relataram terem sido vítimas algumas vezes. Já 70,8% das mulheres entrevistadas indicam que nunca receberam menos do que um colega homem praticando o mesmo trabalho.

  • Estrutura oferecida às mulheres no trecho

Estrutura oferecida às mulheres no trecho
Imagem: PNE

Por fim, a estrutura inadequada para o público feminino é um ponto crucial para as profissionais, sendo o item mais relatado pelas entrevistadas no espaço aberto da pesquisa. Na avaliação de 70,8% das caminhoneiras participantes, a quantidade de banheiros femininos nos pontos de parada e postos de combustíveis é considerada péssima ou ruim.

Quanto à limpeza, 68,1% também a avaliam como péssima ou ruim. Já 41,7% das entrevistadas consideram as opções de hospedagem disponíveis como regulares.

  • Soluções propostas

A CNTA sugeriu às caminhoneiras possíveis ideias de melhorias para reforçar a sensação de segurança nas estradas e pediu a avaliação das entrevistadas em uma escala de 1 a 5, sendo a opção 5 a representação de uma ideia excelente.

61,1% consideraram nota 5 para a ideia de ter vagas exclusivas para mulheres nos pontos de parada e 73,6% também atribuíram nota 5 para a instalação de câmeras nas portas de acesso ao banheiro feminino.

Mulheres no Transporte de Gesso

Lugar de mulher é onde ela quiser. Elas estão em todos os lugares e operando todo tipo de equipamento, como retroescavadeiras e outras máquinas especiais. Nesta reportagem que foi ao ar no Pé Na Estrada, conversamos com algumas delas, que deixaram suas antigas funções e mostraram que são capazes de conduzir veículos de grande porte e com alta tecnologia no segmento do gesso.

Clique no vídeo abaixo e acompanhe o bate-papo e veja quais eram suas atividades e como se tornaram operadoras de máquinas na Gesso Integral.

Veja Também: Presa na boleia? Romance na estrada? Mulheres cristais contam histórias vividas no trecho

Por Daniel Santana com informações da CNTA

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