A Prefeitura de São Paulo proibiu a inclusão de novos ônibus movidos a diesel na frota de coletivos da cidade. O anuncio foi divulgado em Diário Oficial da cidade pela SPTrans, companhia responsável pelo transporte coletivo na capital paulista. De acordo com o prefeito Ricardo Nunes, a meta de gestão municipal é ampliar para 20% a frota de veículos 100% elétricos. Atualmente, 14 mil ônibus rodam na capital, sendo 219 ônibus elétricos, o que representa 1,51% do total.
Em nota ao Diário do Transporte, a SPTrans informou que as concessionárias não poderão mais comprar ônibus movidos a diesel. Somente com tecnologias que atendam ao cronograma de redução de emissão de poluentes previsto na Lei 16.802/2018 e nos contratos vigentes, como os elétricos, deverão ser adquiridos pelas empresas.
A Lei pede a substituição das frotas por veículos (vans, ônibus, micro-ônibus, transporte escolar) com fontes mais limpas, a retirada gradual de veículos antigos, e a substituição dos veículos à combustão em 5 anos após a vigência da Lei, ou seja, em 2023.
Francisco Christovam, presidente da SPUrbanuss, entidade que representa as empresas de transporte da capital, afirma que a medida deverá aumentar os custos do serviço na cidade, além dos subsídios e tarifas aos passageiros. Isso porque um ônibus elétrico custa três vezes mais que um modelo a óleo diesel. Ainda, os gastos com operacionalização são de 10 a 15% maiores do que dos ônibus à combustão.
O que acontecerá com os ônibus movidos a diesel?
Os ônibus que já existem nas linhas, adequados ao EURO 5, não serão retirados de circulação. Além disso, nesse primeiro momento a norma se aplica aos ônibus do tamanho convencional e articulado. Com isso, proibição prevista em lei não afetará ônibus de menor porte, porque o mercado não oferece muitas opções de modelos. Nesse caso, será criado um novo cronograma.
Mostramos recentemente aqui no Pé Na Estrada que as empresas de transporte têm apresentado novidades no transporte de passageiros. Na Lat.bus, a Feira Latino Americana dos Transportes, os destaques foram para os ônibus movidos a diesel que atendem ao EURO 6 e o PROCONVE 8, legislações que visam a diminuição das emissões de poluentes e que entrarão em vigor em janeiro de 2023.
A eletrificação é um caminho para atender à curtas distâncias, e as empresas lançaram nessa mesma feira veículos 100% elétrico para transporte urbano de pessoas. Os ônibus apresentados no evento possuem maior autonomia e atendem às demandas das grandes metrópoles, como trânsito intenso. Contudo, a infraestrutura viária ainda é um desafio, sobretudo o tempo e locais de carregamento da bateria dos veículos no percurso.
Ministério Público investiga prefeitura pela proibição dos ônibus movidos a diesel
A proibição de inclusão de novos ônibus movidos a diesel pela Prefeitura da capital paulista, fez com que o Ministério Público de São Paulo cobrasse os critérios que embasaram a medida e os impactos aos cofres públicos. Além disso, o órgão pretende investigar a existência de improbidade administrativa (prática desonesta), como uso das verbas do município que não atendam aos interesses da população.
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Por Jacqueline Maria da Silva com informações do Diário do Transporte.