As condições ruins em vários trechos das estradas e rodovias brasileiras são uma reclamação recorrente de condutores e pedestres que necessitam se locomover pelas vias. São problemas de sinalização, nas estruturas de pontes e passarelas, na qualidade do asfalto, entre outros percalços.
Nesse sentido, recebemos um relato de um condutor sobre problemas sérios no pavimento da BR-116. O local indicado pelo motorista fica no entroncamento da 116 com a BR-251, em um trecho que liga as cidades de Salinas e Divisa Alegre no norte mineiro, já bem próximo ao estado da Bahia.
Os problemas no trecho
O motorista Ed Domingues, conhecido como “Ed Fadiga”, que frequentemente corta o país em sua tocada pela Rio-Bahia (BR-116), enviou-nos um relato em áudio e algumas imagens mostrando a situação da via e relatando o que ele observou por lá:
“O caminhão tem que fazer uma manobra na contramão, porque olha as ‘panela’ que tem aqui. Tá uma vergonha essa 116 […] Entra ano, sai ano, e estamos aqui sofrendo. Tem buraco esperando no acostamento para entrar na pista.”
Através do material enviado para nossa equipe, é possível observar inúmeros buracos no asfalto, além de rachaduras no solo. Chama a atenção a falta de sinalização na pista, pois não há demarcação de sentido e nem placas ao longo do perímetro. A situação dos acostamentos também não é das melhores.
E o posicionamento do DNIT/MInfra?
Entramos em contato com o DNIT e com o Ministério da Infraestrutura para possíveis esclarecimentos sobre os problemas no trecho da BR-116 no norte de Minas. Até a conclusão desta matéria, não recebemos nenhuma resposta dos órgãos.
Vale lembrar que este trecho não é concessionado por empresas privadas, então, cabe ao DNIT realizar as devidas recuperações na pista.
A condição do asfalto nas rodovias brasileiras
De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias, realizada em 2021, quase metade das pistas avaliadas no país (46,9% – 51.118 quilômetros) apresenta pavimento desgastado. Nessa condição, ele pode conter, além do próprio desgaste, trincas isoladas ou em malha, remendos, desagregação, entre outros problemas.
Trincas em malha e/ou remendos foram identificadas em 34.835 quilômetro (31,9%). Em menos de 6,0% da extensão pesquisada predominaram pavimento com afundamento, ondulação e buracos (6.204 quilômetros) e em 554 quilômetros (0,5%) o pavimento foi avaliado como destruído. Apenas 15% do asfalto avaliado pelos técnicos da CNT estão em condições perfeitas.
Observando as condições ruins do asfalto na BR-116, não custa nada enfatizar que a manutenção periódica no solo de estradas e rodovias é um requisito muito importante para a existência de um bom pavimento.
Os defeitos e as irregularidades na condição da superfície afetam diretamente o bolso dos condutores pois, certamente, haverá aumento nos custos operacionais para os transportadores e demais usuários da via. Devido à elevação de gastos com a manutenção dos veículos, as viagens se tornam mais longas, assim aumentando o consumo de combustível, desgaste dos pneus, entre outros problemas.
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Por Daniel Santana com informações da Pesquisa CNT de Rodovias 2021