Eles já são comuns nos grandes centros e agora começam a chegar nas estradas também. Trata-se dos ônibus a gás, que agora, entram no segmento rodoviário.
O modelo é uma junção de carroceria da Marcopolo com chassi Scania, unindo tecnologia, segurança e economia.
O ônibus experimental está programado para operar na linha entre Campinas e São Paulo. Quem está pronta para testar o novo modelo é a viação Santa Cruz. Se o projeto vingar, a empresa pretende adquirir cerca de 20 unidades.
Scania põe K340 para rodar entre Campinas e São Paulo
Mas chances para emplacar são muitas, uma vez que o mesmo motor que equipa o K340 4×2 já vem sendo usado nos cavalos mecânicos da Scania.
Ou seja, trata-se de um 9 litros, de cinco cilindros, de 340 hp e 1.600 Nm. Tudo acoplado a uma transmissão GRS 895R.
Capacidade do ônibus a gás pode aumentar conforme os cilindros
A autonomia total é de 450 km e a capacidade dos cilindros de abastecimento é de 720 litros. São 6, no total, de 120 m³.
Todos eles colocados em um espaço do bagageiro, mas deixando ainda um espaço para as malas.
Scania e Marcopolo já tinham trabalhado juntas
Na época, em 2021, o veículo Marcopolo Paradiso 1050 foi usado para o fretamento contínuo.
O Scania rodoviário era o K320 4×2, que já proporcionava economia em comparação ao veículo a diesel convencional.
Vale ressaltar que no modelo atual, conforme a necessidade, existe a possibilidade da instalação de mais cilindros, além dos já instalados.
Infelizmente a Scania não disponibilizou imagens do compartimento, mas visualmente, mesmo com a tampa fechada, foi possível verificar a existência dos componentes de abastecimento.
Cilindros instalados no Marcopolo K320
O consumo por quilômetro rodado é inferior se comparado com o diesel, porém a aquisição de um ônibus a GNV é de 20% a 30% maior.
Porém, mesmo com o GNV sendo mais barato que o diesel, a infraestrutura de abastecimento tem preço superior e depende de pontos e rede específicas.
Veja os modelos atuais da Scania movidos a GNV
Modelo | Comprimento | Categoria | Piso Normal | Piso Baixo |
---|---|---|---|---|
K280 4×2 | 13,2 m | Urbano | Sim | Sim |
K340 6×2*4 | 15 m | Urbano | Sim | Sim |
K340 6×2/2 | 18,6 m | Articulado | Sim | Sim |
K340 4×2 | 14,0 m | Rodoviário | Sim | Não |
Os ônibus movidos a GNV (Gás Natural Veicular) são veículos equipados com motores que utilizam o gás natural como combustível, em vez do diesel.
Eles emitem menos poluentes, como material particulado e óxidos de nitrogênio, sendo uma alternativa intermediária entre o diesel tradicional e os veículos totalmente elétricos.
Quando chegaram ao Brasil?
Os ônibus a GNV começaram a ser testados no Brasil na década de 1990, mas o uso comercial ainda era limitado por conta da falta de infraestrutura de abastecimento e pela baixa escala de produção.
Em 1990, os primeiros testes com GNV em frotas-piloto, principalmente em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, iniciaram a operar.
Já em 2000, algumas empresas adotam ônibus a GNV em pequena escala. O Rio de Janeiro, por exemplo, operou linhas com esses veículos durante eventos como os Jogos Pan-Americanos (2007).

Nos anos 2010, com os avanços tecnológicos e a maior oferta de modelos da Scania, Volvo e Marcopolo, os modelos começaram a ganhar espaço.
Marcas percussoras no segmento
Diversas marcas de ônibus e chassis oferecem modelos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) ou biometano, a maioria com foco no transporte urbano.
A Scania é a principal fabricante de chassis para ônibus a GNV e biometano do Brasil. Os primeiros modelos da marca começaram a rodar em 2019 em cidades como São Paulo, Curitiba e Sorocaba.
Já a compatriota, a Volvo, desenvolveu tecnologias para ônibus a gás, mas tem focado mais em modelos elétricos e híbridos.
Ônibus com motores a GNV da sueca estão em mercados da Europa e América Latina, exemplo o Volvo B12M.

No caso da Mercedes-Benz, no Brasil, a marca olha para os motores a diesel, mas também já ofereceu opções a gás natural para mercados internacionais. Atualmente, tem olhar para ônibus elétricos e híbridos (como o eO500U).
Por fim, a Iveco BUS, que faz parte do Iveco Group, tem forte presença na Europa e América Latina com ônibus urbanos movidos a gás. Aqui, iniciou recentemente.
São os modelos: Urbanway CNG e Crealis CNG. No Brasil, sua operação em ônibus urbanos é mais recente e limitada.
A VW Caminhões e Ônibus estuda soluções alternativas ao diesel e já apresentou protótipos a gás.
Em 2023, apresentou um Volksbus 17.260 GNV como parte de testes de novas tecnologias.
A produção em escala ainda é incipiente.
*Matéria atualizada às 11h

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.