No início de agosto, foi entregue pela prefeitura de Belo Horizonte (MG) a primeira área de escape no Anel Rodoviário da cidade. A estrutura foi concluída no domingo (31/07), após nove meses de obras e um investimento total de R$ 3,5 milhões com recursos do município. A área de escape é a sétima construída em rodovias brasileiras, visando a diminuição de acidentes em trechos com alto grau de periculosidade.
A área de escape de BH
A área de escape está localizada no Km 541 da BR-040, dentro de BH, próximo ao trevo do bairro Betânia, a poucos metros do acesso ao bairro Buritis. Chamada de “descida do Betânia”, a obra engloba um trecho de quase 400 metros. O km 541 foi escolhido estrategicamente pelo tamanho da área necessária para a construção, o ângulo de aproximação em relação à curva e a distância do trecho onde ocorrem as retenções.
Os 280 metros iniciais são em pavimento flexível (asfalto) e parte em pavimento rígido (concreto), com pintura xadrez branca e vermelha, começando sob a forma de uma cunha e atingindo a largura máxima de 8,5 metros.
Nos 93,5 metros intermediários fica localizada uma caixa preenchida com argila expandida, com largura constante de 5 metros ladeada por uma faixa de 3,5 metros de pavimento flexível do lado esquerdo. Os 25 metros finais são em pavimento flexível para auxiliar na retirada de veículos e manutenção da caixa de cinasita (argila em forma de bolinhas de cerâmica leves e arredondadas).
No local, foram feitas obras de drenagem, estruturas de concreto, pavimentação, sinalização, iluminação e obras complementares. O projeto da área de escape foi desenvolvido pela BHTrans e a execução das obras foi feita com a supervisão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). A área de escape do Anel Rodoviário é a primeira obra desse tipo construída por iniciativa do poder público no Brasil.
Como funciona a área de escape?
As rampas ou áreas de escape são prolongamentos da estrada projetados para reduzir, por meio de resistência ao rolamento (areia, cascalho e pedregulhos), desaceleração gravitacional (subida) ou ambas, a velocidade de veículos em descidas acentuadas.
Dessa forma, o veículo ficaria “preso” em meio aos cascalhos, evitando que siga para frente ou para trás, o que poderia acarretar em outros sinistros. Um bom exemplo que muitos conhecem é a “caixa de brita” utilizada em vários autódromos pelo mundo, onde diversos tipos de cascalhos são implantados em alguns pontos das pistas, para evitar acidentes graves.
Projeto prevê a instalação de rampas de escape em trechos perigosos
Há algumas semanas, falamos aqui no Pé Na Estrada sobre a instalação de áreas de escape em rodovias. O tema entrou em pauta na Câmara dos Deputados em julho, onde o Projeto de Lei 1329/22, prevê a instalação de rampas para caminhões em trechos com longos trechos de descida, a fim de permitir a redução da velocidade e a parada segura do veículo com falha mecânica ou dificuldade de frenagem.
O texto prevê que os órgãos responsáveis deverão levar em consideração no momento da implantação das rampas, alguns pontos cruciais como: o tráfego total e de caminhões; o histórico de acidentes; velocidade média no trecho, entre outros aspectos.
Atualmente, o projeto está sendo analisado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Viação e Transportes, e na sequência, irá à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após as análises, o PL irá ao Senado e, se novamente aprovado, sem nenhuma observação, vai à presidência para receber ou não a sanção.
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Por Daniel Santana com informações da Prefeitura de Belo Horizonte e da Agência Câmara de Notícias