Que o desemboque das rodovias que chegam a São Paulo é precário, isso todo motorista, independentemente do tipo de veículo, já sabe.
Rodovia como a Régis Bittencourt, principal ligação com o Paraná, por exemplo, termina em um semáforo em pleno centro comercial de Itapecerica da Serra (SP).
Na Raposo Tavares, a história não é diferente, e para sair do trânsito intenso das manhãs, prejudicado pelas obras de recapeamento da avenida Francisco Morato, muitos motoristas utilizam a rua Antônio Mariani, no Butantã.
A rua é arborizada, em área residencial, mas que tem o fluxo afetado sempre que a Raposo Tavares tem trânsito.
Acidente no Butantã
Na manhã de 29 de fevereiro, o motorista William Augusto, de 33 anos, precisou desviar de um automóvel que fez uma conversão para esquerda sem sinalizar. A manobra de emergência fez o container, carregando tesouras escolares, engatar em uma das árvores, fazendo com que o motorista perdesse totalmente o controle.
No mesmo horário do acidente, por volta das 7h, a poucos metros da colisão, pais de alunos estavam deixando seus filhos na escola. Ou seja, por cerca de meia quadra, o estrago não foi maior. Veja o vídeo abaixo com mais detalhes.
Augusto contou para o Pé na Estrada que o próprio GPS o indicou para a rota.
“O carro converteu para a esquerda na minha frente e sem sinalizar, na hora não deu tempo de frenar e eu precisei tirar para o lado para não atingir ele. Eu só não esperava engatar tudo no poste e na árvore. Por sorte foi antes da escola”, explica o motorista que está há mais de 10 anos na estrada e que trabalha como autônomo para uma transportadora de Curitiba (PR).
No momento em que colidiu com o poste, o caminhoneiro contou que começou a sair faísca para todos os lados e os pedestres pediram para ele esperar antes de descer.
Apesar do estrago na cabine, o motorista saiu praticamente ileso do susto. Só teve ferimentos leves. O próprio policial militar que fez o Boletim de Ocorrência dispensou a perícia.
Caminhoneiro descansado
Quando o Pé na Estrada perguntou ao motorista sobre as paradas, Augusto disse que saiu de Curitiba às 15h e parou em um posto de descanso da seguradora da transportadora, na Raposo Tavares.
O acidente ocorreu quando ele tinha acabado de partir e o destino final estaria no Campo Belo, bairro a uns três quilômetros do local do acidente.
A seguradora da transportadora já tinha sido acionada na hora que a reportagem chegou. Um caminhão iria ao local retirar o FH 12 de 2005 acidentado e outro será o responsável pela retirada da carga.
A companhia de energia desligou os fios de alta tensão e os bombeiros ficaram responsáveis pelo corte das árvores. Por fim, a prefeitura vai ficar responsável pela recuperação das calçadas e da via.
Por Rodrigo Samy
Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.