Volkswagen e Giaffone apresentam primeiro caminhão híbrido elétrico de corrida do mundo

Domingo, dia 19, começa a Copa Truck 2023. O campeonato já é conhecido do pessoal do trecho. Veículos grandes, muita potência e muita emoção. O que muita gente não sabe é que o campeonato tem regulamentação para prevenir o excesso de poluição. Para alcançar essas métricas e trazer para o mundo dos caminhões algo que já acontece em competições de carro é que a Volkswagen, Giaffone Eletric e outros parceiros estão colocando na pista o primeiro caminhão híbrido elétrico de corrida do mundo, o VW Meteor Mission Zero.

 

Sistema híbrido elétrico de caminhão de corrida – Mission Zero

O objetivo é alcançar a emissão zero de carbono, até por isso a escolha do nome. Só que o sistema é híbrido porque o motor a combustão continua sendo o mais usado, o elétrico entra para auxiliar. A integração eletrônica vai sincronizar de forma inteligente o uso de cada tipo de tração. Enquanto o motor elétrico entrega 100 cavalos a mais de potência, ele também pesa mais. São 200kg extras em relação a um caminhão puramente à combustão, que fazem diferença em uma prova onde cada grama do veículo conta.

Segundo Felipe Giaffone, o objetivo na inovação não é ganhar performance em relação aos competidores, e sim sustentabilidade. Tanto é assim que a regulamentação da competição acompanha todos os veículos para checar os níveis de poluição, mas também a performance. De acordo com Giaffone, se ele obtiver ganho de performance, a competição fica sabendo e dá alguma punição para eliminar a vantagem. Então, realmente, o objetivo é ter um veículo mais sustentável.

Quem vai pilotar esse caminhão é o próprio Felipe Giaffone. A empresa dele é também quem fornece as baterias, a Giaffone Eletric. Já o sistema de softwear e toda a integração com o caminhão são de responsabilidade da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

 

Peças mais seguras e leves com nióbio

Felipe Giaffone mostra proteção de baterias feitas com liga que leva nióbio.
Felipe Giaffone mostra proteção de baterias feitas com liga que leva nióbio.

Outra característica que ajuda na missão carbono zero é o uso de nióbio. Quem traz esse componente é a CBMM, de Araxá/MG. Conforme explica Érico França, especialista técnico da empresa mineira, não é possível ver peças de nióbio e sim peças onde há mistura de outros metais com ele. No aço, por exemplo, poucos gramas de nióbio já trazem um grande aumento de resistência mecânica à liga.

Ainda segundo França, para se ter uma ideia de grandeza, 500 gramas de nióbio em 1 tonelada de aço, ou seja, uma mistura de apenas 0,05%, podem aumentar resistência do material em até 20%. Se o objetivo for aumentar segurança, então acrescenta-se o nióbio, se o objetivo for manter a segurança atual, com o nióbio é possível manter a mesma resistência em peças bem mais finas e leves.

Neste primeiro momento, as ligas com nióbio serão usadas na proteção da bateria. Entretanto, segundo a empresa, isso pode se estender, ao longo da temporada, para diversas outras partes. Principalmente em parceria com a Ciser, que fornece as fixações para o caminhão.

Segundo a CBMM, estar na Copa Truck é um grande laboratório. Por exemplo, testar o nióbio no freio seria algo que demandaria meses de testes em situações normais, mas, de acordo com França, em uma corrida de caminhão as mesmas condições podem ser testadas em um único final de semana.

O Mission Zero vai levar seu conceito de caminhão de corrida híbrido elétrico para as pistas pela primeira vez neste domingo no autódromo de Goiânia/GO.

 

Por Paula Toco

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