Apesar de a Lei do Caminhoneiro determinar limites para o tempo de espera na hora de carregar e descarregar, muitas empresas não dão atenção para a questão e para o acolhimento dos caminhoneiros. A prova disso está em duas denúncias feitas a empresas de grande importância para a economia nacional.
O primeiro caso, por exemplo, foi registrado pela motorista e influenciadora, Vanessa Mariano. Ela publicou relatos sobre descasos ocorridos na unidade da ArcelorMittal, em Rio das Pedras (SP).
Nos registros, a caminhoneira mostra que a companhia obriga todos os transportadores ficarem em salas de espera, alegando que dentro das cabines não há segurança. Ou seja, os motoristas não podem ficar no conforto da boleia devido à insegurança no pátio da empresa. “Olha o que tem para aqueles que precisam esperar do lado de fora da cabine”, reforça ela, mostrando um banco com três cadeiras.
Ainda, segundo ela, não havia água potável dentro da sala. Ela reforça que quando chegou, tinham caminhoneiros dormindo no chão.
Metodologia nova foi adotada na tentativa de melhorar o acolhimento
A ArcelorMittal admite em nota que experimentou uma situação operacional no atendimento aos motoristas de caminhões na unidade de Rio das Pedras (SP) que desencadeou um tempo de espera maior que o habitual. Ao identificar a situação, a empresa disse que adotou todas as providências necessárias para normalização da rotina operacional, que teve os tempos de espera reduzidos.
“Se o motorista entrasse somente quando a carga estiver pronta para carregar, já seria algo bem mais viável. Não permitir que a gente fique aguardando dentro do caminhão, nos tira a privacidade, conforto e prejudica a nossa alimentação. Se querem assim, que façam alojamentos justos aos motoristas. É um absurdo demorar um dia ou até dois para carregar ou descarregar”, desabafa a caminhoneira.
A ArcelorMittal respondeu o questionamento da seguinte forma: “A permanência dos motoristas nos veículos não é permitida durante as operações de carregamento e descarregamento, dado que estas envolvem, dentre outras atividades, o trabalho com cargas suspensas. Neste sentido, por questões de segurança e mitigação do risco de acidentes, não é permitida a permanência dos motoristas dentro da cabine do veículo durante tais operações”.
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Ainda, segundo a empresa, a unidade de Rio das Pedras conta com salas de espera com ar-condicionado, bebedouros refrigerados, televisores e assentos ergonômicos para os motoristas, havendo, ainda, a disponibilização de refeições segundo o tempo de espera.
“No meu ver, há falta de empatia com o próprio ser humano, olham o caminhoneiro como alguém que deve suportar tudo, e pior, muitos pensa que se não estiver satisfeito, que mude de profissão. Isso é um absurdo, ninguém é obrigado a passar humilhação e desrespeito por ser caminhoneiro, existem muitas empresas que não se importam com os motoristas na hora da carga e descarga, enrolam o tempo que precisar. Muitas não têm um local de banho adequado, um alimento descente, e ainda não permitem que se abra a caixa de cozinha. Como sair de uma situação como essa?”, questiona a motorista.
Amazon também não cuida bem dos caminhoneiros
É difícil acreditar que uma empresa que vive da logística consegue maltratar quem faz a sua fama. Basta um clique diante da tela e pronto, produto chega à porta de casa. O caminhoneiro, que pediu para não ser identificado, nos disse que estava na unidade da Amazon, em Cajamar (SP) e foi obrigado a sair do caminhão para aguardar em um espaço reservado o momento certo para carregar. O local reservado é um container com mesas e cadeiras de plástico.
Um dos registros fotográficos mostra um motorista dormindo no chão. O Pé na Estrada procurou a assessoria de imprensa que atende a Amazon, porém ela disse que estava preparando uma resposta e até o momento não enviou.
Marfrig mostra um exemplo que podem ser seguido
De olho no acolhimento e na importância da distribuição mais efetiva de produtos perecíveis, a Marfrig vem reformulando os pátios para caminhões e os pontos de apoio aos motoristas de todas unidades.
Recentemente, a companhia anunciou R$ 10 milhões para transformar a planta de Várzea Grande (MT) em um projeto similar ao da unidade de Tangará da Serra (MT).
Com previsão de entrega ainda em 2024, o projeto inclui melhorias nas vias de acesso à unidade e oferecerá a Casa do Motorista, espaço com banheiros e chuveiros, mesas para refeição, fogão com forno, água, mate e café, sofás para descanso, wi-fi gratuito e tomadas.
“O trabalho dos motoristas é fundamental para a economia brasileira e para a Marfrig. A atuação desses profissionais faz rodar grande parte do fluxo logístico do país e é preciso buscar, sempre, aumentar a segurança e o conforto deles”, diz Fabricio Souza, diretor de Logística da Marfrig.
A unidade de Tangará da Serra (MT) já foi beneficiada pelo projeto composto por um novo pátio para estacionamento e a Casa do Motorista. Ainda neste ano, a planta de Promissão (SP) também será contemplada com um projeto similar.
Por Rodrigo Samy
Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha com repórter e editor do Portal Pé na Estrada.
E minha amiga o descaso com o profissional do volante vulgo caminhoneiro e grande ele tbm é um ser humano que merece respeito empatia e consideração ele q deixa o conforto da sua casa pra servir a casa de TDS
E santos?? Os motoristas tem que pagar aquele lixo do Eco pátio, por hora. Nunca cumprem o agendamento. Motorista pagar pátio pra esperar descarregar, é o fim da picada!!
80 por cento das transportadoras não tem um local adequado de espera para os motoristas e 95 por centos não respeitam a lei de tempo de descarga
Um Desrespeito com o ser humano…
ARCELORMITTAL E AMAZON, GRANDES NOS NOMES E pequenas em atitudes