O segmento de caminhões médios sofreu muito com a crise, mas desde o ano passado vem apresentando crescimento constante. A Iveco estava de fora de grande parte desse mercado, já que sua linha passava do 7 diretamente para o 15 toneladas. Contudo, depois de três anos estudando o mercado e também a concorrência, a montadora italiana apresentou ao mercado os novos membros de sua família, os Iveco Tector de 9 e 11 toneladas.
Os novos membros da família
Com o crescimento das cidades e também das compras por internet, a necessidade de caminhões urbanos aumenta.Por isso, a montadora escolheu trazer as novas tonelagens. Tanto o 9-190 quanto o 11-190 possuem motor NEF 45 de 4,5 litros da FPT Industrial, com 190cv de potência, transmissão Eaton de seis velocidades e eixos Dana.
Além disso, na sexta marcha, a Iveco implementou um super ‘overdrive’, ou seja, uma última marcha longa que promete não comprometer o consumo e aumentar a performance do veículo. “O condutor deste tipo de caminhão roda muito, freia, acelera e precisa de um motor que corresponda a essa agilidade no ciclo urbano, e agilidade significa uma resposta mais rápida do veículo. Os Tectors 9 e 11 são perfeitos para o ‘batidão’ dos motoristas que atuam neste segmento”, afirma Ricardo Barion, diretor de Vendas e Marketing da Iveco.
Com um torque desenvolvido especialmente para essa categoria, a montadora garante ter a melhor curva de torque e com isso menor necessidade de troca de marchas. Promete ainda uma economia de combustível de 4% no 9 toneladas e 7% no 11 toneladas.
O lançamento era esperado para o fim do ano passado, mas Ricardo Barion ressaltou que não queria lançar um produto bom, queria o produto ideal, por isso a montadora decidiu adiar o lançamento para ouvir ainda mais seus clientes e suas necessidades.
Conforto para o motorista urbano
60% do segmento médio é composto de autônomos. Com isso, a Iveco conseguiu conversar com motorista e empresário ao mesmo tempo e, além das questões de custos, os usuários levantaram ainda a importância do conforto. Segundo alguns depoimentos, é comum as montadoras se esquecerem de que o motorista urbano também passa a maior parte de seu dia no veículo, e igualmente necessita de conforto.
Com base nessa percepção, a montadora mudou a posição do câmbio, que foi para o painel. Além de mais ergonômico, facilita o deslocamento interno na cabine.
Outra característica desse tipo de transporte é o entra e sai da cabine. Para ajudar nessa tarefa, a montadora deslocou o estribo, que ficou mais perto do chão, exigindo menos esforço do motorista. Ainda assim, aumentou o ângulo de ataque do para-choque dianteiro, que precisa vencer buracos e valetas. A porta tem um ângulo de abertura de 87 graus, o que facilita ainda mais essa atividade de subir e descer do caminhão.
A cabine tem basculamento hidráulico, porém óleo e água podem ser acessados pela frente, sem necessidade de basculamento. A cabine tem suspensão com molas, coxim e amortecedor, para absorver os solavancos da via. A montadora promete ainda baixo nível de ruído dentro da boleia.
Para quem é mais alto ou mais pesado, a Iveco afirma ter pensado no espaço interno para todos. São 201 cm de largura interna, 254cm de altura, 47 cm entre banco e volante e 114cm do assento ao teto. A cabine possui ainda diversos porta-objetos.
Embora não seja comum, alguns motoristas usam os caminhões médios para fazer rotas longas. Nesses casos, Marco Borba, vice-presidente da Iveco para América Latina, afirmou que não está disponível, mas caso haja muita procura, não há grande complicação em ter leito para os Iveco Tector de 9 e 11 toneladas.
Clique aqui e veja bate-papo com motoristas que testaram os veículos.
A boa visibilidade
Como o trânsito urbano exige maior interação com outros agentes como carros, pedestres, motos, bicicletas e etc, o campo de visão é fator importante. Além disso, é necessário manobrar muito mais e às vezes em locais apertados. Pensando nisso, os Iveco Tector de 9 e 11 toneladas têm para-brisa de 1,53m2 de área frontal e retrovisores com maior ângulo, aumentando a visão lateral.
Nova cara do Iveco Tector
Além das novas faixas de atuação, a linha trouxe também um novo design. O mesmo que já roda na Europa. Ele vale para toda a linha Tector, que agora passa a atuar de 9 a 31 toneladas. O 17-300 4×2 ganhou também a versão cavalo mecânico.
O Tector 11 toneladas pode ganhar um terceiro eixo e virar um 13 toneladas. A Iveco já homologou a caracterização, porém ela não vem de fábrica e deve ser feita por outro fornecedor.
Valor de compra e pós-venda
Os Iveco Tector de 9 e 11 toneladas já estão sendo fabricados desde o mês de maio e têm preço de partida de R$ 155 mil (9t) e R$ 165 mil (11t). A versão completa acrescenta entre R$ 10 e R$ 12 mil ao valor.
A Iveco garante também revisão a preço fixo e promete baixo custo de contrato de manutenção.
O veículo está pronto para rodar no Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, porém ainda precisa de atualizações para rodar em países com trechos de grande altitude (acima de 4 mil metros), como Chile, Bolívia e Peru.
Saída da Ford
Quando a Iveco começou a pensar no veículo, a Ford era um de seus maiores concorrentes. Com a saída da montadora americana, a Iveco tende a ganhar parte do mercado disponível. A italiana também afirmou que tem recebido contatos de parte da rede Ford, interessada em mudar de bandeira (clique aqui e saiba mais).
Médio automatizado
Os novos veículos médios ainda não possuem versão automatizada, porém, Ricardo Barion afirmou que a caixa de 6 marchas já é compatível com o que seria a versão automatizada. Além disso, ao longo da apresentação, a montadora afirmou que deve trazer novidades na Fenatran, que ocorre de 14 a 18 de outubro deste ano em São Paulo. As afirmações elevaram as expectativas de que os modelos automatizados possam ser apresentados no evento.
Acompanhe o test-drive do caminhão no Trucão com Pé na Estrada na Band, todo domingo, 10h30.
Por Paula Toco