Os veículos com combustíveis alternativos foram um dos assuntos mais abordados na Lat.Bus 2022. Montadoras que atuam com caminhões e ônibus rodoviários debatem e testam novas possibilidades de mercado, sobretudo no transporte urbano, com a descarbonização, o que inclui testes com células de hidrogênio em breve. Mas a eletrificação tomou conta da feira com lançamentos de ônibus elétricos que incluem até tecnologia predominantemente brasileira.
Elétricos em lançamento
A transição do diesel para o elétrico é uma das estratégias de fabricantes de ônibus para alcançar o transporte urbano. Marcas como Volvo, Mercedes-Benz, IVECO Bus e Marcopolo apresentaram modelos elétricos na feira, veículos com autonomias que chegam a 300 quilômetros e baterias que recarregam em até 4 horas.
Mercedes-Benz apresenta chassi de elétrico para carroceria de até 13.2 metros
A fabricante alemã trouxe para feira seu lançamento eO500U e pretende comercializar as primeiras unidades ainda este ano. A produção, que será feita em sua fábrica em São Bernardo do Campo/ SP, pretende atender ao mercado interno e a outros países com o modelo exclusivo.
Com baterias que recarregam durante o funcionamento, o veículo tem um outro diferencial que é o ar condicionado próprio integrado ao automóvel. A estratégia visa uma melhor eficiência energética, já que o ar-condicionado é um dos maiores consumidores de diesel. Para garantir a infraestrutura de funcionamento, a Mercedes está em parceria com empresas de recarga e energia elétrica.
Elétricos da IVECO BUS e Volvo previstos para 2023 no Brasil
As marcas querem expandir sua participação no transporte de passageiros, sobretudo em áreas urbanas. Com isso, a IVECO Bus e a Volvo levaram à feira seus veículos europeus que pretendem lançar no mercado Latino, em especial no Brasil. No entanto, os interessados terão que aguardar 2023 pois os veículos ainda passam por homologação. Ambas também reforçaram seus pacotes de conectividade, com telemetria para auxiliar na gestão das frotas dentro das cidades, a Volvo já com tecnologia 4 e 5G.
A Volvo trouxe o BZL para a feira o seu 100% elétrico europeu urbano que usa a mesma tecnologia e chassi de seus caminhões e que possibilita recarga pelo teto do veículo nos terminais. Já a IVECO apresentou o seu ônibus elétrico E-Way, com 12 metros de comprimento, 8 placas de bateria, preparado para 300km por dia, mas que permite adaptação da carga para as aplicações diferentes.
Concessionárias para abastecimento de veículos a gás natural
Além da eletrificação, a IVECO conformou investimento na homologação de 4 concessionárias no Brasil para trabalhar com tecnologia a gás. Uma delas já está homologada e fica em Ribeirão Pires, São Paulo.
A ideia da empresa é atender a sua demanda do modelo de ônibus 17.210G para fretamento e turismo, que além do diesel está preparado para o gás natural e biometano. Esse veículo, também lançado na feira, possui tanque de 6 cilindros com capacidade de 8 litros cada, o suficiente para rodar cerca de 250 quilômetros por dia.
Ônibus elétrico com tecnologia brasileira
A Marcopolo levou para a feira o seu veículo integral e 100% elétrico, Attivi, que já foi lançado durante a pandemia por Covid-19, mas só teve apresentação oficial na feira. O ônibus elétrico possui um software nacional feio para o mercado brasileiro. Segundo a empresa, o sistema possibilita ajustes futuros à realidade do país e georreferenciamento alinhado ao território brasileiro.
Sua tecnologia predominantemente nacional contempla o chassis e a carroceria da Marcopolo no modelo tradicional e articulado. O modelo apresenta autonomia de 250 quilômetros e 4 horas de recarga. Foram 4 anos para o desenvolvimento total e o produto começará sua produção ainda este mês. Serão 30 unidades prontas até o fim de dezembro com destino reservado.
Testes com células de hidrogênio
A Marcopolo antecipou durante a Lat.Bus que está trabalhando em estudos com células de hidrogênio em diversos países, inclusive da América Latina, como Brasil. Com isso, pretende levar a tecnologia para aplicações em fretamento rodoviário para estes territórios. Na Austrália, já aplica testes em veículos com esse sistema para atender distancias maiores.
Aqui no Brasil, por horas, tem uma parceria com a Universidade de São Paulo com o projeto de recuperação de cinco carros movidos a hidrogênio. A previsão é que esses veículos sejam postos para circular no campus da universidade ainda esse ano.
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Por Jacqueline Maria da Silva