sexta-feira, outubro 4, 2024

5 rodovias onde o caminhoneiro vive tomando 7 x 1

Rodovias5 rodovias onde o caminhoneiro vive tomando 7 x 1

Nos gramados o Brasil tem se recuperado desde aquele 7 x 1 pra Alemanha, mas nas rodovias, o caminhoneiro toma um 7 x 1 por dia. Vamos conferir alguns?

5 – Rodovia Fernão Dias

Buracos na Rodovia Fernão Dias, BR 381

A Rodovia Fernão Dias é um trecho da BR-381, que liga as capitais de São Paulo e Minas Gerais. Por ser uma rodovia privada, quem roda por lá conta com socorro 24h, apoio se quebrar na rodovia e informações constantes sobre o trânsito, mas o pavimento… aí são outros quinhentos.

Como o pedágio é baixo, a arrecadação da concessionária é muito menor que em outras rodovias. Isso se traduz em trechos esburacados que deixam muito estradeiro com gosto de gol contra na boca.

4 – Rodovia Washington Luís

Rod Washington Luís em trecho urbano e rodoviário com indicações diferentes de velocidade
Imagens: Google Maps
Arte: Pé na Estrada

A Rodovia Washington Luís é um trecho da SP-310 que liga Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto e diversas outras cidades importantes do interior de São Paulo.

A via é concessionada e o pavimento, muito bom. Já foi até primeira no ranking CNT de rodovias nacionais. Além disso, quase não tem curvas e os aclives e declives (ou seja, subidas e descidas) são suaves. Ué, mas se ela é assim tão boa, o que está fazendo nessa lista?

O problema da Washington Luís é que como já falamos, ela liga muitas cidades. Sendo assim, corta diversos trechos urbanos. E quando tem trecho urbano, a velocidade muda, pra baixo, claro. E é aí que muita gente dança.

As muitas mudanças de velocidade máxima confundem e, embora todas sejam sinalizadas, a galera se perde e acaba levando muito cartão amarelo, opa, multa por excesso de velocidade ali.

3 – BR-101 no Espírito Santo

Via estreita na BR 101 no Espírito Santo

Mais uma boa rodovia em nosso ranking. A BR-101, no trecho que atravessa o Espírito Santo, é administrada pela Eco101. O piso é bom e ela é quase toda plana. Então qual o problema?

O problema é que piso bom e sem subida é um convite pro pessoal acelerar. Só que a rodovia é sinuosa (ou seja, cheia de curvas) e estreita. Aí, entra a fórmula: velocidade + curva + pista estreita = saídas de pista, acidentes, etc…

Pelo contrato de privatização, a via até deveria estar duplicada já, mas isso aí é uma briga jurídica que se arrasta desde 2013. Então, na prática, a galera abusa no trecho e acaba tomando cartão vermelho.

2 – BR 251 – Montes Claros a Divisa Alegre MG

 

Única rodovia não pedagiada em nosso ranking, a BR-251 que liga Montes Claros a Divisa Alegre, em Minas Gerais, entra na lista por conta das vias pedagiadas. Como assim?

Bom, essa rodovia é uma importante ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. Só que a pista é estreita, quase sem pontos de ultrapassagem, com asfalto ruim em diversos trechos. Se é tão ruim, por que o fluxo é tão grande? Porque ela é usada pra desviar dos pedágios da BR-116.

Então imagine rodar muitos e muitos quilômetros sem conseguir um ponto correto de ultrapassagem. O que os apressadinhos fazem? Ultrapassagem proibida. E isso leva à penalidade máxima do transporte, a colisão frontal, o tipo mais fatal de acidente.

E tem mais, pra completar a rota de desvio da BR-116 é preciso pegar outra rodovia, qual? A Fernão Dias, que já apareceu aqui em nossa lista. Seria então essa viagem um 14 x 2?

1 – BR-116 trecho da Via Bahia

Trecho da BR-116 em Jequié/BA com trincas no asfalto. Rodovia campeã de reclamações e de caminhoneiros tomando 7 x 1
Imagem: CNT

Mas a campeã… que levanta a taça quando o assunto é reclamação de motorista, é o trecho da BR-116 sob concessão da ViaBahia. A grande reclamação é fácil de ser explicada. A concessionária cobra o pedágio, mas não cuida da rodovia de acordo com o que caminhoneiros e outros usuários relatam.

Muitos buracos, pouca manutenção, quase nada de apoio, são essas as impressões de quem passa por lá. Dos investimentos previstos em contrato, muito pouco foi feito, o que gerou, inclusive, queda no valor do pedágio, brigas judiciais e risco de perda da concessão.

As brigas deram uma trégua nos últimos meses. O pedágio até aumentou de novo. Mas quem segue perdendo feio nesse jogo é o usuário.

E você, caminhoneiro, vive tomando 7 x 1 em outras rodovias? Deixe seu recado nos comentários.

Por Paula Toco

 

Jornalista Paula Toco sentada em banco do motorista de caminhão pesado

Jornalista especializada em transporte comercial há mais de 15 anos.
Repórter do programa Pé na Estrada na TV (hoje no SBT) e coapresentadora do programa no Rádio (hoje na Massa FM). Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais (Instagram + Tik Tok) onde fala de segurança e legislação de trânsito. Autora do livro “E se eles sumirem?” e palestrante de segurança no trânsito.

4 COMENTÁRIOS

  1. Boa intenção na matéria, o problema é que a lista de rodovias com placar igual ou ainda pior é muito maior do que apenas estas.
    A BR 153 passando nós Estados de SP e Minas, e Goiânia, são pedagiadas, e é muito, mas muito remendo mal feito com solavancos absurdos, sem acostamento, zero infraestrutura, simplesmente um caso para o ministério público investigar onde está o problema, não é possível isso ser normal.

  2. O estado de Minas, não tem nenhuma rodovia em boas condições de manutenção e muito menos bem projetadas.
    A BR 262 no trecho de Uberaba até Belo Horizonte e praticamente impossível de ser ter paz por lá, aliás em toda a sua extensão em terras mineiras ela é terrível assim como 90% das rodovias mineiras são péssimas

  3. O que falta muito é um bom exemplo que nem o da SP 340 aquele refúgio em Mogi Mirim se não me engano parei pela primeira vez aja visto que rodo pouco por aqueles lados mas um excelente serviço que deveria ser implantado em todas as rodovias,parabéns aos envolvidos ótimo atendimento.

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