Frete continua muito defasado em 2025. Será?

MercadoFrete continua muito defasado em 2025. Será?

Frete continua muito defasado mesmo com um ano relativamente sem grandes variações e com o mercado aquecido em fogo médio.

Mesmo com o cenário favorável, o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) não conseguiu recompor a defasagem do valor do frete acumulada nos últimos anos.

Quem levantou a desvalorização foi a NTC&Logística

A última sondagem feita pelo DECOPE/NTC indica a existência de uma defasagem média no TRC de 13,0%, sendo de 10,6% no transporte de carga fracionada (onde as cargas de vários clientes são compartilhadas no mesmo veículo) e de 14,7% na carga lotação (onde a carga de um único embarcador ocupa toda a capacidade do veículo).

Desvalorização do Frete
Desvalorização do Frete em 2024

Essa defasagem entre o frete recebido e os custos foram apurados e demonstra bem como é difícil recompor tudo que foi perdido ao longo dos anos. 

O combustível, antes do aumento, em janeiro de 2025, estava estável nos 18 meses anteriores. Porém, nos últimos 3 anos, marca alta de 12,6%.

Já o preço do caminhão variou 5,8% no último ano. Mas, nos últimos 36 meses anotou acumulado de 51,6%.

Mesmo assim, frete continua muito defasado em 2025

O Índice Nacional de Custos de Transporte – INCT, que mede a inflação do serviço de transporte de carga, também reflete bem essa situação.

Apesar da variação, em 2024, de 4,86% na fracionada e de 6,7% para a lotação, estar bem próxima da inflação geral medida pelo IPCA, de 4,83% em 2024, quando comparado com o acumulado dos últimos 3 anos, a diferença é significativa, alcançando +12,93% na lotação e +3,27% na fracionada. Por isso, o frete continua muito defasado. 

Entenda o que diz a associação sobre os impactos 

A complexidade da cobrança do frete pelo transportador, com diversos componentes tarifários e taxas, imposta pela dificuldade operacional, acaba sendo prejudicial.

Pois o que se nota é que muitos contratantes ainda não remuneram adequadamente o transportador pelo serviço prestado.

Vale destacar a renitente inflação e a elevação da taxa de juros no país, o que obriga o transportador a manter atenção na concessão de prazos.

Inflação oficial de janeiro de 2025

A inflação oficial de janeiro perdeu força e ficou em 0,16%. Trata-se do menor resultado para um mês de janeiro desde o Plano Real. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro de 2024, o IPCA tinha ficado em 0,52%. A desaceleração não significa que os preços ficaram mais baixos, e sim que, na média, subiram em menor velocidade.

Considerando qualquer mês, o resultado de janeiro é o menor desde agosto de 2024, quando houve inflação negativa de 0,2%. Em janeiro de 2024, o IPCA tinha marcado 0,42%. Agora, caiu para 0,16%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 4,56%, acima da meta do governo. Em dezembro, o acumulado era de 4,83%.

A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.

Vale dizer que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reajustou a Tabela do Piso Mínimo de Frete por conta da alta do diesel. O Pé na Estrada fez uma matéria completa sobre o assunto. 

Jornalista do Pé na Estrada, Rodrigo Samy

Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor no Portal Pé na Estrada.

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