quinta-feira, março 28, 2024

Scania e Volvo prevêem crescimento no mercado de caminhões em 2021

O ano de 2020 foi desafiador para o mercado automotivo. Mas mesmo com as adversidades causadas pela pandemia de covid-19, as montadoras Scania e Volvo fizeram um balanço de seus resultados obtidos no ano passado e, com otimismo, projetam crescimento no mercado de caminhões em 2021.

Em uma visão geral da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o mercado de caminhões deverá crescer 15% em comparação com 2020. Já o de ônibus, o que mais sofreu impacto com a pandemia, deve ter um aumento de 13% em comparação ao ano anterior.

Clique aqui para ver o balanço da Anfavea sobre a venda de veículos do mês de janeiro.

No balanço do ano da Scania, foram 8.712 caminhões e 394 unidades de ônibus comercializados em 2020 no Brasil. Com esses números, o Brasil representa o principal mercado de caminhões da montadora no mundo. Os dois modelos mais vendidos da marca foram o R 450 e o R 500.

Segundo relatório da Volvo, que tem o seu segundo maior mercado no Brasil, foram entregues 14.976 caminhões, o que representa uma queda de 11% em relação ao ano anterior. O modelo FH 540cv foi o caminhão mais vendido do Brasil. Em relação aos ônibus, foram 444 chassis emplacados, 24% a menos que em 2019. 

Os números ficaram abaixo do projetado pelas montadoras no começo de 2020, mas acima das primeiras previsões durante a pandemia. O mesmo cenário é o que estimula montadoras a acreditar em um crescimento do mercado de caminhões em 2021.

crescimento no mercado de caminhoes em 2021
Volvo FH 540 – Imagem: Volvo / Divulgação

Pós-venda

O pós-venda segue ganhando importância tanto no mercado de ônibus quanto no de caminhões. Em 2020, segundo os resultados apresentados pela Scania, 44% de seus caminhões novos saíram com o Programa de Manutenção Scania (PMS). Para este ano, a previsão da montadora é de que haja um aumento de 38% nas vendas de PMS, de 26% da carteira de planos ativos e de 70% de planos flexíveis dentro do total de PMS para veículos novos.

Já os Planos de Manutenção Volvo equiparam 27 mil caminhões no ano passado, de acordo com a montadora. Isso representa 80% dos caminhões vendidos em 2020 e um crescimento de 9% em relação a 2019.

Investimento

Mesmo com a crise, Scania e Volvo reforçaram suas intenções de investimentos no Brasil. A Scania anunciou um novo ciclo de investimentos no país de R$ 1,4 bilhão até 2024. Já a Volvo confirmou a injeção de R$1 bilhão entre 2020 e 2023. O valor será empregado em pesquisas, produtos e serviços.

Sustentabilidade

A sustentabilidade continua sendo um dos fatores mais importantes para as montadoras no momento. A Scania tem como um de seus objetivos principais para este ano, liderar a transição para um mercado sustentável. A meta é reduzir em até 50% a emissão de CO2 em todas as suas operações até 2025.

Além disso, desde 2018, a empresa, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, plantou 84 mil mudas na região do Vale do Paraíba, que abrange os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Para este ano, está previsto o plantio de mais 30 mil mudas.

Outro foco são os caminhões a gás natural e/ou biometano. Em 2020, foram 70 unidades vendidas para empresas como a Nestlé, Ambev e Carrefour e a expectativa é comercializar mais 200 unidades neste ano. Em 2021, a novidade fica por conta dos ônibus rodoviários a gás para o fretamento contínuo já com motores Euro 6. No Brasil, ainda se usa o Euro 5.

A primeira unidade desse ônibus a gás, o modelo K 320 4×2, será operada pela Turis Silva no transporte de colaboradores da usina de aços especiais da Gerdau, empresa localizada no Rio Grande do Sul. 

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Imagem: Scania / Divulgação

No mercado de caminhões, a Scania lançará neste mês o Acelerador Inteligente Scania, com a promessa de aumento de 5% na economia de combustível. Com isso, a Nova Geração (2018), que já era 15% mais econômica, agora promete consumo de combustível 20% menor que a geração passada. Em 2020, segundo a marca, a eficiência energética da Nova Geração gerou uma economia de 80 milhões de litros de diesel.

Já a Volvo concentra-se na sua linha de caminhões elétricos, destaque global em 2020. A promessa é que a linha completa chegue na Europa em 2021. Em parceria com o grupo Daimler Trucks, são fabricadas células de combustível que transformam a energia química em elétrica.

A empresa também pretende manter os investimentos necessários à implementação do Euro 6, que regulamenta a emissão de poluentes para motores diesel. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) definiu para 1º de janeiro de 2023 a data para a tecnologia entrar em vigor no Brasil e, embora a Anfavea defenda o adiamento da data, a Volvo diz trabalhar com os prazos em vigor no momento. Na Europa, as normas do Euro 6 são obrigatórias desde 2013.

Consórcio

O consórcio tem crescido como forma de compra planejada. Ele não tem juros, mas sim taxa de administração. O custo final costuma ser inferior ao de um financiamento e diversas montadoras já oferecem consórcios em seus bancos.

A Scania, por exemplo, promete consórcios com prazos de até 100 meses. A taxa de administração é diluída ao longo do plano e não são cobradas taxas de adesão e abertura de cadastro. 

Já o consórcio Volvo totalizou R$1 bilhão em 2020 e cresceu 17% na comparação com o ano anterior, segundo a empresa. Cerca de um quarto das vendas de consórcio foram feitas com coberturas de seguro de vida para os consorciados. 

Perspectivas para 2021

Apesar das incertezas que não deixam algumas projeções avançarem, a Scania se mantém otimista para um crescimento no mercado de caminhões em 2021. É o que diz Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil, que projeta um aumento em todos os mercados de atuações da empresa que, além do caminhão, possui veículos a gás, ônibus, serviços e motores industriais, marítimos e para geração de energia.

A Volvo também tem boas perspectivas para este ano. Segundo ela, clientes estão buscando renovações e há negociações em andamento. Wilson Lirmann, presidente da Volvo na América Latina, aponta como fatores positivos para ao longo de 2021 a alta demanda por commodities, como agronegócio, mineração e proteína animal, a recuperação gradual da indústria e as taxas de juros baixas, que favorecem o investimento. 

Há alguns pontos que, segundo ele, merecem uma atenção maior, como o crescimento sustentável, avanço da vacinação da covid-19 e a escassez na cadeia de suprimentos, que pode acarretar em um aumento de custos no aço e nos pneus, por exemplo. 

A empresa começou o ano contratando mais 400 funcionários e chegou ao número de 100 concessionárias em todo o Brasil. Quatro dessas foram inauguradas entre novembro e dezembro de 2020.

 

Por Wellington Nascimento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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