Não é de hoje que os caminhoneiros relatam insatisfação no trecho. Uma pesquisa recente mostrou que o preço do combustível é o maior motivo de insatisfação entre os estradeiros entrevistados. Ainda segundo o levantamento, o público também apontou descontentamento com outras questões como segurança das estradas e Pontos de Apoio e Descanso.
Como foi feita a pesquisa de satisfação?
A pesquisa é uma iniciativa do Freto (plataforma de logística) em parceria com o Clube da Estrada (plataforma de relacionamento). A ideia é que o levantamento intitulado “Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas” seja feito semestralmente. Trata-se de uma avaliação da visão dos caminhoneiros sobre aspectos que influenciam sua atividade profissional. O objetivo é informar a sociedade sobre as necessidades do estradeiro e os impactos de determinados acontecimentos na rotina desse trabalhador. Com isso, dar visibilidade à categoria.
O primeiro levantamento foi feito entre os meses de junho e julho com 1.158 caminhoneiros de todo o Brasil. Os entrevistados tiveram quer pontuar de 0 a 5 os seguintes aspectos: preço do combustível; segurança nas estradas; condição das estradas; condição e disponibilidade de Pontos de Parada e Descanso; volume de trânsito; preço do frete e carga horária de trabalho. Quanto menor a nota, maior o índice de insatisfação contabilizado.
Nível de insatisfação dos caminhoneiros
A nota média de insatisfação dos caminhoneiros foi de 1,7. Dentre os sete temas, primordiais para o bom exercício da profissão de caminhoneiro, o preço do combustível apresentou menor nota média, de 0,9 pontos. Além disso, a média de nenhum dos tópicos passou da nota 2,5.
- Preço do Combustível: 0,92
- Segurança nas Estradas: 1,49
- Condição das Estradas: 1,73
- Condição e disponibilidade de Pontos de Parada e Descanso: 1,84
- Volume de Trânsito: 2,0
- Preço do Frete: 2,0
- Carga Horária de Trabalho: 2,4
Preço do Combustível
O preço do combustível foi o quesito com pior avaliação, ou seja, maior índice de insatisfação. Mais da metade dos entrevistados (52%) deram nota de 0 de satisfação. Os insatisfeitos somam ainda mais quando considerado as notas 1 (14%) e 2 (24%). Apenas 1% atribuiu a nota 5, maior pontuação. Isso significa que a cada 100 entrevistados, apenas um está totalmente satisfeito com o preço do combustível.
Segurança nas Estradas
Segurança as estradas também não conseguiu boas notas. Apenas 1% dos entrevistados atribuíram nota 5 para esse tema. Enquanto, as notas 0, 1 e 2 somaram 85% do público, mostrando maior índice de insatisfação.
Condição das Estradas
Em condição das estradas, a maior parte dos caminhoneiros que participaram da entrevista (82%) atribuíram nota 0, 1 ou 2. Além disso, apenas 1% deu nota máxima para esse quesito. Sendo assim, novamente, a cada 100 pessoas entrevistadas, apenas 1 estava totalmente satisfeita.
Condição e disponibilidade de Pontos de Parada e Descanso
Já trouxemos por aqui reportagens em que os caminhoneiros citam a falta de Pontos de Descanso como uma demanda para o próximo governo. Nessa pesquisa da Freto, foi constatado que apenas 4% deram nota 5 para o item. Em contrapartida, 74% deram notas baixas, de 0 a 2, que indica insatisfação. Ou seja, a cada 100 caminhoneiros que participaram da pesquisa, mais de 70 não estão satisfeitos com pontos de apoio das estradas.
Volume de Trânsito
Apenas 5 em cada 100 entrevistados deram nota máxima 5 para satisfação no volume de trânsito. A maioria dos entrevistados atribuiu nota de 0(11%), 1 (26%), 2 (35%), somando 72% de insatisfeitos.
Preço do Frete
A defasagem do frete, ojá que seu valor não acompanha a oscilação no preço do combustível, também foi motivo de queixa dos estradeiros. Na pesquisa, a maior parte dos entrevistados (70%) deu pontuação baixa para o frete, nota 0 (11%), nota 1 (19%) e nota 2 (40%). Apenas 3% pontuou 5, a nota máxima que indica satisfação no preço do frete.
Carga Horária de Trabalho
Com relação a carga horária de trabalho, de acordo com dados do levantamento, 12% das pessoas deram nota 5. Novamente a soma dos insatisfeitos correspondeu a mais da metade dos entrevistados (59%), onde 6% atribuíram nota 0; 22% deram nota 1; e 31%, nota 2.
Descontentamento geral vai além do preço do diesel
Considerando que abaixo de 2 já é considerado como insatisfação, a média de todos os entrevistados é de 76%. Do outro lado do índice, se somada as porcentagens da maior nota (5) de todos os itens, temos uma média de 4,4%. Isso significa que a cada 100 caminhoneiros que responderam à pesquisa da Freto, menos de 5 estão totalmente satisfeitos com as estradas.
Por Jacqueline Maria da Silva com informações do Freto.