Pneu para caminhão: Descubra como escolher e quando trocar. Afinal, os pneus de caminhão são responsáveis por fazer a ligação do veículo com o solo. Logo, toda a força transmitida pelo motor e freio acabam na borracha, que também absorve os impactos e as irregularidades, além de manter a tragetória escolhida pelo motorista através do volante.
Por isso, é possível dizer que os pneus têm uma função semelhante à de um calçado. Ou seja, a de fazer o contato do nosso corpo com o chão.
Pneu para caminhão: Descubra como escolher e quando trocar
Portanto, imagine ir à praia de coturno, ou acompanhar um casamento de chinelo de dedo, ou então, fazer corrida de salto alto. É mais ou menos isso que ocorre quando há uma compra ou troca equivocada de pneu.
Porém, como os pneus representam uma boa parcela de investimento do caminhão, um erro pode ser fatal. Logo, a troca de um pneu deve ser diferente da compra e escolha de um calçado.
Como escolher o pneu correto na hora de trocar?
No caso dos pneus, que junto com o combustível são os maiores custos operacionais de uma frota, o gestor deve escolher um modelo adequado ao tipo de serviço que o caminhão desempenhará.
Os fabricantes produzem a maioria dos pneus com especificações para cada tipo de serviço: rodoviário, regional, regional severo, urbano, misto e severo.
Veja a seguir as principais categorias de pneus:
- Rodoviário: Ideal para veículos que circulam em estradas predominantemente retas e planas, onde o caminhão mantém uma velocidade constante por um longo período.
Em situações assim, o pneu opera em baixa temperatura, e os fabricantes projetam sua construção para reduzir o consumo de combustível. - Regional: Modelos desse segmento rodam em vias pavimentadas e sinuosas, com aclives e declives acentuados, onde os veículos trafegam com velocidade variável, tanto nos transportes de cargas como de passageiros. É a condição mais presente no Brasil.
- Regional Severo: Ideal para veículos que circulam em ruas pavimentadas, em percursos sinuosos com manobras constantes.
A velocidade média é baixa e com transporte de cargas ou de passageiros. Ideal para caminhões de entregas rápidas e para ônibus circulares. - Urbano: Voltado às ruas e avenidas pavimentadas das cidades e para percursos com constantes manobras, acelerações e frenagens.
Elaborado para ônibus e transporte de carga urbana. Trabalham e uma condição de temperatura maior, exigindo mais da borracha. - Misto: Direcionado aos percursos de terra e de asfalto, como fazendas, usinas, estradas vicinais, onde as velocidades predominantes são médias e baixas.
- Severo: Desenvolvido para percursos agressivos e abrasivos na exigente condição de fora de estrada, em que predominam terra e rocha, como em pedreiras, minerações e obras de construção civil.
Após a definição da atuação, é necessário ver a posição do pneu antes de trocar:
- Direcional: para eixos direcionais, como os dianteiros, ou seja, eixos que giram para direita e esquerda e comandam a direção do veículo. Esse pneu geralmente tem linhas que acompanham o fluxo do movimento.
- Tração: Esses pneus precisam segurar o peso do veículo e não permitir deslizes. Por isso, são mais borrachudos e com desenhos mais variados de acordo com o tipo de aplicação.
Por isso, antes da compra, na hora de trocar os pneus, veja qual é a aplicação e condição. A estrutura de um pneu urbano, por exemplo, é maior se comparada com a de um pneu rodoviário.
Em contrapartida, o modelo para estradas tem borracha mais macia e tecnologia para dar maior estabilidade ao veículo e conforto aos usuários.
Por isso, avalie as recomendações do manual do proprietário do veículo e identifique o percurso que será mais utilizado antes de escolher o pneu para a substituição no momento da compra.
Qual é o melhor pneu para comprar e trocar?
Além das categorias rodoviário, regional, regional severo, urbano, misto e severo, os pneus também se dividem em premium, que oferecem a melhor performance com menor custo por quilometro na vida total, intermediário, e de baixo custo.
As próprias marcas mais tradicionais, oferecem submarcas, nas prateleiras. Muitas vezes são pneus de boa qualidade, mas que talvez não tenham o custo do royalty, palavra de origem inglesa que se refere a um valor cobrado pelo proprietário de uma patente de produto, ou seja, não cobra pelo nome da marca, ou, talvez, não traga a tecnologia de ponta que está sendo apresentada na linha principal. Vale pesquisar e perguntar para o revendedor.
Qual é a melhor marca de pneu para trocar no caminhão?
O mercado de pneus para caminhões é bem disputado, tanto que não é possível determinar qual é a melhor marca ou quem é a detentora da maior fatia de vendas do país.
A dica para saber a procedência é procurar a etiqueta do Inmetro. Ela é subdividida em três partes e cada uma delas traz informações essenciais sobre o desempenho do pneu.
Descubra quando trocar um pneu e os critérios das etiquetas
A etiqueta é aplicada em todos os pneus de construção radial para automóveis, picapes, utilitários esportivos, vans e caminhonetas, bem como nos de construção radial para caminhões e ônibus para aplicação nos serviços Regional, Regional Severo, Rodoviário, Urbano e Misto.
Vale dizer que os pneus radiais são mais adequados para velocidades mais altas, pois absorvem melhor as irregularidades da estrada. Eles se diferem dos convencionais por apresentar uma montagem do arame de aço, na estrutura interna do pneu, mais reforçada e moderana.
Ou seja, uma onda negritada significa o menor nível de ruído externo, enquanto as três ondas representam o maior nível de ruído externo, de acordo com os resultados de testes de ruído externo.
Portanto, ao escolher um pneu importado ou nacional, verifique se ele possui a etiqueta do Inmetro, pois isso garante que o produto atenda aos requisitos de segurança e desempenho.
Qual é o valor de um pneu novo para trocar?
O valor de um pneu de caminhão pode variar bastante dependendo do tipo, marca, tamanho e especificações do pneu. Em geral, os preços podem variar de R$ 1.500 a R$ 3.500 ou mais por unidade.
A negociação por valor unitário conforme a quantidade também conta. Pneus para caminhões de carga pesada e com especificações especiais, como pneus radiais ou para longas distâncias, tendem ser mais caros.
Para obter um valor mais preciso, é recomendável consultar fornecedores especializados ou lojas de autopeças, considerando as necessidades específicas do caminhão e do tipo de transporte a ser realizado.
Muitos estradeiros se juntam para comprar em maior quantidade e conseguir uma negociação mais vantajosa. Cooperativas de caminhoneiros autônomos também fazem o mesmo processo.
Pneu é diferente para cada tipo de caminhão?
Além das categorias, os pneus se diferenciam pelo composto da borracha, tamanho do aro e desenho da banda de rodagem.
Os tamanhos de aro, por exemplo, começam em 20 polegadas e vão até 24,5. Os modelos menores são muito utilizados em caminhões de carga média e pesada, especialmente em caminhões antigos ou em aplicações fora de estrada.
O tamanho mais utilizado em caminhões de transporte rodoviário de carga pesada e ônibus é de 22,5 polegadas, pois proporciona uma boa combinação de durabilidade e capacidade de carga.
Além desses, existem outros tamanhos específicos para diferentes aplicações, como caminhões de construção, mineração, e caminhões leves ou urbanos.
A escolha do tamanho adequado depende do tipo de caminhão, da carga transportada e das condições de operação. Vale também consultar o manual do veículo. Logo, pneu para caminhão: Descubra como escolher e quando trocar.
Quando deve ser feito o rodízio de pneus?
O rodízio de pneus deve ser feito com o objetivo de estender a vida útil do composto, mas de forma equilibrada.
É muito importante que o motorista esteja atento aos desgastes irregulares e diferenças de profundidade de borracha entre os eixos, pois nesse caso é importante verificar a geometria veicular e efetuar o alinhamento.
Outro pecado mortal é misturar marcas ou modelos de pneus. Em automóveis, por exemplo, o motorista costuma repor um pneu gasto com o estepe, o que compromete a dirigibilidade, pois o estado de um pneu guardado no porta-malas é completamente diferente do de um pneu já utilizado.
Quando você precisa trocar o pneu do caminhão?
Quando o TWI chegar na altura da banda de rodagem. O TWI é um carocinho que você encontra no sulco do pneu e serve exatamente para você saber esse momento de troca.
A altura mínima do TWI (Tread Wear Indicator) para caminhões é a mesma para automóveis de passeio, de 1,6 mm. Ela segue a determinada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e se aplica tanto para veículos leves (carros) quanto para veículos pesados (caminhões e ônibus).
A finalidade dessa regulamentação é garantir a segurança no trânsito, assegurando que os pneus tenham aderência suficiente para evitar acidentes, especialmente em condições de chuva ou estradas molhadas.
Pneus desgastados além desse limite representam um risco significativo de perda de controle do veículo, maior distância de frenagem e aquaplanagem.
Posso recapar todo os tipos de pneus?
A recapagem é uma prática comum no transporte de cargas que consiste na troca da banda de rodagem usada por uma nova. A banda de rodagem é a capa emborrachada onde se desenham os sulcos. A borracha dessa parte é diferente do restante do pneu. A vantagem é que o sistema é mais em conta que a compra de um pneu.
Há pneus em que o motorista consegue efetuar até cinco trocas, já em outros modelos o ciclo é menor. Tudo depende da qualidade da carcaça e do que cada fabricante de pneus entrega.
No processo de recapagem, após análise da estrutura, a banda é raspada para, então, recebem uma nova capa. A nova banda é vulcanizada a 110º C.
A recapagem de pneus é um procedimento seguro, econômico e que proporciona segurança aos condutores das empresas de transporte. É importante o motorista sempre procurar uma empresa certificada.
Por fim, no caso dos pneus recapados, o correto é sempre utilizá-los nos eixos de tração e eixos livre, pois a legislação não permite este tipo de pneu nos eixos direcionais dos caminhões. A recapagem dos pneus ajuda a diminuir os custos operacionais dos caminhoneiros.
Quantos mil km dura um pneu de caminhão?
A duração de um pneu de caminhão pode variar amplamente, com médias geralmente entre 60.000 a 120.000 quilômetros, dependendo de diversos fatores. A carga transportada é um deles. Caminhões que transportam cargas pesadas ou operam em condições extremas podem experimentar um desgaste mais rápido dos pneus.
As condições da estrada também desempenham um papel significativo. Rodovias em boas condições ajudam a prolongar a vida útil dos pneus, enquanto estradas ruins ou fora-de-estrada podem acelerar o desgaste. Além disso, o estilo de condução do motorista pode afetar a durabilidade dos pneus.
Quais são os danos de pressão baixa em um pneu?
Todo mundo já ouviu falar que é preciso calibrar os pneus. Mas o que acontece com quem não faz isso? A pressão dentro do pneu pode deixar de ser a ideal.
A pressão de inflação dos pneus interfere diretamente na segurança, durabilidade e desempenho do produto. A baixa pressão impacta negativamente na dirigibilidade do veículo, performance, no aumento do consumo de combustível, aquecimento excessivo e redução da vida útil.
A soma dos fatores citados ocasiona um desgaste acelerado do pneu, comprometendo a durabilidade da carcaça, resultando em um menor número de recapagens.
Para evitar a baixa pressão, o transportador deve seguir a recomendação de pressão disponível no manual do veículo fornecido pelo fabricante. É importante respeitar o peso da carga transportada, verificando a pressão do pneu no menor prazo possível.
Quais são as causas mais comuns de pressão baixa no pneu?
As principais causas para a baixa pressão são vazamentos nas válvulas dos pneus, muitas vezes ocasionados pela não utilização de tampas de vedação, bloqueio ou sujeiras nos bicos. Outro fator impactante é a montagem inadequada dos pneus, fazendo com que ocorram vazamentos entre o talão do pneu e a roda. Vale ainda destacar a importância de verificar a pressão do pneu enquanto ele não está quente, dessa forma se evita a “sangria” (perda da pressão).
O que é fazer sangria em um pneu?
A “sangria” dos pneus se caracteriza quando os pneus estão quentes e o usuário retira parte de sua pressão. Este procedimento não é recomendado e ocasiona diversos danos ao pneu.
Para exemplificar, ao rodar com o veículo, os pneus naturalmente esquentam – fazendo com que o ar em seu interior se expanda, aumentando assim sua pressão.
O motorista deve verificar a pressão somente com o pneu frio, antes de iniciar a viagem, para evitar erros ao constatar uma pressão elevada e reduzir indevidamente sua calibragem.
Quais são os danos de pressão alta em um pneu?
Da mesma forma que a pressão baixa, a alta pressão resulta também em instabilidade na dirigibilidade do veículo, gerando maior vulnerabilidade às quebras por impactos, em virtude de buracos nas estradas e desníveis de pistas.
Outro ponto é o desgaste irregular, pois faz com que o pneu tenha maior contato com o solo na região central da banda de rodagem, diminuindo a performance quilométrica, aumentando o custo por quilômetro da frota e ainda reduzindo sua vida útil.
O usuário deve verificar a pressão dos pneus periodicamente e no menor intervalo possível para evitar a perda de segurança do veículo e melhorar a performance do produto.
Quais são as causas mais comuns de pressão alta no pneu?
Geralmente, ao carregar o veículo com peso, os motoristas verificam a pressão e calibram os pneus para que possam suportar a carga transportada.
Os motoristas geralmente não verificam a pressão dos pneus após o descarregamento da carga devido ao aquecimento gerado pelo deslocamento do veículo.
Com o veículo sem carga, a alta pressão começa a impactar os pneus. É preciso observar a capacidade máxima de peso por pneu, como também respeitar os limites de pressão descritos em seu costado (lateral do pneu).
Como manter a pressão correta do pneu para evitar a troca?
A principal recomendação é verificar a pressão dos pneus com frequência (no menor intervalo possível), sempre calibrá-los antes da utilização e ainda frios. Outro ponto relevante é respeitar as recomendações de pressão que estão no manual do veículo, fornecido pelo seu fabricante.
Conclusão
Portanto, para comprar o pneu correto para um caminhão, é fundamental começar entendendo suas necessidades específicas. Avalie o tipo de carga que você transporta regularmente, as distâncias que percorre e as condições das estradas que enfrenta. Verifique as especificações recomendadas de pneus, como tamanhos, índices de carga e velocidade adequados, consultando o manual do fabricante do caminhão.
Considere também os serviços adicionais oferecidos, como garantia, assistência técnica e programas de recapagem, que podem influenciar a escolha final.
Não se esqueça que o pneu é um dos maiores investimentos de um caminhão. Considerando a carreta, o valor se torna ainda mais expressivo, tornando pesquisar e entender antes de comprar uma decisão financeira muito inteligente. Logo, pneu para caminhão: Descubra como escolher e quando trocar.
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Jornalista especializado em veículos e apaixonado por motores desde criança. Começou a carreira em 2000, como repórter, nas revistas Carro e Motociclismo. Atuou por mais de 10 anos em assessorias de imprensa ligadas ao mundo motor. Foi editor do Portal WebMotors e repórter do Estado de S.Paulo. Hoje, trabalha como repórter e editor do Portal Pé na Estrada.