sexta-feira, novembro 22, 2024

Importância do modal ferroviário no transporte de grãos é destaque em webinar. Governo tem boas perspectivas para 2022.

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Nas últimas semanas, o Grupo ESALQ-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP) em parceria com a FEALQ (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz) realizou o webinar “On Board na Agro Logística”, com o objetivo de discutir o panorama atual do mercado e as expectativas para o agronegócio em 2022. O grande destaque do evento foi a importância do modal ferroviário no transporte e locomoção de grãos como milho e soja, entre outros insumos.

Números do transporte de grãos por ferrovias em 2021

Segundo informações da Esalq-Log, os transportes por ferrovias representam aproximadamente 40% das cargas movimentadas pelo agronegócio. Além disso, o grupo destacou alguns números dos movimentos pelos trilhos em 2021:

  • Soja: 33 milhões de toneladas (+15,3% x 2020); 
  • Farelo de Soja: 8 milhões de toneladas (+11,9% x 2020);
  • Milho: 12 milhões de toneladas (-35,7% x 2020); 
  • Açúcar: 15 milhões de toneladas (-9,1% x 2020); 
  • Fertilizantes: 6 milhões de toneladas (+3,1% x 2020). 
Números do transporte de grãos por ferrovias em 2021
Imagem: PNE

Vale destacar que milho e açúcar, que apresentaram baixa nos números, sofreram quebra de safra na última temporada, o que reduziu o volume enviado aos portos brasileiros. A quebra de safra nada mais é do que uma redução significativa do que estava previsto para uma colheita. Ela pode acontecer por fatores diversos, como mudanças climáticas, o ataque de pragas, entre outros fatores prejudiciais às plantações.

A Esalq-Log ainda aponta que neste primeiro semestre de 2022, as maiores movimentações nos transportes de cargas por trens terão ênfase na soja e no milho. Já no segundo, em milho e açúcar.

Avanço do transporte por ferrovias no país

Aproveitando o gancho dos números do Esalq-Log, vale destacar que as ferrovias têm um papel essencial no comércio exterior brasileiro e contam com uma participação crescente no volume transportado anualmente. 

Segundo informações da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), mais de 92% dos minérios chegam aos portos pelos trilhos, por exemplo. A Associação ainda destaca que os trens de carga respondem pelo transporte de cerca de 42% das commodities agrícolas exportadas no país.

Investimentos recentes do governo na malha ferroviária

Investimentos recentes do governo na malha ferroviária
Divulgação: MInfra

Conforme informamos recentemente aqui no Pé Na Estrada, o Governo Federal irá apostar cada vez mais na malha ferroviária para impulsionar o transporte de cargas por todo o país.

No dia 9 de dezembro, o Governo autorizou a construção e a operação de nove ferrovias no Brasil pelo programa Pro Trilhos. Dessa forma, o programa permite que o setor privado possa construir e operar ferrovias, ramais, pátios e terminais ferroviários. 

Ao todo, seis grupos empresariais receberam autorização para iniciar a implantação das ferrovias. São eles: Bracell, Ferroeste, Grão Pará, Macro Desenvolvimento, Petrocity e Planalto Piaui Participações. Com exceção da Ferroeste, que já atua com transporte ferroviário como concessionária, o restante são novos operadores entrando no setor. 

Vale destacar que os contratos serão pelo modelo de outorga por autorização e construção de novas ferrovias por empresas privadas, fazem parte da chamada “Lei das Ferrovias” com base no Projeto de Lei (PL) 3754/21.

A importância de novos projetos ferroviários no Brasil

Em relação a criação e expansão das ferrovias pelo Brasil, segundo o coordenador do Esalq-Log, Thiago Guilherme Péra, a criação de novos projetos ligados ao modal são importantes para o país, possibilitando aumentar o número de cargas nos trens:

“Nos próximos 10 anos, devemos observar o crescimento dos terminais ferroviários principalmente por aumento de produtividade destas estruturas, o que permitirá ampliar o volume movimentado pelo modal”.

Veja Também: #006 – Programa Pro Trilhos – Fazendo Rastros

 

Por Daniel Santana com informações da Esalq-Log, da ANTF e da Agência Câmara de Notícias

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