Dia Nacional do Caminhoneiro: Será que a profissão vai acabar?

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Neste dia 16, celebra-se o Dia Nacional do Caminhoneiro, mas a profissão vem perdendo força. Surge, então, a dúvida: estará esse trabalho perto do fim? Com o avanço das novas tecnologias, cresce o questionamento sobre o futuro da categoria, cenário semelhante ao que já ocorre com cobradores de ônibus e outras ocupações tradicionais. 

Segundo James Theodoro da Korsa Seguros, a falta de motoristas não é algo que está acontecendo agora, e sim, há muitos anos. Ele também diz que esse não é um problema do Brasil, porém, a diferença que no Brasil o transporte de carga é 60% rodoviário. 

Theodoro também ressalta que já tem clientes com caminhão parado por falta de motorista e nada está sendo feito por parte do governo, que segundo ele, tem que ser o mais interessado em resolver o problema. 

 

É o fim da profissão de caminhoneiro?

Todos veem que a tecnologia está chegando e muitas profissões serão extintas, os jovens até se questionam se seria viável se especializar para virar um motorista, sendo que eles podem ser substituídos mais para frente.  

É um fato que a Inteligência Artificial irá acabar com muitas profissões e já se vê até caminhões autônomos operando em grandes empresas. 

O programa Pé na Estrada já reportou que motoristas controlam à distância, por meio de IA, veículos de carga que circulam sem cabine nas rodovias da China.

A própria Mercedes-Benz já apresentou no país um veículo semi autônomo que pode ser operado via controle remoto. Essas tecnologias podem até assustar os caminhoneiros ou afastar os interessados pela profissão. No entanto, será que o Brasil está próximo de perder motoristas para a automação?

 

Fórum Pé na Estrada trouxe a automação em pauta

No 1º Fórum Pé na Estrada, a questão dos caminhões autônomos foi levantada na problemática da falta de motorista. Cláudio Castro, presidente da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), explica com clareza que não é com isso que devemos nos preocupar. 

Segundo ele, existe, sim, vários estudos, alguns veículos já rodando no mundo com o sistema chamado de direção autônoma, ou seja, onde toda a parte de direção, aceleração e frenagem é 100% autônomo. 

Castro diz que, existe mais de dois milhões de veículos rodando nas estradas brasileiras. Com isso, a indústria brasileira está produzindo cerca de um pouco mais de 120 mil veículos por ano. Ou seja, segundo ele, para trocar toda essa frota, precisaria de pelo menos 20 anos de produção. 

Considerando esse primeiro ponto importante, Castro ressalta que, exceto algumas aplicações bem específicas, como mineração e agricultura, onde esses veículos estão em ambientes confinados, ou seja, não estão em vias públicas, os motoristas não serão substituídos em breve. 

Ele explica que, em nenhum lugar do mundo, há caminhões em série trabalhando dessa forma.

“Quando a gente volta para o Brasil, o que nós temos aqui? Várias, várias discussões, poucos veículos rodando em ambientes confinados e praticamente nenhum em estradas públicas, até mesmo porque não é permitido. Foi dito que o governo tem que fazer parte dessa discussão. Então, para rodar no Brasil, nós precisaríamos de uma alteração na legislação para começar testes com esses, veículos nas estradas e ruas.”, explica Cláudio Castro. 

 

Que nível de automação está o Brasil?

Castro explica que o Brasil está bem longe de ter uma direção 100% autônoma. Existe uma escala de 0 a 5 que determina exatamente o nível dessa direção autônoma. O zero é totalmente manual, ou seja, o motorista faz tudo, não existe nada eletrônico, já o cinco não é necessário tomar nenhuma decisão.

Ele explica que quando se chega na escala três, que não se tem ainda no Brasil, é onde o veículo consegue trafegar durante algum tempo em algumas regiões sem precisar do motorista. 

Ele faz uma analogia da tecnologia presente nos veículos Tesla que funciona em algumas regiões onde é possível deixá-lo totalmente autônomo, mas de vez em quando é possível colocar a mão no volante.

“O Brasil está no nível dois. Esse nível é possível ter o controle à distância para os caminhões novos, nada mais do que isso. Então, eu diria que para a substituição de motoristas acontecer seria em menos de 30 anos, além disso, nós não vamos ter isso em grande quantidade.”, conclui Castro. 

 

Data do Dia Nacional do Caminhoneiro

Em 2009, o governo Federal entendeu que os caminhoneiros necessitavam de uma data nacional para comemorar sua profissão. Mesmo com duas datas já em uso para tal comemoração, o vice-Presidente, José de Alencar, assinou a Lei 11.927, que criava uma terceira data, a de 16 de setembro, como sendo o Dia Nacional do Caminhoneiro.

Talvez a escolha tenha como base o dia do transportador, para que ambas as datas fossem próximas.

 

Veja também: Falta de motoristas: exigências de embarcadores entram na conta?

Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.

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